quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ELEIÇÕES – O enigma

        “É na interseção entre estas duas questões - relação com os partidos e com os agentes econômicos - que se colocam as principais virtudes e os principais riscos de uma vitória de Marina.”
        Esta é a avaliação feita por Leonardo Avritzer, 55 anos, professor titular do departamento de ciência política da UFMG, a Universidade Federal de Minas Gerais, que é também presidente da Associação Brasileira de Ciência Política, na esteira da ascensão de Marina Silva nas pesquisas eleitorais. Em artigo publicado na edição desta quarta-feira, 27, da Folha de S. Paulo, ele adverte sobre o enigma que embute, sobretudo em termos de política econômica, a candidatura da ex-senadora Marina Silva, a hóspede ilustre do PSB, que tornou-se candidata a presidente da legenda, com a trágica morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos.

        Avritzer observa que ao se recusar a cumprir acordos do PSB - como o apoio ao candidato do PSDB em São Paulo e ao candidato do PT no Rio ela sinaliza uma difícil relação com os partidos, em um cenário no qual é improvável que o PSB tenha mais de 20% das cadeiras do Congresso (o patamar do PSDB e do PT nas últimas quatro eleições). “Ao mesmo tempo, nas suas relações com o mercado, Marina parece ter uma posição ainda mais ambígua”, assinala. E adverte: “Se Marina souber sinalizar uma ampla coalização política para governar, a sua candidatura ficará mais forte. Mas se ela sinalizar oposição aos partidos e governo acima deles, ela ficará mais fraca.”

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