sábado, 17 de maio de 2014

JATENE – A banalização da morte

Jatene (à dir., com Zenaldo): o algoz oculto de Nicholas e seu cúmplice.

        O assustador, no dramático episódio de Nicholas Lopes, é o que ele evidencia - a banalização da morte. Quase um mês depois, o único filho do ajudante de pedreiro Sandro Lopes é apenas mais um número nas estatísticas das vítimas fatais da inépcia administrativa sob cujo signo permanece a saúde pública do Pará. Empenhado em obter um terceiro mandato, o governador Simão Jatene ignorou solenemente o episódio, o secretário estadual de Saúde, Hélio Franco, segue no cargo, fazendo cara de paisagem, tal qual Luciana Maria Cunha Maradei Pereira, presidente do Hemopa, que negou à criança a transfusão de plaquetas requerida enfaticamente pelos médicos. Isso enquanto se deteriorava o quadro de saúde de Nicholas, à espera de uma vaga em um hospital de atendimento especializado contra câncer
        Para os pais do pequeno Nicholas resta a dor de uma saudade eterna, potencializada pela evidência de que do seu único filho foi absurdamente usurpada a possibilidade de driblar a leucemia. Enquanto isso, o governador Simão Jatene, um notório hipocondríaco, pode dispor da medicina de ponta, em São Paulo, com os custos naturalmente bancados pelo erário, um execrável contraponto ao deus-dará ao qual é relegado quem depende da saúde pública. Mas tanta iniqüidade não parece sensibilizar ninguém. Nada mais emblemático disso que a postura silente do Ministério Público do Estado do Pará, cujo procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, que ambiciona a recondução ao cargo, presta-se ao papel de boy qualificado de Simão Preguiça. Ou o constrangedor mutismo do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará e do Sindmepa, o Sindicato dos Médicos do Estado do Pará, sempre tão diligentes quando se trata de defender os interesses da categoria.

        Detalhe sórdido deste enredo macabro, que soa a escárnio: a Secretaria Municipal de Saúde, diante da morte do pequeno paciente, informou que Nicholas Lopes teria recebido todo o atendimento possível no PSM do Guamá, enquanto aguardava a transferência para um hospital com leito de UTI pediátrica. Uma vaga teria sido supostamente disponibilizada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará no dia 20 de abril, um domingo, mas Nicholas já havia falecido.

3 comentários :

Anônimo disse...

Enquanto isso a irmã do marqueteiro mor e ganhador de gordas verbas publicitárias,manda e desmanda no devs/sesma.

Anônimo disse...

Nas contas médicas do PSM da 14, a chefia é de pessoa colocada lá pelo Duciomar Costa e que na gestão do prefeito "oculista", ocupava a mesma função no PSM do Guamá.
Na SESMA, o nepotismo e o tráfico de influência são a regra.
Alô MPE, onde estás que nada fazes?
Será que nenhum dos promotores da "caravana" que foi à São Paulo participar de jornada sobre saúde, vai fazer alguma coisa para preservar os recursos públicos da saúde?
Será que o oftalmologista do MPE é o Duciomar Costa?

Anônimo disse...

Enquanto o povo sofre e morre eles ficam rindo.