terça-feira, 30 de agosto de 2011

CENSURA – Vício de origem

Sem a sagacidade do prestigiado tio, Ronaldo Passarinho Pinto de Souza, e a uma distância abissal do perfil intelectualizado do ilustre tio-avô, Jarbas Passarinho, Quinzinho, porém, é para lá de pragmático, resvalando para o mais escancarado oportunismo, o que explica a inclinação pelo patrimonialismo, presente também em dois de seus outros irmãos – Jarbas Porto e Raul Porto. Introduzido na Alepa pela força do prestígio do tio Ronaldo Passarinho, Jarbas Pinto de Souza Porto perpetuou-se no cargo de subsecretário legislativo, não por méritos, mas pela via do tráfico de influência. O mesmo tráfico de influência que tornou Raul Pinto de Souza Porto secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, mas que não conseguiu poupá-lo de ser preso e algemado pela Polícia Federal, em 2007, acusado de participar do esquema de recebimento de propina para favorecer madeireiras locais, com a liberação de documentação autorizando transporte e comércio de madeira ilegal.
Oportunista, mas sem luz própria, Quinzinho tratou de incorporar o sobrenome Passarinho, para fazer carreira política, inicialmente como vereador de Belém e posteriormente como deputado. Revelando parco apreço por preocupações éticas, não por acaso ele milita no PTB, legenda que tem como presidente nacional o ex-deputado federal Roberto Jefferson, um corrupto assumido, que tornou público o mensalão, o propinoduto que regava os bolsos de parlamentares alinhados com o Palácio do Planalto, um escândalo que marcou o primeiro mandato do ex-presidente Lula. Propinoduto do qual Jefferson era beneficiário, conforme assumiu publicamente.
Como vereador, Quinzinho encenou uma administração supostamente austera na condição de presidente da Câmara Municipal de Belém, promovendo demissões seletivas, que pouparam notórios beneficiários de sinecuras, porque com padrinhos políticos ilustres, em um mise-en-scène sepultado na Justiça, que reintegrou a quase totalidade dos demitidos. Reprovado no teste das urnas de 2010, sua maior contribuição no seu último mandato, foi a Lei do Fio Dental, um projeto algo caricato, aprovado pela Alepa e sancionado pela ex-governadora petista Ana Júlia Carepa. Pela lei, restaurantes, bares e similares ficam obrigados a disponibilizar, para os clientes, o fio dental, uma preocupação algo desprezível, em um Estado no qual mais de 50% da população vive na faixa da pobreza, bem próxima da miséria, segundo as estimativas mais benevolentes.
Sem mandato, Quinzinho, aliado do governador tucano Simão Jatene, tornou-se secretário estadual de Obras. Cargo que também ocupou, por um período, no mandato anterior de Jatene.

5 comentários :

Barnabé disse...

Caro Barata,
A justiça não reintegrou a "quase totalidade" dos demitidos por Joaquim Passarinho (70 pessoas) quando era presidente da Câmara Municipal de Belém, em 2001. A justiça, no ano passado, reintegrou TODOS os demitidos.Só não retornou à CMB os que morreram antes da decisão judicial.

Anônimo disse...

Taí, quizinho foi bulinar com quem "tava" quieto, fu..danou-se, o curriculum da família veio à tona.

Anônimo disse...

Então é assim: praticar ilíto POOOOODE, denunciar com provas NÃO? Me economizem e tirem o tubo.

Anônimo disse...

Quinzinho por cento?

Anônimo disse...

É um péssimo político e péssimo administrador público... merecia esta....parabéns Barata.