terça-feira, 29 de junho de 2010

CENSURA – Basta!!!

BLOG – De volta

Desculpo-me junto aos internautas que acessam o blog, diante da minha ausência nesta última segunda-feira, 28.
No rastro do jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo, acabei por usufruir de um prazeroso encontro, que reuniu, a minha mulher, minhas duas enteadas, duas das amigas destas, além dos meus filhos.
Para a felicidade ser completa, só faltou o meu neto, que assistiu a vitória da seleção canarinho com o pai. Mas nem por isso deixou de marcar presença, nos corações e mentes de cada um de nós, que com ele aprendemos a real extensão do amor. Para nós, avôs e avós, em particular, trata-se do amor da maturidade, que nos convida a substituir a pressa pela serenidade, o impulso pela reflexão e a ambição pela generosidade. O amor que segue seu curso tranquilo, sem sobressaltos. O amor que não exige contrapartidas, porque se alimenta da generosidade, que não nos permite tomar como impossível o que é, apenas e tão-somente, improvável E se nada der certo, nos resta a lição do poeta: "Cumpri com o destino o meu dever. /Inutilmente? Não, porque o cumpri."

PMDB – A convenção dos laranjas

JORNALISMO – A máxima cunhada por Millôr


“Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”

De Millôr Fernandes, jornalista, que é também um dos mais respeitados intelectuais de sua geração, célebre por seus múltiplos talentos, como se pode verificar no endereço eletrônico http://www.releituras.com/millor_bio1.asp . Ele foi o fundador da revista Pif-Paf, considerada o marco inaugural da imprensa alternativa no Brasil, fechada em seu oitavo número, por problemas financeiros. Millôr também participou da fundação de O Pasquim, um marco na história da imprensa alternativa brasileira, lançado na década de 70 do século passado, os anos de chumbo da ditadura militar, que se estendeu de abril de 1964 a março de 1985.

PMDB – A reflexão de Cacá Carvalho

Merece registro, pela inteligência e sensibilidade que são próprias do seu autor, o comentário de Cacá Carvalho (foto) sobre os posts acerca dos bastidores da indicação da chapa do PMDB ao governo, na sucessão estadual de outubro, publicados na edição de sábado, 26, do blog. A chapa tem como candidato a governador o presidente da Assembléia Legislativa, o jurássico deputado Domingos Juvenil, em visível ocaso político-eleitoral, e por isso tomado como um mero laranja, do qual é vice o ex-vice-governador Hildegardo Nunes. Na chapa figura como candidato ao Senado o ex-governador Jader Barbalho, deputado federal que é o morubixaba do PMDB no Pará e o único, dentre os nomes ungidos, com reais chances de vitória.
A candidatura ao governo de Juvenil, hoje eleitoralmente opaco, reforçou as suspeitas de que a chapa peemedebista tenha como objetivo precípuo viabilizar, dissimuladamente, a reeleição da governadora petista Ana Júlia Carepa, protagonista de uma administração caótica, pontuada por suspeitas de corrupção. A perfídia recorrente de Ana Júlia Carepa, o que a torna uma aliada inconfiável, pode perfeitamente ter sido neutralizado por compensações do próprio Palácio do Planalto.
De resto, a troika peemedebista teve a entusiástica adesão do ex-governador Almir Gabriel, o ghost tucano, hoje inimigo figadal daquele que foi seu amigo pessoal e auxiliar da sua mais absoluta confiança, Simão Jatene. Este vem a ser o candidato ao governo pelo PSDB na sucessão estadual deste ano, mas que tem contra si o rancor insepulto de Almir Gabriel, que moveu céus e terras para elegê-lo governador em 2002, mas o responsabiliza pelo desastre eleitoral de 2006, quando foi derrotado pela petista Ana Júlia Carepa, da qual Jader Barbalho foi um ilustre eleitor. Até 2006, convém salientar, Jader Barbalho era execrado por Almir Gabriel, que aparentemente deletou as restrições que trombeteava contra o seu ex-patrono político, ao qual recebeu no seu apartamento, nesta última quarta-feira,23, para um café da manhã que se estendeu até cerca de meio-dia.

PMDB – O perfil do ator e diretor

Carlos Augusto Carvalho Pereira, o Cacá Carvalho, nasceu em Belém, em 1953, e é ator e diretor teatral, reconhecidamente competente. Hoje radicado em São Paulo, sem abdicar de seus vínculos com o Pará, ele é reconhecido como um intérprete com uma linha de trabalho muito própria e coerente.
No entender da crítica, essa coerência permite Cacá transitar tanto nas manifestações artísticas experimentais, como também no teatro tradicional. Como ator, ele tornou-se conhecido do grande público interpretando Jamanta, um dos personagens da telenovela A Torre de Babel, exibida pela TV Globo de maio de 1998 a janeiro de 1999.

PMDB – O elegante desabafo

Segue, pela sua relevância, a transcrição, com o merecido destaque, do depoimento de Cacá Carvalho, sobre o vaivém da política paraense.

“Caro Barata,

“Depois de ler esta sequência de posts, cada um deles mais aterrorizante que história de mula sem cabeça no Mosqueiro, quando eu era pequeno, fiquei quase dez minutos me dizendo: ‘Cacá, você pensa que viu e sabe uma história. Mas, maninho, uma história é cheia de várias.’
“Barata, sobre todos esses personagens envolvidos, me veio a frase proferida por Iago (célebre amigo e traidor de Othelo, na tragédia de Shakespeare), depois de ser desmascarado.
Olhando nos olhos do general Iago lhe diz com muita calma. - O senhor errou. Saiba, as pessoas deveriam SER aquilo que PARECEM!

“Há Braços.

“Cacá Carvalho”

PMDB – Barroso cobra resgate histórico

Registro e agradeço as generosas palavras de Liberato Barroso, contador que costuma prestar consultoria para as prefeituras do interior. Reconhecido como um profissional de competência, experiência e probidade comprovadas, Barroso cobra, elegantemente, o resgate dos bastidores do passado recente da política paraense, ao comentar os posts em torno do tema, veiculados no blog neste último sábado, 26.
Segue o comentário de Barroso.

“Barata, espero que todo este material que publicaste, represente apenas o começo de um processo de divulgação da política intramuros existente no Estado do Pará. Parabéns.”

PMDB – A controvérsia sobre Juvenil 1

O tema é tratado pelo PMDB intramuros, com a discrição própria de quem quer evitar um assunto incômodo. Mas existe, sim, uma controvérsia sobre a possibilidade do peemedebista Domingos Juvenil (foto) sair candidato a governador, pelo PMDB, sem a necessidade de renunciar ao mandato de deputado estadual e, por extensão, à privilegiada condição de presidente da Assembléia Legislativa, dona de um colossal orçamento.
Fonte do blog, revela que, nos bastidores da legenda, circula a versão segundo a qual a assessoria jurídica do partido já teria detectado uma filigrana da lei capaz de contemplar a pretensão de Juvenil. O presidente da Assembléia Legislativa, recorde-se, tem como 1º vice-presidente o deputado João Salame, do PPS, supostamente simpático à reeleição da governadora petista Ana Júlia Carepa.

PMDB – A controvérsia sobre Juvenil 2

Advogado consultado pelo blog questiona a tese que sustenta a pretensão de Domingos Juvenil, de disputar a sucessão estadual sem abdicar do seu mandato de deputado e da presidência da Assembléia Legislativa.
Na leitura desse advogado, interpretando a legislação que regula a matéria, Juvenil não seria obrigado a renunciar ao mandato parlamentar se fosse candidato a reeleição como deputado. Mas como disputa a eleição em outra esfera de poder, como candidato a governador - com o agravante de ser ordenador de despesas, na condição de presidente da Assembléia Legislativa -, Juvenil terá, sim, a obrigação de renunciar ao mandato, acrescenta o advogado.

PMDB – E o Anaice, excelência???

