TRAMÓIA – Antecedentes comprometedores

        A contratação da Fundação Carlos Chagas, com dispensa de licitação - e o agravante de atropelar uma determinação judicial - é mais um capítulo das lambanças protagonizadas por Marcos Antônio Ferreira das Neves, que atropelam a moralidade pública, o decoro e a liturgia do cargo. Convém lembrar, ainda, o contrato da Águia Net, que começou com custo de R$ 490 mil e já está em quase R$ 1 milhão. “Se alguém macula a imagem do Ministério Público do Pará, este alguém é certamente o procurador-geral de Justiça”, desabafa um servidor do MPE ouvido pelo Blog do Barata.

        Os servidores do MPE, que se dizem por ele hostilizados, sublinham que é vasto e deletério o elenco de estripulias do atual procurador-geral de Justiça. Eles não esquecem de recordar que Marcos Antônio Ferreira das Neves, a pretexto de obter vantagens, em termos de remuneração, para procuradores e promotores de Justiça, atrelou o MPE não só ao governo Simão Jatene, mas também a Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Por isso hoje dormita, em alguma gaveta do Ministério Público Estadual, o PCCR do Palácio Cabanagem, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Alepa, notoriamente inconstitucional. Por isso, também, o MPE se prestar, pateticamente, a algoz dos professores da rede estadual de ensino, na recente greve da categoria, para poupar de desgaste político o governador tucano Simão Jatene, o Simão Preguiça. Valendo-se de uma obscura e servil promotora de Justiça, Graça Cunha, o MPE recomendou o corte do ponto dos grevistas, sem que tivesse sido sequer julgada a legalidade da paralisação, na contramão de manifestação do próprio STF, o Supremo Tribunal Federal. A lambança repercutiu tão mal, mas tão mal, particularmente nas redes sociais, que em menos de 24 horas Graça Cunha, a promotora de Justiça servil, deu meia-volta e tornou sem efeito a recomendação, cumprindo o seu papel de boneco de ventríloquo.