sexta-feira, 15 de julho de 2011

OAB – "Pede pra sair!!!"

Não se deve alimentar a expectativa de gestos dignos da parte de quem jamais primou por cultivar a dignidade. Por isso a necessidade de uma intervenção política na OAB/PA, por parte do comando nacional da Ordem, como alternativa para resguardar aquele mínimo de decência, sem a qual a já cambaleante credibilidade da entidade será irremediavelmente esfarinhada. O imbróglio da venda do terreno de Altamira é ilustrativo do menosprezo de Jarbas Vasconcelos do Carmo em relação a preocupações éticas.
Pelas suas próprias origens sociais é previsível o deslumbramento do atual presidente da OAB/PA com as pompas e circunstâncias do cargo, em detrimento de preocupações com questões mais relevantes. Hoje um homem rico, Jarbas deve sua prosperidade ao imponderável da vida e não como resultado dos esforços de toda uma carreira. Um advogado trabalhista algo opaco, ele advogava para o sindicato dos urbanitários, cujos associados conseguiram resgatar as perdas salariais impostas pela sucessão de planos econômicos. Com direito a um percentual do que foi resgatado, em um abrir e fechar de olhos ele tornou-se um novo rico. Como o dinheiro costuma comprar quase tudo – até o amor verdadeiro, como ironizava Nelson Rodrigues -, Jarbas passou a cultivar uma colossal soberba, mas permaneceu intelectualmente raso, a despeito de suas conhecidas veleidades nessa seara.
Como todo bom arrivista, Jarbas Vasconcelos do Carmo não perdeu a oportunidade, quando ela surgiu, de aboletar-se no comando da OAB/PA, com o aval de Ophir Cavalcante Júnior, o Ophirzinho, que em troca ganhou os votos da oposição, elegendo-se presidente nacional da Ordem. Embora venda a imagem de um empedernido petista, para consumo externo, Jarbas Vasconcelos do Carmo revelou-se sobretudo fisiológico. Inescrupulosamente fisiológico, convém acentuar, a pretexto de um suposto pragmatismo, que o faz manter estreitos laços com um dos seus irmãos, Jardel Vasconcelos do Carmo, ex-prefeito de Monte Alegre e cuja mulher, Josefina do Carmo, reelegeu-se deputada estadual pelo PMDB. Inimigos ontem, aliados hoje, sabe-se lá o que amanhã, o que interessa a Jarbas Vasconcelos do Carmo é se dar bem. O que choca é a colossal desfaçatez que ele exibe, quando confrontado com denúncias irrespondíveis, e o despudor com que se lança, sempre que vislumbra a oportunidade de engordar seu patrimônio e alimentar o tráfico de influência sob o qual viceja, com sua corriola, que inclui gente do jaez de Daniel Lavareda e Robério Abdon D’Oliveira, expoentes da indústria de consultorias a prefeituras do interior. Consultoria, no caso, é o eufemismo que designa o tráfico de influência. Com seus tentáculos nos tribunais de contas do Estado e dos Municípios do Pará, a máfia engravatada costuma criar dificuldades para, aí então, vender facilidades.
Diante desse picadeiro, resta, apenas, repetir o fictício capitão Nascimento, de Tropa de Elite, na esperança de sermos ouvidos por Jarbas Vasconcelos do Carmo: “Pede pra sair!!!”


5 comentários :

Anônimo disse...

Vergonha!!! Esse presidente da OAB nao é o mesmo que participou ativamente da campanha contra corrupcao da alepa??? Hora vejam só!!! Lembrando Chico Buarque: Chamem o ladrão! Chamem o ladrão! Concordo com o Barata quando diz que apesar de estar rico, o referido Sr não perdeu o comportamento dos menos favorecidos.

Anônimo disse...

Ol anonimo das 11 06 chamou os menos favocidos de ladroes. E essa gente que quer a oab de volta ao imobilismo.

Anônimo disse...

Barata, o Puty prestou solidariedade ao Jarbas. Tá lá no Repórter 70 de hoje do jornal sem credibilidade (Liberal). Égua, Barata, é como você diz: os iguais se reconhecem. Puty e Jarbas se reconhecem quando sentem o cheiro da corrupção. Pobre Pará que tem figuras toscas como essas.

Anônimo disse...

Barata, essa história de menos favorecido é de um ridículo repugnante, tão repugnante quanto o ridículo Jarbas, que é prepotente, autoritário, soberbo e rico, porém isso nada tem a ver com suas origens, me desculpa. Há gente mal caráter de toda origem e ele é a prova disso, porque dinheiro compra quase tudo, mas não compra nem caráter nem dignidade.

Anônimo disse...

Se ele honrasse suas supostas origens humildes, seria ético, honesto e sério. Pelo contrário, ele desonra tais origens, chafurdando na lama igual aos que se acham acima do bem e do mal.
Se tivesse um pingo de vergonha na cara, já teria saído para que o caso fosse investigado com seriedade, ao invés de estar, junto com seus asseclas, procurando apagar provas, indo a casa de conselheiros para pressioná-los a ficarem do seu lado e mandando emissários tão medíocres quanto ele para fazerem papel ridículo junto àqueles que não compactuam com as fraudes.