domingo, 5 de outubro de 2014

ACERTAR – Para Canto, indecisos decidirão disputa

Canto: equilíbrio torna desfecho da disputa  no Pará uma incógnita.

        “Diante de um empate técnico, a possibilidade de segundo turno fica a critério do volume da campanha dos candidatos nesta reta final. Por isso é uma incógnita.” A declaração é do sociólogo Américo Canto, 53, diretor-geral do Instituto Acertar, ao comentar a disputa pelo governo do Pará, polarizada entre Helder Barbalho (PMDB) e o governador Simão Jatene (PSDB), que postula a reeleição. “Não arriscaria um prognóstico, haja vista termos um universo de mais ou menos 10% de eleitores indecisos”, acrescenta Canto, em entrevista ao Blog do Barata, com a autoridade de quem acumula uma experiência de 18 anos trabalhando com pesquisas de intenção de voto.
        Segue a entrevista concedida por Américo Canto ao Blog do Barata:

        Em uma disputa tão equilibrada, como a que travam Simão Jatene, do PSDB, e Helder Barbalho, do PMDB, é possível arriscar algum prognóstico sobre a eleição para o governo do Pará?

        A última pesquisa realizada pelo Instituto Acertar apontou empate técnico entre o governador Simão Jatene e Helder Barbalho, os dois nomes mais forte nesta disputa eleitoral no Estado do Pará. Apesar da tendência eleitoral ser mais favorável ao governador Jatene, não arriscaria um prognóstico, haja vista termos um universo de mais ou menos 10% de eleitores indecisos.

        Uma pergunta, à espera de uma resposta a mais didática possível: por que o Instituto Acertar afirma ser uma incógnita a possibilidade de um segundo turno na eleição para governador do Pará?

        Considerando os votos válidos e a margem de erro de 3%, pelos resultados de nossa pesquisa, que foi divulgada a três dias das eleições, Simão Jatene poderia alcançar um pouco mais que 50%. Como a lei sugere que para não haver segundo turno o candidato deve obter 50% + 1, nesse caso não haverá segundo turno. Por outro lado, um breve crescimento de Helder, ou de qualquer outro candidato, tira essa possibilidade. Esses fatores nos levaram a afirmar que diante de um empate técnico, a possibilidade de segundo turno fica a critério do volume da campanha dos candidatos nesta reta final. Por isso é uma incógnita. 

        Com a autoridade de quem se notabilizou por uma expressiva margem de acerto em suas sondagens eleitorais, qual a sua explicação para a discrepâncias das projeções feitas, em suas pesquisas de intenção de voto, pelos institutos que mapeiam a eleição para governador do Pará?

        Não posso falar pelo trabalho desenvolvido por outras empresas. As pesquisas registradas junto ao TRE demonstraram a utilização de metodologias bem parecidas, mais com resultados bem diferentes. São variações significativas, o que deixa a sociedade com algumas interrogações. Acredito que a informação deve ser democratizada, mas percebemos certa banalização das sondagens eleitorais, o que acaba levando as empresas de pesquisa ao descrédito.

        Com a experiência acumulada em eleições majoritárias no Pará, o que, na sua avaliação, pode fazer o pêndulo eleitoral inclinar-se, nesta reta final da campanha, para Simão Jatene ou para Helder Barbalho?

        Das seis grandes mesorregiões que compõem o Estado do Pará, a metropolitana concentra o maior número de eleitores e, na reta final, os candidatos intensificaram a campanha nos municípios de Belém, Ananindeua e pelo nordeste paraense. Helder Barbalho sabe que na região nordeste Jatene leva vantagem sobre ele, então houve reforço por parte do PMDB nessa região e na região metropolitana, onde os dois maiores colégios eleitorais (Belém e Ananindeua) são administrados por políticos tucanos.

        O que, nessa altura, pode ter prevalência na definição do voto dos indecisos, em um Estado, como o Pará, de índices sociais tão pífios: o efetivo convencimento dos eleitores, a boca de urna, à margem da lei, ou a recorrente utilização da máquina administrativa, pelos eventuais inquilinos do poder?


        Existe uma parcela de eleitores que deixa para decidir em quem votar na última hora. Assim como temos o voto útil, daqueles eleitores que votam naquele com maior probabilidade de vencer. Nesta reta final, as pesquisas eleitorais podem de alguma forma influenciar o eleitor indeciso, mas elas estão divergindo - e muito. Neste caso, paira a dúvida. Em quem devemos acreditar? Na pesquisa publicada pelo Diário do Pará, ou na pesquisa publicada por O Liberal? Outro fato é a boca de urna. Mesmo sendo proibida, sabemos que ela existe. É fácil encontrarmos pessoas que não sabem em quem votar principalmente para os cargos proporcionais. Nesse caso, a boca de urna faz a diferença. 

4 comentários :

Anônimo disse...

Analise serena. Melhor que o "doutor" da desinformação e das pesquisas falsas.

Anônimo disse...

Analise serena. Melhor que o "doutor" da desinformação e das pesquisas falsas.

Anônimo disse...

Vc acha mesmo que o Dr. Da Desinformacao faz pesquisas falsas procura ler mas seu desinformado

Anônimo disse...

Não sou eu quem diz que as pesquisas do "doutor" são falsas os resultados das urnas mostraram. O professor que vc defende com certeza esta pendurado esperando um DAS se o Helder vier a ganhar. Esse é o preço.