segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SERRRA PELADA – Cláusulas fraudulentas

        Em sua denúncia, Daniel Carvalho, o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp, relata, em tom abrasivo, as falcatruas da Colossus, a mineradora canadense, que ele define como “uma empresa trapaceira, desonesta e desleal” e acusa de introduzir cláusulas fraudulentas no contrato de parceria. “Tudo teria dado certo para os garimpeiros, não fosse o fato de a Colossus ser uma empresa trapaceira, desonesta e desleal. Os garimpeiros realmente deram um grande azar, pois, com tantas empresas sérias no país com quem se poderia realizar uma parceria decente, a Coomigasp teve a infelicidade de se deparar com a Colossus, que na verdade se constitui num grupo de vigaristas, que atua na base do suborno, da fraude e da trapaça. É o seu modus operandi para tentar subornar e cooptar todos que cruzam o seu caminho”, escancara Carvalho.
        “Assim aconteceu com os diretores da Coomigasp à época, transformando-os em seus capatazes, para agirem ou se omitirem em em seu benefício”, prossegue Carvalho. “Foi dessa forma que ela introduziu cláusulas fraudulentas no contrato de parceria e, despudoradamente, está tentando usurpar 24% das ações da Coomigap na SPCDM, aumentando a sua participação para 75% e reduzindo a cooperativa dos garimpeiros a 25% de participação no empreendimento”, denuncia o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Simultaneamente, mediante uma série de aditivos fraudulentos, sem o conhecimento ou autorização da assembleia de sócios da Coomigasp, outras cláusulas viciadas foram introduzidas no negócio, permitindo à Colossus se apropriar indevidamente da área da reserva mineral, onde passou a extrair enorme quantidade de valioso material mineralizado, levando-o para local ignorado, bem como se apropiou de uma outra áera de 700ha, pertencente à cooperativa, tudo em claro e comprovado prejuízo para os garimpeiros, que se sentem hoje espoliados em seu valioso patrimônio”, enfatiza Carvalho. “Pior: encontram-se hoje impedidos de se aproximar de sua propriedade, sob ameças e intimidações, não só de seus jagunços ali disfarçados de segurança armada, bem como contando com ações violentas e ilegais da Polícia Militar do Pará, que lá no canteiro de obras da mina montou, a pedido da Colossus, um destamento permanente.”

        De acordo com Carvalho, são recorrentes as falcatruas perpetradas da Colossus. “Todo tipo de desordem administrativa, inclusive desvio de dinheiro, compõe o expediente da Colossus em Serra Pelada. Por último, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) dectou movimentões finanaceiras suspeitas no município de Curionópolis, onde pessoas de baixíssima renda movimentavam milhões de reias em suas contas bancárias”, relata Carvalho. “Alertada, a Delegacia da Receita Federal pressionou o Ministério Público de Curionópolis a proceder a necessária investigação. Depois de muito tempo, afinal, o representante do Ministério Público ofereceu denúncia ao juiz de direito da comarca de Curionópolis (PA)”, conta ainda o presidente o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. Carvalho ilustra suas revelações com uma esclarecedora passagem da manifestação do magistrado, no qual este afirma: “Existem outras operações narradas no relatório do COAF; entretanto, a presente exposição permite uma visualização panorâmica do que parece caracterizar a atividade de uma quadrilha bem organizada, instalada para se apropriar ilicitamente do dinheiro da Cooperativa e de seus associados e, por fim, ocultar o destino dos ativos, por meio de sucessivas transferências para laranjas”.

Um comentário :

Anônimo disse...

O Ministério das Minas e Energia (leia-se Edson Lobao) e que patrocinou esta redução na participação dos garimpeiros.quem estupor trás da Colossos são velhos políticos conhecidos do Maranhão