Em que pé se encontra o imbróglio protagonizado por Luis Eduardo Anaice? Esta é a pergunta que não quer calar e perdura à espera de um esclarecimento efetivamente convincente, principalmente do deputado Domingos Juvenil, o jurássico presidente da Assembléia Legislativa.
Deputado estadual, o radialista Luis Eduardo Anaice é protagonista de uma dessas lambanças que comprometem, irremediavelmente, a credibilidade do Legislativo. A pretexto de supostos problemas cardíacos, o parlamentar do PMDB entrou de licença por 150 dias, aprovada pela Assembléia Legislativa do Pará a 4 de agosto de 2009, mas só foi substituído em 29 de setembro. Pelo regimento interno da Assembléia Legislativa, qualquer licença superior a 120 dias requer a convocação do suplente.
O inusitado é que, a despeito dos supostos problemas cardíacos, que levaram-no a se licenciar da Assembléia Legislativa, Anaice permanece apresentando o programa policial Metendo Bronca, que vai ao ar na TV RBA, de segunda-feira a sábado, das 14h35 às 15h30. Afiliada da Band no Pará, a TV RBA integra o grupo de comunicação da família do ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Estado.
Pelas circunstâncias, perdura a suspeita de que o ex-governador Jader Barbalho, com óbvia ascendência política sobre Anaice, tenha convencido o deputado peemedebista a se licenciar, de modo a permitir a permanência, no Palácio Cabanagem, do deputado Parsifal Pontes, um parlamentar que migrou da condição de suplente para líder da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa.

DESGOVERNO – Denúncia sobre farra de diárias

Internauta, que é leitor assíduo do Diário Oficial do Estado, denuncia os fortes indícios de suposta farra de diárias na SEMA, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a pretexto de vistorias em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Na portaria não é esclarecido o objetivo da vistoria.
Transcrevo, abaixo, a portaria que desperta a suspeita de que esteja em curso uma ruidosa farra de diárias, cujos contemplados, acrescenta a denúncia, são servidores contratados.

DIÁRIO OFICIAL Nº. 31696 de 28/06/2010

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

Diária

Número de Publicação: 123198

Portaria: 1702/2010

Objetivo: REALIZAR VISTORIA TÉCNICA.

Fundamento Legal: ART.145 DA LEI 5.810 E SEUS PARAGRAFOS.

Origem: BELEM/PA – BRASIL

Destino(s):

IPATINGA/MG – Brasil
RIO DE JANEIRO/RJ – Brasil

Servidor(es):

0000/ANA CLARA SERRÃO FAYOL (COLABORADORA EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
0000/ANA PATRICIA RAMOS ARAUJO DOS SANTOS (COLABORADOR EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
0000/LETICIA DE FATIMA CAMPOS LOPES (COLABORADOR EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
0000/MANUELY PEREIRA NEVES (COLABORADOR EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
0000/MARCIA RAMOS DE QUADROS (COLABORADOR EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
0000/ROMULO CAVALEIRO DE MACEDO ALVES (COLABORADOR EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
00000/WILLIAM ANDERSON MOURA DE FREITAS (COLABORADOR EVENTUAL) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010
571756851/WILTON MARCELLO SANTOS TEIXEIRA (ENGENHEIRO) / 6.5 diárias (Completa) / de 27/06/2010 a 03/07/2010

Ordenador: JOSÉ CLAUDIO MOREIRA CUNHA

28 de junho de 2010 09:07

TCU – Serpro é denunciado por irregularidades

Em comentário anônimo, internauta chama atenção para o imbróglio protagonizado pela regional de Belém do Serpro, Serviço Federal de Processamento de Dados, diante da denúncia feita ao TCU, o Tribunal de Contas da União, sobre supostas irregularidades no pregão eletrônico n.º 2052/2009. O pregão eletrônico sob suspeita destinou-se à contratação de empresa para prestação de serviços de limpeza, jardinagem e copeiragem e, segundo a denúncia, a vencedora da licitação - K. M. Serviços Gerais Ltda - deveria ter sido desclassificada, uma vez que “cotou incorretamente valores relativos aos itens Seguro Acidente de Trabalho/SAT/INSS e Vale Transporte, deixando com isso de cumprir requisitos estabelecidos no edital”.
O comentário sublinha que, em seu voto, “o relator afirmou assistir razão à representante, estando, de fato, a proposta da vencedora em desacordo com os requisitos contidos no edital. Restou evidente a quebra de isonomia, pois ‘as demais licitantes adotaram, em suas planilhas, o percentual específico de risco com acidente de trabalho previsto no Anexo V do Regulamento da Previdência Social, e usaram o parâmetro de vinte e seis dias para concessão do vale transporte, ou seja, agiram estritamente de acordo com as normas do edital.’

TCU – O relato sobre o imbróglio

Segue abaixo, na íntegra, o relato sobre os pormenores do imbróglio, feito por internauta, em comentário anônimo.

“Caro Augusto Barata,

“O Tribunal de Contas da União puniu o SERPRO de Belém em razão de maracutaia que foi denunciada por empresa participante de licitação promovida pela entidade.

“Veja o que foi divulgado no último informativo:

Anulação do ato que classifica proposta em desacordo com exigências editalícias

“Representação formulada ao TCU indicou supostas irregularidades no Pregão Eletrônico n.º 2052/2009, conduzido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), Regional Belém/PA, destinado à contratação de empresa para prestação de serviços de limpeza, jardinagem e copeiragem. Para a representante, a vencedora da licitação deveria ter sido desclassificada, uma vez que “cotou incorretamente valores relativos aos itens Seguro Acidente de Trabalho/SAT/INSS e Vale Transporte, deixando com isso de cumprir requisitos estabelecidos no edital do certame, pois: 1) utilizou o percentual de 2% (dois por cento) para todas as categorias do certame, quando deveria ter utilizado o percentual de 3% (três por cento), em decorrência da natureza de sua atividade principal; 2) o item 2.2.3.1-d do Anexo I do edital determina que serventes, jardineiro e encarregado participarão da limpeza aos sábados. Ao considerar somente vinte e dois dias de serviço por mês para as categorias de servente, jardineiro e encarregado, os preços por ela propostos para o item Vale Transporte desconsideraram quatro dias adicionais por mês, referentes aos sábados e, com isso, os custos desse item resultaram menores que o correto.”. Em seu voto, o relator afirmou assistir razão à representante, estando, de fato, a proposta da vencedora em desacordo com os requisitos contidos no edital. Restou evidente a quebra de isonomia, pois ‘as demais licitantes adotaram, em suas planilhas, o percentual específico de risco com acidente de trabalho previsto no Anexo V do Regulamento da Previdência Social, e usaram o parâmetro de vinte e seis dias para concessão do vale transporte, ou seja, agiram estritamente de acordo com as normas do edital.’. Para o relator, em se tratando de irregularidade que importa afronta à lei ou a princípio do Direito Administrativo, não passível de convalidação, “é dever da administração declarar a nulidade do ato viciado”, à luz do art. 49 da Lei n.º 8.666/93 e da Súmula 473 do STF. Conforme o relator, a nulidade da licitação e do contrato ‘não gera qualquer enriquecimento ilícito do Estado, por não implicar a devolução das quantias pagas nos casos em que o serviço era necessário e foi devidamente prestado sem qualquer indício de sobrepreço’. A nulidade do contrato ‘não implica, ainda, a interrupção dos serviços, uma vez que o órgão pode contratar emergencialmente a continuidade das prestações até a realização de novo certame livre dos vícios ora apontados’. Assim sendo, o relator propôs e a Primeira Câmara decidiu julgar procedente a representação, determinando ao Serpro Regional Belém/PA ‘a adoção das medidas necessárias à anulação do ato de classificação da proposta da empresa K. M. Serviços Gerais Ltda. no âmbito do Pregão Eletrônico nº 2052/2009, bem como dos demais atos subsequentes’. Acórdão n.º 3496/2010-1ª Câmara, TC-025.684/2009-7, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 15.06.2010.”

BELÉM – A imundice de Duciomar, o nefasto Dudu

Fonte do blog relata, com incontida indignação, a imundice registrada na praça Waldemar Henrique, cenário das comemorações da quadra junina. Um espetáculo repulsivo, patrocinado pela escumalha a serviço do prefeito reeleito de Belém, Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu.
De acordo com a fonte do blog, foi instalado na praça um banheiro químico, assentado tão precariamente que dele escorre um líquido escuro e fétido. Mas o pior ainda está por vir. No entorno do banheiro concentram-se os vendedores de guloseimas, que completam a imundice digna do nefasto Dudu e da malta que acompanha o farsante de hoje, que é o falsário do passado.

