sábado, 25 de outubro de 2014

ELEIÇÕES – A tentação totalitária

Editora Abril: pichação petista, diante da denúncia da revista Veja.

        Sede da editora Abril, que amanheceu pichada, na esteira de protesto de petistas ensandecidos, diante da reportagem de capa da revista Veja. Segundo a revista, o doleiro Alberto Youssef revelou, em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, no seu processo de delação premiada, que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula tinham conhecimento do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.
        O protesto, seja qual for, é palatável. Ignominiosa, porque remete ao banditismo, é a vandalização. Tanto mais se com motivos torpes. O episódio evoca a tentação totalitária por algumas razões básicas. Primeiro, fazer oposição ao governo é mérito, não desdouro, e aí cabe lembrar o chiste célebre, segundo o qual imprensa é oposição; o resto é armazém de secos e molhados. Segundo, jamais registrei, vindo de petistas, repulsa pelo governo cooptar, via aporte de recursos públicos, a UNE, a União Nacional dos Estudantes, ou manter, com patrocínio oficial, blogs chapas-brancas, como o Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim. Terceiro, a notícia não obedece a calendários eleitorais e sua veiculação não deve estar atrelada às conveniências deste ou daquele partido..
        Ademais, quem, sinceramente, acredita na inocência de Lula, no escândalo do mensalão, e de Dilma Rousseff, na rapinagem na Pedrobras? Ofende a inteligência alheia crer que em sucessivos governos petistas, notabilizados por inaugurar a corrupção sistêmica, seus respectivos presidentes estivessem alheios à pilhagem ao erário, na escala ocorrida. Para além do conhecimento de causa de quem coonesta falcatruas, Lula e Dilma Rousseff dispõe da Abin, a Agência de Inteligência Brasileira, sucedânea do SNI, o Serviço Nacional de Informações, e herdeira natural do know-how acumulado pelos arapongas a serviço da ditadura militar.

        Dos mais jovens, releva-se a estultícia, pavimentada pelo desconhecimento histórico, o que faz deles, pela própria impulsividade da juventude, vulneráveis à truculência dos petralhas. Desconcertante é ver quem combateu o golpe militar de 1964 incorporar a mesma intolerância dos seus algozes, investir contra a democracia, a pretexto de defendê-la.

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