quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

PLEBISCITO – O perfil (não autorizado) de Duda

Em seguida, a transcrição do perfil de Duda Mendonça (foto), o marqueteiro separatista, feito por Roberto Pompeu de Toledo:

Caro amigo paraense

No dia 11 de dezembro você votará sim ou não à partição do Pará em três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual estado se transforme no estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás, continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais. Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida. Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora aportou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim.
Todo mundo o conhece. Sabe dos seus triunfos eleitorais, como mago do marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do mensalão. Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo paraensenão deve saber.Permita um breve relato. Na eleição de 1996 para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de Pitta, Paulo Maluf. Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas,catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família Jetson. Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a eleição. Celso Pitta ganhou.
O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma marquetagem irresponsável – e a palavra “irresponsável” vai aqui no sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos. O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso, ao qual só se tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral sistema de transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do melhor urbanismo – que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno.
Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da campanha que se opunha a um projeto de divisão do estado da Bahia. Um texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar Jorge do Amado, o Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil. Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Bylle do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode. Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense.

6 comentários :

Anônimo disse...

Este senhor causa asco.Está na dele,pois vende seus serviços a quem der mais.Contudo,aqui suas marquetagens não mudarão a história do Pará.No momento continuará indivisível.Se por dinheiro,Duda se divide entre Lula,Malluf,ou outras raposas,aqui o povão não se deixará dividir por "arte" de quem não tem sentimento regional,e sim interesse em que lhe der mais "mamom".

Anônimo disse...

essa maleta do Duda aí do lado dele, tem o que dentro?
Com essa pose ele ta muito parecido com o PC do Collor. Pousa de PC do separatismo. Mas essa maleta...que será que carrega, hem?

Anônimo disse...

continuo perguntando: o que tem nessa valise chic do Duda?

Anônimo disse...

continuo perguntando: o que tem nessa valise chic do Duda?

Anônimo disse...

E dai? O que tem de novidade nesse artigo de Veja? O cara é marqueteiro, o trabalho dele é eleger quem o contratou, o que vai ao ar na campanha é criação dele e sua equipe, MAS TEM QUE SER APROVADO POR QUEM O CONTRATOU, se Duda é bonito ou feio, bonzinho ou malzinho, anjo ou demônio, é outra coisa.

Anônimo disse...

Duda, nao é bonzinho ou mauzinho.Duda foi arrolado em processo de evasão de divisas,acusado de envolvimento no mensalão. É pouco? engraçado, né? para participar de uma coisa assim nao tem problema o cara não ter uma reputação tão ilibada.Igual os demais politicos que ate onde sabe, muitos estão envolvidos em processos por causa de corrupçao.