INDULTO – Prazo para propostas vai até quarta

Notícia veiculado no site do Ministério da Justiça informa que na sexta-feira, 25, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária instituiu a comissão responsável pela elaboração da proposta de indulto natalino. O prazo para receber sugestões – de qualquer pessoa ou instituição - vai até esta próxima quarta-feira, 30.
A nova proposta de indulto natalino será avaliada pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, antes de ser encaminhada ao presidente Lula. As colaborações podem ser enviadas ou entregues na secretaria do CNPCP - Ministério da Justiça, edifício sede, 3º andar, sala 303, Esplanada dos Ministérios, CEP 70.064-900, Brasília (DF) -, ou enviadas por correio eletrônico para jussara.ribeiro@mj.gov.br .

sábado, 26 de junho de 2010

CENSURA - Basta!!!

ELEIÇÕES - O desabafo do molusco aloprado

PESAR – Condolências a Regina e Márcio

Com atraso, mas com sincero pesar, o Blog do Barata apresenta suas condolências, naturalmente extensivas às respectivas famílias, à deputada Regina Barata, do PT, e ao deputado Márcio Miranda, líder do DEM, no momento de dilacerante dor pela perda irreparável que amargam ambos os parlamentares. Regina chora a morte da mãe, dona Otávia Barata Pinheiro, a simpática e irreverente Teteca, e Márcio a do pai, o pecuarista Manoel Clementino Miranda.
Apesar das justas lágrimas, o alento para ambos, Regina Barata e Márcio Miranda, é saber que viver, para os que ficam, não é morrer. Sob essa perspectiva, certamente são indeléveis as doces lembranças legadas tanto por dona Otávia como por “seu” Manoel. Lembranças que se sobrepõem a ausência física e fazem de ambos uma perene presença na vida de cada um daqueles aos quais sempre estiveram atados pelos indestrutíveis laços de amor e/ou amizade, parentes ou não.
Cada um à sua maneira, com idiossincrasias certamente distintas e mapas de crenças possivelmente diversos, dona Otávia e “seu” Manoel têm como denominador comum a generosidade que só o amor é capaz de fazer florescer plena, sem amarras. Cada um no seu papel, ambos sempre foram, para os seus e para todos aqueles aos quais eram caros, a bússola que orienta, o braço que ampara, o colo que reconforta e o coração transbordante em generosidade, como é próprio dos que têm o privilégio de experimentar o amor com início e sem fim.
Como o amor transcende a finitude da vida, dona Otávia e “seu” Manoel permanecem entre nós, ainda que invisíveis, porque diluídos no coração e na mente de cada um daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-los e usufruir da sua intimidade, ou proximidade. O que acaba por corroborar a lição do poeta: “(...) mas as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão.”

PMDB – Hildegardo Nunes a caminho do cadafalso

Em seu blog, o deputado Parsifal Pontes, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, anuncia o nome do ex-vice-governador Hildegardo Nunes (foto) como companheiro de chapa do deputado Domingos Juvenil, o jurássico pré-candidato ao governo pelo PMDB. O que significa, ao fim e ao cabo, destiná-lo ao cadafalso político, ao fazê-lo coonestar a farsa do laranja da rua do Aveiro. Presume-se, naturalmente, que a Hildegardo aguarde uma atraente compensação, diante do sacrifício que fatalmente representa protagonizar uma farsa, por si só constrangedora, que soa inevitavelmente vexatória, por lhe impor a companhia de alguém do jaez de Domingos Juvenil.
Engenheiro agrônomo, formado pela extinta FCAP, a Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, hoje UFRA, Universidade Federal Rural da Amazônia, Hildegardo é filho do ex-governador Alacid Nunes, um coronel que foi uma das duas lideranças reveladas no Pará pelo regime militar, ao lado de Jarbas Passarinho, também coronel e seu inimigo figadal. Um homem elegante, no trajar e nos modos, Hildegardo está a uma distância abissal do perfil autocrático do pai. Contra ele conspira, porém, a falta de densidade eleitoral, que o faz carregar o estigma que perseguiu os tucanos, no alvorecer do PSDB, do qual se dizia ter charme, mas não ter votos.

PMDB – A saga do ex-vice-governador

No plano político, Hildegardo Nunes é originário do extinto PFL, o Partido da Frente Liberal, do qual é sucedâneo o DEM, o Democratas, e que reuniu inicialmente os dissidentes do PDS, o Partido Democrático Social, que somaram-se ao PMDB para eleger presidente - pelo voto indireto, no colégio eleitoral - o ex-governador de Minas Tancredo Neves, sepultando a ditadura militar. Ele permaneceu na legenda até o pai ser alijado do comando do partido, pelo ex-governador Hélio Gueiros, então rompido com o ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. Migrou, posteriormente, para o PTB, pelo qual se elegeu vice-governador em 1998, na chapa do tucano Almir Gabriel (foto, à esq., com Mário Couto), reeleito governador e do qual fora, no primeiro mandato, secretário estadual de Agricultura.
Ao figurar como vice de Almir Gabriel, Hildegardo foi anunciado por este, durante a campanha, como o futuro interlocutor do governo junto às classes produtivas. A promessa nesse sentido ficou circunscrita aos palanques de campanha e, ao iniciar seu segundo mandato como governador, Almir destinou a estratégia Secretaria Especial de Produção a Simão Jatene, então seu correligionário e amigo, que veio a fazer seu sucessor, em 2002. Ao ungir Jatene como seu sucessor, Almir não honrou a promessa de indicar como candidato ao governo, na sua sucessão, o postulante com melhor desempenho nas pesquisas de intenção de voto – que naquela altura era justamente Hildegardo. Este, porém, foi isolado por Almir, que tratou de colocar a máquina administrativa estadual a serviço da candidatura de Jatene, até então um técnico reconhecidamente competente, mas apenas e tão-somente um político de gabinete. A perfídia do governador tucano levou Hildegardo ao rompimento com Almir e a lançar-se candidato ao governo pelo PTB, em 2002.

PMDB – O fracasso eleitoral de 2002

Com uma campanha pobre e pontuada por colossais equívocos, como a ausência de sintonia dos marketeiros com a assessoria jurídica do candidato, a candidatura de Hildegardo Nunes ao governo, em 2002, não prosperou e ele sequer conseguiu passar para o segundo turno, polarizado entre o tucano Simão Jatene e a deputada petista Maria do Carmo Martins. Maria do Carmo Martins, hoje prefeita reeleita de Santarém, teve o apoio de Hildegardo, mas acabou derrotada por Jatene, que teve o decisivo aval, para tanto, do ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, rejeitado por setores do PT, comandados por Ana Júlia Carepa, a pretexto de ter seu nome associado a suspeitas de corrupção. A mesma Ana Júlia, diga-se, que em 2006 teve como avalista político e estrategista eleitoral justamente Jader Barbalho, sem opor nenhuma restrição de caráter ético a quem, no passado recente, tanto malsinara.
Com o pai no ocaso político e o PTB tomado de assalto pelo prefeito de Belém, Duciomar Costa, o nefasto Dudu, Hildegardo Nunes migrou para o PMDB e acabou como vice na chapa de José Priante, o candidato peemedebista ao governo em 2006, cujo papel foi fracionar os votos e forçar a realização do segundo turno, o que tornou possível à candidata petista, Ana Júlia Carepa, derrotar o ex-governador tucano Almir Gabriel, que postulava um terceiro mandato, pelo PSDB. Precavido, Hildegardo resistiu à idéia de integrar o secretariado de Ana Júlia Carepa, abrigando-se no Sebrae, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, do qual tornou-se superintendente no Pará, até ser compelido a desistir do cargo, em um dos episódios de flagrante hostilidade da governadora petista Ana Júlia Carepa ao ex-governador Jader Barbalho. Foi então que Hildegardo ressurgiu já como secretário de Governo do prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (PMDB), filho e presumível herdeiro político de Jader Barbalho. A expectativa, em torno de Hildegardo, era que ele viesse a ser eleito deputado estadual pelo PMDB, na esteira do prestígio de Jader Barbalho.

