segunda-feira, 4 de agosto de 2014

PEDOFILIA – Indignação com decisão do TJ

Na charge de Luiz Pinto, a ironia subliminar diante da absolvição.

        A decisão absolvendo Sefer também provocou a indignação da Regional II da CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, assim como em mais de 20 entidades de defesa de direitos humanos e das crianças e adolescentes. Em coletiva realizada dia 10 de outubro de 2011, na sede da CNBB, representantes desse conjunto de entidades repudiaram a decisão inocentando Sefer. Na ocasião, a coordenadora da Comissão de Justiça e Paz da CNBB Norte, Orlanda Alves, divulgou nota da entidade, manifestando indignação. “O clamor de uma inocente não é suficiente para que a sociedade se manifeste e faça Justiça. A dor de uma vítima deve ser medida pelo poder econômico que possui?”, questiona a nota. Para as entidades, a decisão do TJ feriu os direitos de todas as vítimas de abuso sexual, que só possuem como prova sua palavra e as lembranças do horror que sofreram. “A impunidade neste Estado é comandada por aqueles que detêm poder político e econômico. Essa é a imagem que se configurou com a absolvição do ex-deputado Luiz Sefer”, sublinhava a nota.

        Na ocasião, a hoje vereadora de Belém Marinor Brito (PSol), então no exercício do mandato de senadora pelo Pará, foi ainda mais contundente. Ela sugeriu que o TJ do Pará poderia ter “vendido” a sentença em favor de Sefer, reportando-se, inclusive, à declaração da ministra Eliana Calmon, do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, na época corregedora nacional de Justiça, segundo a qual há “bandidos de toga”. “Há várias formas de negociar. Não sabemos o preço de cada sentença. Conhecemos casos de juízes no Pará que foram afastados por vender sentenças", salientou a senadora.

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