domingo, 17 de agosto de 2014

IBOPE – Precedentes justificam suspeitas



        Pelos precedentes, e pela alta rejeição exibida pelo tucano Simão Jatene (que chega a 32% e é a maior registrada entre todos os candidatos), é inevitável a pergunta que não quer calar: a pesquisa do Ibope, encomendada pela TV Liberal, retrata fielmente a realidade, ao apontar uma suposta parca superioridade de Helder Barbalho, ou a vantagem do candidato do PMDB é maior, ou até muito maior, e foi mascarada por uma eventual manipulação?
        A dúvida que emerge é compreensível. É público e notório o apoio do grupo de comunicação da família Maiorana, que inclui a TV Liberal, ao governador tucano Simão Jatene, como contrapartida ao intenso tilintar de dinheiro público nos cofres das ORM, as Organizações Romulo Maiorana. Tanto quanto é pública e notória a hostilidade ao senador Jader Barbalho por parte dos Maiorana, inimigos figadais do morubixaba do PMDB no Pará, do qual é filho e herdeiro político Helder Barbalho, o candidato peemedebista a governador. Trata-se, como até as pedras desta terra sabem, de uma disputa não apenas política, mas comercial, exacerbada depois que o Diário do Pará, o jornal dos Barbalho, superou em vendagem O Liberal, o principal jornal dos Maiorana, que ainda mantêm o tablóide popular Amazônia Jornal. Isso levou os Maiorana a incorporar a prática recorrente de manipulação da notícia e até de pesquisas eleitorais, na esteira da guerra travada com os Barbalho, o que acabou por esfarinhar a credibilidade de suas coberturas políticas. E, em particular, do jornal O Liberal, em proporção infinitamente superior a que também coloca em xeque as coberturas políticas do Diário do Pará, dos Barbalho.

        Nessa guerra suja, o Ibope, na esteira da terceirização de suas pesquisas eleitorais no Pará, acabou como cúmplice das tentativas de manipulação eleitoral pelos Maiorana. O exemplo mais eloquente foram as eleições municipais de 2008, nas quais, na disputa para prefeito de Belém, a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco, candidata pelo DEM, em coligação com o PSDB e com o apoio dos Maiorana, liderou as pesquisas de intenção de voto até a undécima hora, para só perder a dianteira na última sondagem. Aberta as urnas e contabilizados os votos, Valéria sequer chegou ao segundo turno, amargando um pífio e vexatório quarto lugar, apesar de ter feito a mais cara campanha da disputa. Logo, pelos antecedentes, as suspeitas de manipulação são pertinentes. Como ensina a  sabedoria popular, cesteiro que faz um cesto, faz um cento.

Um comentário :

Anônimo disse...

Todos os candidatos fazem pesquisas e sabem exatamente em que posição estão seus candidatos.