PMDB – Miséria do Marajó tisna imagem

Em época de responsabilidade social certamente conspira contra a boa imagem de Hildegardo Nunes ele integrar uma família de fazendeiros do Marajó, uma região que ostenta índices sociais africanos, e por isso é terreno fértil para o tráfico de drogas e a prostituição, em geral, e a prostituição infanto-juvenil, em particular. Recorde-se que o avô materno de Hildegardo, Abel Figueiredo, já morto, foi um influente deputado. E seu pai, o coronel Alacid Nunes, governador do Pará por duas vezes, deputado federal por vários mandatos e homem forte do regime militar no Estado, ao lado do também coronel Jarbas Passarinho, este ex-governador, ex-senador e ex-ministro de Estado dos governos militares e também no governo Fernando Collor. Aparentemente, o prestígio político de Abel Figueiredo e Alacid Nunes, e mais particularmente deste, não foi utilizado para minorar o drama social no qual patina o conjunto da população da região.
Essa indiferença acaba por nivelar por baixo os Nunes, incluso Hildegardo. A situação sugere aquela insensibilidade social própria das elites predatórias, tal qual gente do jaez do senador tucano Mário Couto, um ex-bicheiro, e do deputado estadual do PSDB Bira Barbosa, que em passado recente foi um jaderista histórico, até migrar para o ninho tucano, durante o governo Simão Jatene, na equivocada presunção da decadência política de Jader Barbalho. Ambos, Mário Couto e Bira Barbosa, parecem só fixar os olhos no Marajó nos períodos eleitorais, para pinçar votos nos seus respectivos currais políticos.
PS. Registro e agradeço a retificação , corrigindo-me sobre a atual legenda de Bira Barbosa, que equivocadamente comentei ser o PV, quando na realidade o parlamentar migrou do PMDB para o PSDB, durante o governo do tucano Simão Jatene.

PMDB – A ironia da história

O sacrifício imposto a Hildegardo Nunes, de sair candidato a vice-governador na chapa do jurássico Domingos Juvenil, o candidato ao governo pelo PMDB, é condimentado por uma dessas ironias da história. Ele vem a ser filho do coronel Alacid Nunes, que em 1982 era governador, com o aval do regime militar, contra o qual se rebelou, no rastro do seu rompimento com Jarbas Passarinho, seu inimigo figadal. Ao romper com o Palácio do Planalto - para não cumprir um suposto acordo pelo qual caberia a Jarbas Passarinho indicar seu sucessor -, Alacid fez migrar sua bancada de deputados para o PMDB, turbinando a candidatura ao governo de Jader Barbalho, que acabou por derrotar o candidato do PDS, o empresário Oziel Carneiro, um nome reconhecidamente probo e competente, mas desprovido de carisma.
Contando com o calor da máquina administrativa estadual, posta a serviço de sua candidatura por Alacid Nunes, Jader Barbalho derrotou Oziel Carneiro, em 1982, no restabelecimento das eleições diretas para governador, o que pavimentou o caminho que reconduziria o Brasil ao regime democrático, com a vitória do ex-presidente Tancredo Neves no colégio eleitoral, em 1985, diante do ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, do PDS, o candidato do regime militar. Mas Alacid fez muito mais. Em 1982 ele viu seu arquiinimigo, Jarbas Passarinho, ser derrotado na disputa pelo Senado, para o qual foi eleito Hélio Gueiros, do PMDB, beneficiado pela soma dos votos das sublegendas, pelas quais também disputaram a vaga de senador Itair Silva, um competente advogado trabalhista, e o deputado federal João Menezes, remanescente do histórico PSD, o Partido Social Democrata, uma legenda populista, extinta pelo golpe militar de 1º de abril de 1964. O PSD, cuja nova versão não guarda nenhuma similitude com a legenda original, daria origem ao MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, que abrigou a oposição ao golpe militar de 1º de abril de 1964, posteriormente transformado em PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro. A transformação de MDB em PMDB se deu quando a nova legislação eleitoral aprovada em 1979, no governo do general João Figueiredo, obrigou que as agremiações políticas fossem nominadas de partido, o que varreu do mapa político brasileiro a célebre UDN, a União Democrática Brasileira, abrigo natural da direita. Chegou a ser dito, no alvorecer do golpe de 1964, que a ditadura militar era o Estado Novo da UDN, mas os militares, na verdade, dispensaram seus prepostos civis, e com estes a legenda histórica, de inspiração claramente golpista.
Em tempo: o Estado Novo resultou do golpe de 1930, que catapultou ao poder o ex-presidente Getúlio Vargas, um caudilho de perfil populista, que comandou uma sangrenta ditadura, implacável com seus adversários. Deposto em 1945, Getúlio retornaria ao poder em 1950, dessa vez legitimado pelo voto popular, neutralizando posteriormente a tentativa de um novo golpe com a própria vida. Ao suicidar-se, com um tiro no coração, após uma tensa madrugada, Getúlio Vargas provocou uma comoção popular e neutralizou o golpe em marcha. Como antecipou em sua carta-testamento, deixou a vida para entrar para a história. O golpe militar, há muito acalentado na caserna, só seria consumado em 1º de abril de 1964, depondo o então presidente João Goulart, o Jango, um dos ilustres herdeiros políticos de Getúlio Vargas.
PS. Agradeço ao internauta que corrigiu-me, ao flagrar-me confundido o PDS com PSD, ao reportar-me à legenda pela qual foi candidato ao governo o empresário Oziel Carneiro, em 1982. O PDS, Partido Democrático Social, foi o sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como a legenda de sustentação parlamentar do regime militar. O PSD, Partido Social Democrático, foi uma legenda conservadora, mas populista, que nacionalmente se confunde com o getulismo e foi extinta pela ditadura militar, que instituiu o bipartidarismo, que opunha a Arena ao MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, abrigo natural para quem fazia oposição ao regime dos generais, dentro dos marcos da legalidade.

PMDB – Coragem moral diante das pressões

O rompimento político com Jarbas Passarinho, e por extensão com o regime militar, exigiu de Alacid Nunes uma elogiável coragem moral. Se Jader Barbalho contou com o apoio da máquina administrativa estadual, o Palácio do Planalto, que tinha como inquilino o general João Figueiredo, colocou a estrutura de poder federal à disposição de Jarbas Passarinho e Oziel Carneiro. Refém do regime militar, diante da concessão do canal 7, o patriarca dos Maiorana, o jornalista e empresário da comunicação Romulo Maiorana, a despeito dos seus vínculos históricos com o PSD, que está na gênese do PMDB, viu-se compelido a colocar seu grupo de comunicação, e mais particularmente o jornal O Liberal, a reboque das candidaturas de Oziel Carneiro ao governo e de Jarbas Passarinho ao Senado. Uma apuração paralela, promovida pelos correligionários de Oziel e Jarbas, que O Liberal tratava de repercutir, à margem dos números oficiais, recalcitrava em admitir a derrota dos candidatos do PDS, sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como partido de sustentação parlamentar do regime dos generais. A versão atualizada do PDS é o nanico PP, o Partido Progressista.
As pressões do Palácio do Planalto sobre Alacid Nunes foram colossais. Aos mais íntimos o ex-governador conta que, em certa ocasião, recebeu um telefonema de Brasília, solicitando-lhe que fosse sozinho à noite, dirigindo seu carro particular, ao aeroporto militar de Belém, para um encontro sigiloso, do qual não devia dar conhecimento a ninguém. O então governador, conforme seu próprio relato, cumpriu o recomendado e ao chegar no aeroporto militar deparou-se com os generais Danilo Venturini, chefe do Gabinete Militar do governo Figueiredo, Otávio Medeiros, chefe do sinistro SNI, o tenebroso Serviço Nacional de Informações (extinto pelo ex-presidente Fernando Collor), e Newton Cruz (foto), o irascível e truculento comandante militar do Planalto. Os três tentaram demover o então governador do Pará de apoiar a candidatura de Jader Barbalho, ainda segundo Alacid, discreta personagem e testemunha de um período conturbado da história do Brasil. A certa altura, conta também o ex-governador, Newton Cruz, já impaciente e fiel ao seu estilo abrasivo, vociferou, dirigindo-se a Danilo Venturi e Otávio Medeiros: “Vamos embora, porque estamos perdendo tempo. Este merda não vai recuar.” “Este merda” era, nada mais, nada menos, que o coronel Alacid Nunes, na época governador do Pará. A explosão de impaciência de Newton Cruz se deu na presença de Alacid, em elevados decibéis, recorda o próprio ex-governador.

