quarta-feira, 13 de agosto de 2014

DANÇA – O encadeamento das músicas

No musical, uma canção sugere a subsequente, segundo o diretor.

        “A escolha por Roberto Carlos surgiu de brincadeiras do elenco que, durante as viagens, cantava músicas do rei, onde um ia interrompendo o outro com outra música, a partir de uma palavra comum”, conta Alex Neoral. “Uma canção vai puxando a da sequência, formando uma grande história. É como se uma perguntasse e a outra respondesse”, explica. O diretor e coreografo acrescenta que compõem a trilha sonora do espetáculo mais de 70 trechos das composições de Roberto Carlos, sempre na voz deste, em suas versões originais, clássicos da música romântica, gravados de 1960 a 1980.

                Para Neoral o desafio é duplo. Trata-se, segundo ele, de mergulhar na obra de um artista tão popular, tão presente no cotidiano dos brasileiros, e colocar a obra em diálogo com uma arte abstrata como a dança. “O significado da palavra é muito forte na canção. Procurei usar a literalidade, mas de uma forma inteligente, que não limitasse a dança a uma legenda da letra. Aproveitei as intenções para dar fisicalidade ao movimento e para buscar uma atitude teatral”, sublinha. “O resultado é uma apresentação que estabelece comunicação direta com os espectadores, o que cria identificação e conquista plateias de diferentes perfis”, assinala também o coreógrafo e diretor. Ele destaca ainda a interatividade do espetáculo com a plateia, o que torna cada apresentação única, ficando o elenco sujeito à reação do público.

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