sexta-feira, 25 de maio de 2012

HISTÓRIA – O banho de fezes em Paulo Maranhão

        Para ilustrar a tentação totalitária, expressa na tentativa de criminalizar a liberdade de expressão e a ela reagir com a intolerância própria dos tiranetes de província, convém a leitura do editorial intitulado “Ato porco de um governo porco”, publicado pelo jornalista Paulo Maranhão, dono do jornal Folha do Norte. O editorial – que volto a publicar agora, após publicá-lo em 2005, logo após o surgimento do Blog do Barata, então denominado Pauta Livre - foi a resposta do jornalista, após ser agredido, com um banho de fezes, por capangas dos baratistas, os correligionários de Joaquim Cardoso de Magalhães Barata (foto), o caudilho que marcou época na política paraense, como interventor e governador eleito, e do qual Maranhão foi um implacável adversáriol. Jornal que marcou a história da imprensa paraense, a Folha foi, proporcionalmente, um dos diários de maior circulação do Brasil, de acordo com o falecido jornalista Cláudio Abramo, um dos ícones da moderna imprensa brasileira, responsável pelo projeto que tornou a Folha de S. Paulo um dos maiores jornais do País. A revelação de Abramo, sobre a tiragem da Folha, foi feita em 1985, no auditório do extinto Idesp, o Instituto de Desenvolvimento Sócio-Econômico do Pará, onde hoje funciona o CIG, o Centro Integrado de Governo, na avenida Nazaré. Na ocasião, Abramo participou de um debate promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará, presidido por Guilherme Barra, na época editor geral do Diário do Pará, que teve também a participação de Fernando Rodrigues, outra lenda do jornalismo brasileiro; Lúcio Flávio Pinto, que então mantinha uma coluna sobre Amazônia em O Liberal; e Euclides Bandeira, redator-chefe de A Província do Pará, precocemente falecido em 2000.
        Publicado em 14 de abril de 1950 pela Folha Vespertina, do mesmo grupo empresarial da Folha do Norte, este um jornal de circulação matutina, o editorial expressa a repulsa de Paulo Maranhão, já idoso, diante da agressão sofrida na noite de 11 de abril de 1950, após descer do carro que o conduzira até sua casa, na avenida Nazaré, onde hoje fica o prédio da Clínica dos Acidentados, em frente a Praça Santuário, antigo CAN, o Conjunto Arquitetônico de Nazaré, na época praça Justo Chermont Na ocasião, o jornalista foi atacado por três homens, um dos quais despejou-lhe um balde com fezes, em uma retaliação dos baratistas, os adeptos do governador Joaquim Cardoso de Magalhães Barata, a quem Paulo Maranhão fazia uma feroz oposição. A versão que ficou para a história foi de que a agressão a Paulo Maranhão se fez à revelia de Barata, ainda que para agradá-lo. Uma hipótese verossímil, porquanto a intolerância do governador para com a oposição se reproduzia, em efeito piramidal, entre seus adeptos.

2 comentários :

Anônimo disse...

Em que sentido Paulo Maranhão fazia oposição ao Barata?
Nasci em Belém,estudei no Grupo Escolar Augusto Montenegro.
Minha mãe era baratista eu, pequeno nessa època,nada entendia, mas, ia de tamancos ao Grupo, que não tinha merenda escolar, só um mingau,de vez em quando...
condecorrea@ig.com.br

Anônimo disse...

Em que sentido Paulo Maranhão fazia oposição ao Barata?
Nasci em Belém,estudei no Grupo Escolar Augusto Montenegro.
Minha mãe era baratista eu, pequeno nessa època,nada entendia, mas, ia de tamancos ao Grupo, que não tinha merenda escolar, só um mingau,de vez em quando...
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