PMDB – Como Jader se livrou do julgo de Alacid

Um político reconhecidamente sagaz, ao intuir a pretensão de Alacid Nunes (na foto, o segundo da esq. para a dir., ainda jovial), em engessá-lo, na veleidade de protagonizar uma governança compartilhada, Jader Barbalho, sem alarde, tratou de cooptar a bancada fiel ao ex-governador na Assembléia Legislativa, valendo-se para tanto das benesses do poder. Poucos foram os parlamentares alacidistas que se mantiveram fiéis ao seu patrono político, como Célio Sampaio, um ex-taxista, e Aldo Almeida, um talentoso jornalista, apaixonado pela política e pelas mulheres - ambos já falecidos. Os demais trataram de se aconchegar ao jovem governador, que assim, sem alarde, esfarinhou o prestígio político do coronel que fora decisivo para sua eleição. Em um primeiro momento Alacid reagiu em tom cáustico, vociferando acusações de corrupção contra Jader, em suas andanças pelo interior, mas sem obter a repercussão que aparentemente esperava conseguir.
Hábil, Jader tratou de ignorar as diatribes desfechadas por Alacid, até para não repercuti-las e conferir relevância ao ex-aliado. Ao final do seu mandato, Jader abdicou da idéia de sair candidato à Câmara Federal ou ao Senado, para assim poder comandar sua sucessão, em 1986, possivelmente por não confiar no seu vice, Laércio Franco, um alacidista histórico, ao qual, porém, jamais hostilizou. Com a utilização acintosa da máquina administrativa estadual, Jader elegeu o peemedebista Hélio Gueiros governador e tornou senadores, com a força do seu prestígio eleitoral, Jarbas Passarinho, o adversário de 1982, e Almir Gabriel, então no PMDB e a quem fizera prefeito biônico de Belém, sucedido, já em eleição direta, por Fernando Coutinho Jorge, este também do PMDB. Jader ainda faria de Coutinho Jorge senador e ministro de Estado do Meio Ambiente, para depois vê-lo migrar para o ninho tucano, após as eleições de 1994, nas quais Almir Gabriel tornou-se governador do Pará, pelo PSDB, com o apoio de Hélio Gueiros, ex-governador e na época prefeito eleito de Belém, pelo PFL, o Partido da Frente Liberal.
Em 1994, recorde-se, Gueiros estava rompido com Jader Barbalho, com o qual se reconciliaria, retornando ao PMDB, após ver o filho, o então vice-governador Hélio Gueiros Júnior, o Helinho, também do PFL, menosprezado e hostilizado por Almir Gabriel, a quem Hélio ajudara a eleger-se governador. Em 1998, já no PMDB, Hélio Gueiros e Helinho disputaram, respectivamente, o Senado e a Câmara dos Deputados, sendo atropelados, porém, pelo rolo compressor tucano, supostamente turbinado pelo dinheiro obtido com a privatização da Celpa, as Centrais Eletricas do do Pará S/A. Hoje sucateada, a Celpa foi adquirida pelo grupo Rede Energia S/A, com sede em São Paulo e que tem por objetivo declarado a participação acionária em empresas, controladas e coligadas, diretas e indiretas, atuantes em atividades de geração, comercialização e distribuição de energia elétrica.

PMDB – A versão edulcorada do rompimento

Para consumo externo, o ex-governador Alacid Nunes já tentou, em passado recente, vender uma versão edulcorada do seu rompimento com Jader Barbalho, sugerindo preocupações éticas que decididamente não combinam com seu pragmatismo. Por isso cabe receber com as devidas reservas o relato oferecido pelo ex-governador, catapultado para a política partidária pelo golpe militar de 1º de abril de 1964, época na qual Alacid Nunes ainda personificava o militar casca-grossa, por isso apelidado de Sargentão.
Na sua versão, trombeteada há cerca de 12 anos atrás, Alacid relata que decidiu manter, por assim dizer, um distanciamento crítico de Jader Barbalho, ao constatar a indiferença deste diante de denúncias sobre um suposto achaque aos empresários de transportes coletivos de Belém. O achaque envolveria uma pessoa afetivamente próxima, muito próxima, mesmo, do então jovem governador peemedebista. Em um jantar a dois, no palacete governamental, hoje Parque da Residência, Jader teria ficado rouco de tanto ouvir. Quando se manifestou a respeito da denúncia, teria minimizado-a. “Foi quando decidi afastar-me dele (Jader)”, contava na época Alacid.
Seja como for, de Hildegardo Nunes pode-se dizer que jamais deixou-se contaminar pela tentativa tucana de desqualificar Jader Barbalho. Nem mesmo nos momentos de maior exacerbação da campanha eleitoral de 1998, quando Jader amargou sua única derrota eleitoral, diante da reeleição do governador tucano Almir Gabriel, pontuada por denúncias de acintoso abuso de poder econômico e escandalosa utilização da máquina administrativa. Um padrão de comportamento também zelosamente cultivado por Otávio Oliva, amigo pessoal e fiel escudeiro do ex-vice-governador, que vem a ser um profissional de probidade, competência e experiência comprovadas. O bom-tom, aliás, é o denominador comum entre os dois, Hildegardo Nunes e Otávio Oliva.

PMDB – A eleição de Jarbas, prova de prestígio

A eleição de Jarbas Passarinho (foto) ao Senado, em 1986, foi uma inequívoca demonstração de prestígio político de Jader Barbalho, além de servir para neutralizar o estigma de corrupto que os adversários tentavam impingir ao jovem governador. Protagonista, em seu primeiro mandato como governador, de uma administração pontuada por denúncias de corrupção e claramente permissiva, do ponto de vista ético, a proximidade de Jarbas serviu para Jader aplacar mágoas e rancores insepultos, herdados da campanha eleitoral de 1982. Um político pessoalmente probo e de inquestionável brilho intelectual, e por isso mesmo respeitado em Brasília, inclusive por seus adversários, o apreço do novo aliado neutralizava a tentativa de satanizar Jader.
De resto, Jader Barbalho ofereceu, com o apoio ao adversário de 1982, uma prova incontestável de seu prestígio político-eleitoral. Com a mulher e companheira em tempo integral devastada por um câncer, Jarbas Passarinho cogitou abrir mão da candidatura ao Senado, em coligação com o PMDB de Jader. Este, contudo, persuadiu o adversário da véspera a ir cuidar da mulher amada, responsabilizando-se pela sua eleição. “Vá cuidar da dona Ruth, que eu me encarrego da sua eleição”, exortou Jader. Promessa feita, promessa cumprida. Sem abandonar dona Ruth, um amor de juventude que o passar dos anos não conseguiu minar, Jarbas foi eleito senador sem fazer campanha. Bastou o prestígio do seu ilustre cabo eleitoral para remetê-lo de volta a Brasília. Oito anos depois, é verdade, Jader apresentou a fatura a Jarbas, ao sair candidato a única vaga ao Senado em 1994, reservando a disputa pelo governo a Jarbas Passarinho, que, a contragosto e em estado de depressão, acabou derrotado por Almir Gabriel, candidato pelo PSDB, do qual foi um dos fundadores e pelo qual disputou a eleição presidencial de 1989, como vice na chapa do ex-governador paulista Mário Covas, já falecido, vítima de câncer.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

CENSURA – Basta!!!

