domingo, 22 de setembro de 2013

DIÁRIO – O testemunho de Lorenna Montenegro



        Ex-repórter do Diário do Pará e do DOL, Lorenna Montenegro (foto) ofereceu um testemunho revelador, sobre a vil remuneração e as degradantes condições de trabalho nas duas empresas, na sexta-feira, 20, quando foi deflagrada a greve dos jornalistas dos dois veículos do grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. O depoimento, aqui transcrito na íntegra, figura na página mantida pelos grevistas no Facebook, que pode ser acessada pelo link https://www.facebook.com/grevediarioedol?fref=ts .

        "Infelizmente não posso estar lá hoje, mas estou mandando todas as melhores vibrações para os colegas.
        Não me arrependo dos três anos que trabalhei no Diário (e alguns meses no DOL), mas lamento sim por todas as situações vergonhosas que passei e vi muitos passarem também.
Acho que estava mais do que na hora de EXIGIR seriedade e honestidade dessa empresa com aqueles que colocam o jornal na rua e as notícias no site.
        “Trabalhei de madrugada sem ter transporte para me buscar em casa e sem receber adicional noturno durante um bom tempo. A mesquinharia dos patrões que não ofereciam as condições mínimas de higiene é conhecida, mas sentir na pele é humilhante demais.
Vi muita gente literalmente dar o sangue pelo jornal e passar mal na redação ([Carlos] Queiroz que o diga, coitado) e não ter nem reconhecimento, nem um salário decente.
        “Indignei-me demais, reclamei e não vi rigorosamente nada mudar. Mas agora é diferente, muitos como o Leo, o Tiago e tantos mais resolveram erguer suas vozes e dar um BASTA.
        “Entendo a posição de alguns colegas que resolveram continuar trabalhando para garantir seus empregos, mas só lamento: a mudança está acontecendo e eles representam o retrocesso.
        “Agora, vai doer no bolso dos patrões e se o Ministério do Trabalho não tomar uma atitude por amarras políticas, as coisas vão piorar.

        “E se os compadrio e conchavos não permitem que a imprensa nos apóie como poderia, nós seremos os comunicadores dessa pequena 'revolução' trabalhista. Vamos usar a mídia livre e continuar propagando: é GREVE!"

Nenhum comentário :