terça-feira, 28 de maio de 2013

UFPA – Antecedentes reforçam suspeitas


        Para além das evidências de corrupção eventualmente reunidas pelo ex-diretor adjunto do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, o que contribui para reforçar as suspeitas de leniência para com malfeitos é o estigma de administrador inepto que acompanha o reitor da UFPA desde sua passagem pela Fadesp, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa. Ao suceder Carlos Maneschy como diretor executivo da fundação, em outubro de 2001, o professor Luiz Acácio Centeno Cordeiro (foto), dentre outras mazelas que herdou, encontrou a Fadesp inadimplente no SIAF, o Sistema Integrado de Administração Financeira, o órgão federal que controla o emprego da verba pública. A Fadesp estava desde fevereiro do mesmo ano sem poder movimentar novos recursos. A denúncia partiu da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde, por causa de um recurso do Fundo Nacional de Saúde utilizado indevidamente. Ao término de sua gestão, em entrevista ao jornal O Liberal, Luiz Acácio Centeno Cordeiro, embora sem citá-lo nominalmente, foi contundente em relação a Carlos Maneschy. Ele declarou, com todas as letras, que a primeira meta a cumprir, ao tornar-se diretor executivo da Fadesp, foi resgatar a credibilidade da fundação, ao recuperá-la financeiramente.
        Deslumbrando com as pompas e circunstâncias do poder, o que de mais notável Carlos Maneschy produziu, à frente da Fadesp, foi um patético triângulo amoroso, com lances dignos de folhetim brega. De resto, coincide com sua gestão a ascensão de uma troika que deu o que falar, formada pela então gerente administrativa, Eliana Alzira Levy Fernandes; o coordenador de Prestação de Contas da época, Carlos Alberto Tabosa da Silva; e o coordenador de Informática, Walter Oliveira Junior, protagonista de uma gafe hilária, que entrou para o folclore da incompetência que prospera em setores da UFPA. Quando a folha de pagamento da fundação sumiu, em um eventual colapso do sistema de informática, descobriu-se que ele não tomava a mais elementar precaução, que era fazer o becap.
        Eliana Alzira Levy Fernandes, Carlos Alberto Tabosa da Silva e Walter Oliveira Junior chegaram a ficar sob a suspeita de formação de quadrilha, corrupção passiva e falsificação de documentos. Segundo revelou O Liberal, na época, as acusações envolviam superfaturamento de preços, fraudes licitatórias, recebimento de propinas e até um esquema de fornecimento de notas fiscais frias a prefeituras do interior. O inquérito foi instaurado em 25 de abril de 2008 e tramitava na 4ª Vara da Justiça Federal em Belém, sob o número 2008.39.00.006077-4. As lambanças do trio do arromba acabaram tisnando a imagem do diretor executivo da Fadesp da época, o professor João Guerreiro, embora consensualmente reconhecido como um profissional competente e um administrador probo, mas que, nesse episódio, foi vítima das responsabilidades legais do cargo, por confiar em auxiliares que não se revelaram exatamente confiáveis.

2 comentários :

Anônimo disse...

Mas o bolso dele, ele sabe administrar direitinho! Está fazendo a lambança lá no hospital Bettina achando que por ser escondido quase no meio da mata, ele não seria descoberto. Até que esse reitor ( lobo mau) foi descoberto pelo caçador ( o ex adjunto) que pelo visto, está disposto a provar toda a roubalheira que existe lá. Lá vem caçador! Lá vem caçador!! Lá vem a polícia!!

Anônimo disse...

A Fadesp não passa de um gigantesco cabide de emprego,onde o trilho do trem da alegria corre com velocidade máxima.