PETRALHAS – Em clima de quadrilha

PMDB – Resignado, Priante vai disputar a Câmara

“A contragosto”, como ele próprio se encarrega de sublinhar, o ex-deputado federal José Priante (foto) arquivou a pretensão de sair candidato ao governo pelo PMDB, cujo pré-candidato é o deputado Domingos Juvenil, o jurássico presidente da Assembléia Legislativa, em franca decadência eleitoral. Indagado pelo Blog do Barata, Priante revelou que deverá sair candidato à Câmara dos Deputados, o que reforça as suspeitas de que Domingos Juvenil é, na verdade, um laranja, útil para não tornar tão repulsivo o apoio à reeleição da governadora petista Ana Júlia Carepa, que mantém uma relação ambivalente, entre a solidariedade e a hostilidade, com o PMDB.
Ao postular a candidatura ao governo pelo PMDB, Priante foi estimulado pelo seu bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto encomendadas pelo ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará, do qual o hoje deputado federal é presidente regional e líder inconteste. O bom desempenho de Priante nas pesquisas de intenção de voto é tanto mais expressivo porque ele submergiu no limbo político, após sair candidato a governador em 2006, para atender conveniências partidárias, em detrimento de uma reeleição líquida e certa para a Câmara dos Deputados.

PMDB – O sacrifício pelo partido, em 2006

Com sua candidatura ao governo, em 2006, José Priante contribuiu decisivamente para levar a disputa para o segundo turno, ao fracionar os votos, evitando assim a polarização, já no primeiro turno, entre o ex-governador tucano Almir Gabriel, que postulava um terceiro mandato, e a petista Ana Júlia Carepa, então senadora. Dentro da estratégia traçada por Jader Barbalho, o ilustre avalista político e estrategista eleitoral de Ana Júlia Carepa em 2006, a disputa chegou ao segundo turno, tornando possível a candidata petista eleger-se a primeira governadora eleita do Pará, despachando para as páginas da história o ex-governador Almir Gabriel.
Por conta do seu sacrifício, Priante foi contemplado com a Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, na partilha política do governo Ana Júlia Carepa. Uma compensação que lhe foi posteriormente usurpada, a pretexto das suspeitas de corrupção envolvendo seus prepostos. Em 2008, ao disputar a Prefeitura de Belém pelo PMDB, o ex-deputado federal chegou ao segundo turno, mas acabou derrotado pelo prefeito Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, que teve o apoio, por debaixo dos panos, de Ana Júlia Carepa. Justamente Ana Júlia Carepa, para cuja eleição como governadora Priante teve uma participação decisiva.

PMDB – Especulações de bastidores

Nos bastidores prospera a versão segundo a qual a opção de Jader Barbalho pelo deputado peemedebista Domingos Juvenil, como pré-candidato a governador pelo PMDB, contempla a necessidade do ex-governador lançar um laranja, como o jurássico presidente da Assembléia Legislativa, para viabilizar a reeleição da governadora petista Ana Júlia Carepa. A contrapartida, pelo apoio do PMDB, teria sido negociada pelo ex-governador diretamente com o Palácio do Planalto, uma possibilidade plausível, diante da recorrente perfídia de Ana Júlia Carepa e seus petralhas, que historicamente não costumam honrar o acordado.
Turbina essa versão Jader Barbalho, em um primeiro momento, ter cogitado o nome de José Priante para pré-candidato ao governo pelo PMDB. Na ocasião, ao ser consultado, Priante se revelou permeável à proposta, mas condicionou sua resposta ao julgamento, pela Justiça Eleitoral, do recurso contra a cassação do prefeito de Belém, o petebista Duciomar Costa, o nefasto Dudu, e seu vice, Anivaldo Vale, do PR. Julgado terça-feira, 15, o recurso foi acatado, por unanimidade, pelo Pleno do TRE, o Tribunal Regional Eleitoral. Se mantida a cassação, caberia a Priante, como o segundo colocado na eleição para prefeito de 2008, assumir a Prefeitura de Belém. Por isso, a surpresa diante do anúncio feito por Jader Barbalho, antes do dia 15, ungindo o jurássico Domingos Juvenil como pré-candidato ao governo, pelo PMDB.

PMDB – Juvenil e a síndrome da renúncia

A versão é passível de desmentido, porque carece de provas testemunhais, mas nos bastidores comenta-se que o deputado Domingos Juvenil (foto), o jurássico pré-candidato ao governo pelo PMDB, teria submergido na síndrome da renúncia, como um arremedo do ex-governador tucano Almir Gabriel. Este, na eleição para a Prefeitura de Belém em 1992, simplesmente renunciou à candidatura, a pretexto de supostas transgressões éticas de alguns dos seus aliados, nunca explicitadas pelo ex-governador.
Se existe crise, no caso de Domingos Juvenil, certamente não deriva de nenhum pudor ético. Preocupações éticas não combinam com o presidente da Assembléia Legislativa, notabilizado por exercer o poder - qualquer instância de poder, diga-se - como se estivesse em algum grotão, onde lei é potoca.
Se procede essa versão, a possibilidade de Juvenil se revelar inclinado a renunciar à pré-candidatura a governador do PMDB soa a algum incidente na partilha do butim. A voracidade política do jurássico presidente da Assembléia Legislativa não conhece limites. Nele, a extensão da barganha costuma ser proporcional aos fortes indícios de decadência política e eleitoral.

JOGO ABERTO – O flagelo das drogas no Pará

O flagelo das drogas será o tema do debate ao vivo a ser travado no Jogo Aberto, o programa da Rádio Tabajara FM 106.1 que vai aos ar nas tardes de sábado, das 2h às 4h, segundo antecipa ao blog, por e-mail, o jornalista Carlos Mendes. O programa é apresentado pelo próprio Carlos Mendes, juntamente com o também jornalista Francisco Sidou, e pode ser sintonizado no celular, no rádio, pela frequência FM 106.1, ou pela internet, no endereço eletrônico http://www.radiotabajara.com.br/ .
O debate terá a participação de Jane Monteiro Neves, professora da UEPA, a Universidade do Estado do Pará (UEPA); de Esdras Queirós Baldes, conselheiro tutelar de Icoaraci; do psicólogo Océlio Dias de Souza; e do vereador Augusto Pantoja, líder da bancada do PPS na Câmara Municipal de Belém.
De resto, irá ao ar também, neste sábado, o sétimo capítulo da radionovela "A Roda do Poder", que satiriza as tramóias que pontuam a política no Pará. No capítulo de hoje, a radionovela terá por tema os bastidores das convenções partidárias.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

CENSURA - Basta!!!

ELEIÇÕES - O drama do eleitor

PMDB – Priante descarta Assembléia Legislativa

A possibilidade de vir a disputar uma vaga na Assembléia Legislativa é uma alternativa, pelo menos em princípio, fora das cogitações do ex-deputado federal José Priante, que postula sair candidato a governador pelo PMDB.
Indagado a respeito, Priante foi enfático. “Essa é uma hipótese que não posso considerar, porque minha eventual candidatura a deputado estadual prejudicaria companheiros de partido que me são caros e com os quais tenho compromisso”, declarou.

SEFA – Farra com dinheiro público

Os petralhas da governadora Ana Júlia Carepa são, realmente, insuperáveis em matéria de desfaçatez. Como ilustra o episódio da portaria concedendo três diárias e meia para o coordenador fazendário Walmir Vasconcelos de Carvalho, lotado na base Candiru, se deslocar de Santarém para Belém, em pleno fim de semana, a fim de aqui participar da Caminhada Ecológica dos Servidores Fazendários. Pela portaria, o coordenador fazendário viajou para Belém na sexta-feira, 11, retornando para Santarém na segunda-feira, 14.
Para mascarar a farra com o dinheiro público - mapeada por uma sagaz e atenta fonte do blog -, na edição de quarta-feira, 23, do Diário Oficial do Estado, foi publicada uma errata da portaria, na tentativa de dissimular o real objetivo da viagem de Walmir Vasconcelos de Carvalho. Pela errata, o diligente coordenador fazendário se deslocou de Santarém para a capital paraense para, supostamente, “atender convocação do Sr. Coordenador da Cecom Mercadorias em Trânsito”. Isso em pleno fim de semana!

SEFA – A pergunta que não quer calar

“Vale perguntar: qual o motivo do doutor Pontes, coordenador da Cecom Mercadorias em Trânsito, ter convocado o coordenador da base Candiru para vir a Belém justamente no fim de semana no qual seria realizada a tal Caminhada Ecológica dos Servidores Fazendários?”, indaga a fonte do blog, ecoando a pergunta que não quer calar. Indignada, diante da farra com o dinheiro público, a fonte do blog acrescenta, oportunamente ácida: “Eles pensam que enganam quem, o boto cor de rosa?”
“Mandaram publicar essa errata como se isso fosse suficiente para corrigir a imoralidade! Ao contrário, isso só vem confirmar a falta de respeito desse desgoverno para com a sociedade e o descaso com o dinheiro público. Qualquer pessoa que leia o ato publicado observa que essa errata é para que o servidor não devolva o valor recebido indevidamente, eis que esse seria o procedimento legal, moral e ético. O pior é que mais uma vez a farra com o dinheiro público não foi coibida e vai continuar”, desabafa a fonte do blog. E recorda que a Sefa, Secretaria de Estado da Fazenda, dispõe de uma Corregedoria. “Será que o corregedor não lê Diário Oficial do Estado?”, questiona, para arrematar, desolada: “Pena que a Corregedoria, que deveria coibir irregularidades, esteja cega, surda, muda. E, aparentemente, com atrofia total das mãos, o que lhe impede de ver a irregularidade, ouvir o clamor público, diante de tanta barbaridade com o dinheiro público!”

SEFA – A errata que dissimula a lambança

Segue a transcrição da errata com a qual os petralhas tentam dissimular a farra com o dinheiro público.

DIÁRIO OFICIAL Nº. 31693 de 23/06/2010

SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA

“Diária

“Número de Publicação: 121238

“Errata da Publicação Nº 118546

“Portaria: 0402

“Objetivo: Atender convocação do Sr. Coordenador da CECOMT Mercadorias em transito.

“Fundamento Legal: Dec. 2.819 de 06.09.94

“Origem: SANTARÉM/PA - BRASIL

“Destino(s):
“Belém/PA - Brasil

“Servidor(es):

“025104602/WALMIR VASCONCELOS DE CARVALHO (Coordenador Fazendário) / 3.5 diárias (Completa) / de 11/06/2010 a 14/06/2010

“Ordenador: Vando Vidal de Oliveira Rego”

MP – Corregedoria corrobora denúncia

Em recente manifestação, a Corregedoria Geral do Ministério Público confirmou uma das denúncias formuladas ao Conselho Nacional do Ministério Público, tornadas do domínio público, com exclusividade, pelo Blog do Barata. A denúncia envolvia a promotora de Justiça Eliana Cristina Pinto Moreira, acusada de permanecer em Belém, até por força de lecionar na UFPA, a Universidade Federal do Pará, e no Cesupa, o Centro Universitário do Pará, apesar de estar lotada na comarca de São Caetano de Odivelas. Na ocasião, em versão oferecida ao blog, a promotora negou permanecer em Belém, omitindo, porém, o fato de lecionar na UFPA e no Cesupa.
Fonte do blog, atenta leitora do Diário Oficial, revela que a Corregedoria Geral do Ministério Público constatou que a promotora de Justiça Eliana Cristina Pinto Moreira exerce o magistério em dias e horários distintos daqueles autorizados pelo Conselho Superior do Ministério Público Estadual, em 2007. A Corregedoria Geral se manifestou pela incompatibilidade das atividades docentes da promotora de Justiça com o exercícios de suas funções ministeriais, considerando que os membros do Ministério Público Estadual têm o dever constitucional de residir na comarca onde oficiam. No caso de Eliana Cristina Pinto Moreira, a comarca de São Caetano de Odivelas, a 210 quilômetros de Belém, onde a promotora de Justiça leciona.

MP – Imbróglio na pauta do Conselho Superior

O imbróglio protagonizado por Eliana Cristina Pinto Moreira foi incluído, inclusive, na pauta da 10ª sessão ordinária do Conselho Superior do Ministério Público Estadual, mais exatamente no item 9, diante do ofício nº 187/2010, de autoria da promotora de Justiça. No ofício, a promotora de Justiça comunica à Corregedoria Geral do Ministério Público Estadual que está exercendo o magistério na UFPA nas segundas-feiras, das 14h às 18h, e nas terças-feiras, das 14h50 às 18h e das 18h30 às 22h30; e no Cesupa, às segundas-feiras, das 18h30 às 22h30.
“É evidente que essa promotora de Justiça não cumpre horário de trabalho no Ministério Público Estadual, durante os dois primeiros dias da semana, segunda-feira e terça”, sublinha a fonte. “Eis aí, na pauta do próprio Conselho Superior do Ministério Público Estadual, a comprovação da denúncia postada em seu blog”, acrescenta. “Espera-se que o Conselho Nacional do Ministério Público cumpra o seu papel de órgão de Controle externo do Ministério Público Estadual, eis que recebeu a denúncia, comprovada pela própria Corregedoria Geral do Ministério Público Estadual e peça a esta que não só se manifeste pela incompatibilidade das atividades docentes da citada promotora, como também adote providências para a a apuração da responsabilidade da mesma”, acentua a fonte do blog, para então arrematar: “É necessário que seja apurado desde quando ocorre essa incompatibilidade, tanto quanto é indispensável que essa promotora de Justiça seja punida e obrigada a devolver o que embolsou indevidamente.”

MP – “Um perigoso precedente”

Na interpretação da fonte do blog, o episódio protagonizado pela promotora de Justiça Eliana Cristina Pinto Moreira exige uma rigorosa apuração e uma exemplar punição. Do contrário, frisa também a fonte, abre-se “um perigoso precedente”.
A mesma fonte ressalta que, não por acaso, o item 8 da pauta da 10ª sessão ordinária do Conselho Superior do Ministério Público Estadual trata da solicitação do promotor de Justiça Alfredo Martins de Amorim, da comarca de Conceição do Araguaia, que pede autorização para ministrar aulas de direito penal e processual na Esforp, a Escola de Formação de Praças da Polícia Militar do Pará. Na sua solicitação, Amorim informa que deverá ministrar aulas na Esforp durante três dias na semana, no horário das 18h às 21h, sem que seja esclarecido, porém, em qual unidade da Escola de Formação de Praças da Polícia Militar do Pará deverá dar aula.

MP – A pauta da sessão no Diário Oficial

Segue a transcrição de parte da pauta da 10ª sessão ordinária do Conselho Superior do Ministério Público Estadual.

DIÁRIO OFICIAL Nº. 31691 de 21/06/2010

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ

“AVISO N° 016/2010-CSMP

“Número de Publicação: 120251

“AVISO N° 016/2010-CSMP

“Faço público, a quem interessar possa, que a 10ª Sessão Ordinária do Conselho Superior, prevista para o dia 15/06/2010, foi transferida para o dia 22/06/2010, às 10h, no Plenário “Procurador de Justiça Octávio Proença de Moraes”, no quarto andar do Edifício-Sede do Ministério Público do Estado do Pará, situado na Rua João Diogo nº 100, bairro da Cidade Velha, ou, excepcionalmente, por motivo de força maior, em outro local disponível, que será comunicado ao público em até 24 horas, para apreciação da pauta a seguir:

“(...)

“8. Apreciação do Of. s/n, protocolado sob o n° 18572/2010, através do qual o 2° Promotor de Justiça de Conceição do Araguaia, Dr. ALFREDO MARTINS DE AMORIM, reitera pedido formulado através do Of. Nº 062/2010 (Protocolo nº 123131/2010) referente a pedido de autorização para ministrar aulas na Escola de Formação de Praças – ESFORP, das 18h00 às 21h00, em três dias da semana, perfazendo o total de 9 horas semanais, até completar 60 horas, das disciplinas Direito Penal e Direito Processual Penal, sucessivamente, sem prejuízo ao expediente forense ou eventuais atribuições ministeriais.

“9. Apreciação do Of. nº 1112/2010-MP/CGMP, protocolado sob o n° 18836/2010, através do qual a Corregedoria-Geral do Ministério Público comunica o recebimento do Of. nº 187/2010 (Protocolo n° 15212/2010), por meio do qual a Promotora de Justiça de São Caetano de Odivelas, Dra. ELIANE CRISTINA PINTO MOREIRA informou estar exercendo o magistério na UFPA, às segundas-feiras, das 14:00 às 18:00 e terças-feiras, das 14:50 às 18:00 e das 18:30 às 22:30 e no CESUPA, às segundas-feiras, das 18:30 às 22:00. Outrossim, constatando que a Promotora de Justiça foi autorizada pelo Conselho Superior, em 2007, a exercer o magistério em dias e horários diversos dos que ora faz, e considerando que a mesma é titular de Comarca a 120km da Capital, manifesta-se pela incompatibilidade das atividade docentes atualmente desenvolvidas com o exercício das funções ministeriais, haja vista o dever constitucional do Membro residir na Comarca onde oficia (grifo do blog).

“(...)

“25. Comunicação de Vagas.

“26. O que ocorrer.

“Belém, 18 de junho de 2010.

“RAIMUNDO DE MENDONÇA RIBEIRO ALVES
Procurador de Justiça
“Secretário do Conselho Superior”

FÁBRICA ESPERANÇA – Pagamento integralizado

Segundo revelação feita ao blog, em off, naturalmente, somente nesta quinta-feira, 24 de junho, foi integralizado, enfim, o pagamento de maio do corpo administrativo da Fábrica Esperança, a organização social que promove a reinserção dos egressos do sistema penal e seus familiares, um contingente estimado em cerca de 300 pessoas. Na segunda-feira, 21, foram adiantados 30% do pagamento de maio dos funcionários, que totalizam algo em torno de 100 profissionais.
Foi o mais longo atraso no pagamento dos salários da Fábrica Esperança. O salário de maio dos egressos do sistema penal e seus familiares – que ganham um salário mínimo, ou seja R$ 510,00 – só foi pago no último dia 15, após denúncia feita neste blog, em 11 de junho. Os profissionais que compõem o quadro administrativo, cuja média salarial é calculada em não mais de R$ 1.500,00, receberam 30% na segunda-feira passada, 21, e os 70% restantes nesta quinta-feira, 24.

SESPA – A lambança dos petralhas da Donana

Habitualmente pouco afeitos ao trabalho e célebres pela desídia, os petralhas da governadora Ana Júlia Carepa aboletados na Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, decidiram simular uma insuspeita dedicação funcional. A conta, porém, aparentemente vai ser paga pelo conjunto dos servidores mantidos à margem das benesses reservadas aos apaniguados da ilustre inquilina do Palácio dos Despachos.
Nesta sexta-feira, 25, os servidores da Sespa serão liberados no horário do jogo do Brasil contra Portugal, pela Copa do Mundo. Com a obrigação de retomar o expediente ao término da partida. Em tese, nada mais justo. Desde que, é claro, as cabeças coroadas dessem o exemplo. Algo do que muito duvida a arraia-miúda.
A conferir.

ELEIÇÕES – O vale-tudo eleitoral no Pará 1

Só o dever de ofício, no caso dos jornalistas, permite alimentar expectativas sobre a natureza das composições políticas mirando nas eleições de outubro no Pará, feitas em clima de partilha de butim. O Pará e seus eleitores são meros detalhes nas tenebrosas transações.
Com a chave do cofre e a caneta que admite e demite, sempre um forte argumento para os que costumam mandar às favas os escrúpulos, a governadora Ana Júlia Carepa, que disputará a reeleição, cooptou o PTB do prefeito de Belém, Duciomar Costa, o nefasto Dudu. Nada mais previsível, considerando que os iguais se reconhecem. O que explica a barganha incluir uma sinecura, em Tribunal de Contas, para o deputado Joaquim Passarinho, o líder da bancada petebista na Assembléia Legislativa, cuja maior contribuição parlamentar foi a autoria da Lei do Fio Dental, que torna este obrigatório em restaurantes, bares e similares. Algo de transcendental importância em um Estado no qual mais de 50% da população economicamente ativa patina na faixa da pobreza.
O ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, às voltas com a controvérsia suscitada pela Lei da Ficha Limpa, opta por lançar um laranja como candidato a governador, o jurássico Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa, de turbulentos antecedentes e que tem acumulado derrotas eleitorais até em seu tradicional reduto, Altamira. Com seu pragmatismo de prostíbulo, Jader está claramente de olho, naturalmente, na contrapartida do Palácio do Planalto pelo apoio subterrâneo à reeleição da governadora petista Ana Júlia Carepa, protagonista de um dos mais desastrosos governos da história do Pará. Primeira governadora eleita da história do Estado, Ana Júlia Carepa parece condenado a passar para a posteridade por motivos pouco nobres - a inépcia administrativa e as recorrentes suspeitas de corrupção.

ELEIÇÕES – O vale-tudo eleitoral no Pará 2

No entorno de Jader Barbalho, o ex-governador tucano Almir Gabriel soma-se a este, como ilustre cabo eleitoral do peemedebista Domingos Juvenil, o jurássico presidente da Assembléia Legislativa, candidato ao governo pelo PMDB. Para tanto, Almir revê seus conceitos, nada edificantes, sobre Jader, seu ex-patrono político e a quem malsinava, como quinta-essência do mal, até passado recente. Para o ex-governador tucano o Anhanga da hora passa a ser seu sucessor, o opaco Simão Jatene, a quem responsabiliza pelo naufrágio eleitoral de 2006.
Claudicante e alvo do rancor insepulto de Almir Gabriel, o amigo do passado, que o tornou governador em 2002, na expectativa de sucedê-lo em 2006, Jatene tenta fazer decolar sua candidatura ao governo pelo debilitado PSDB. Co-responsável por um dos mais sórdidos estelionatos publicitários da história do Pará, perpetrado nos 12 anos de sucessivos governos tucanos, entre 1995 e 2006, ele tem contra si um partido fragilizado pelo naufrágio eleitoral de 2006, com o agravante da briga de egos travada entre o empresário fracassado Fernando Flexa Ribeiro, o senador sem voto, e o deputado federal Zenaldo Coutinho, um arremedo de Fernando Collor que não deu certo, cuja austeridade não resiste a uma auditoria ética.

ELEIÇÕES – O vale-tudo eleitoral no Pará 3

Com a ética que dele se pode esperar, considerando sua vida pregressa, Mário Couto, o ex-bicheiro travestido de austero senador pelo PSDB, atropela a tudo e a todos, para tornar a filha, Cilene Couto, deputada estadual. A concluir dos antecedentes do pai, pode-se entrever o jaez da jovem e distinta senhora.
De resto, com o desespero de rameira em fim de noite, o deputado federal Vic Pires Franco, presidente regional do DEM no Pará, tenta impingir, a quem interessar possa, a candidatura ao Senado da mulher, a ex-vice-governadora Valéria Vinagre Pires Franco, e à sua própria à Câmara dos Deputados. Um preço alto demais para quem sustenta suas pretensões com uma pesquisa de intenção de voto fajuta, tão verdadeira quanto uísque paraguaio.
Diante desse cenário é inevitável concluir que nem bordel consegue ser tão permissivo.
Isto é Pará! Pobre Pará!!!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CONTRASTE - A opulência e a miséria

CENSURA – As diatribes da escumalha becada

O baixo nível, traduzido na linguagem chula, repleta de impropérios e própria de quem quer ofender e não debater, levou-me a recusar, em respeito aos internautas, a maioria dos comentários sobre a postagem a respeito da omissão da OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil, diante da escalada da censura judicial no Pará. A reação é ilustrativa do jaez da escumalha becada que tomou de assalto a Ordem no Pará, na esteira do conchavo destinado a catapultar Ophir Cavalcante Júnior, o Ophirzinho, a presidente nacional da OAB.
Do amontoado de diatribes, sobrou um único comentário passível de publicação. Mas ainda assim de notória indigência intelectual. No comentário, além de ser xingado, sou acusado de pretender a “misericordia (sic)”.
Ser xingado pela escumalha becada é o melhor atestado da minha idoneidade profissional. De resto, imaginar-me na expectativa da solidariedade de gente do jaez de alguns daqueles hoje aboletados na OAB do Pará ofende a inteligência de qualquer um. Nunca, jamais, em momento algum, recorri a Ordem. Quando pela OAB fui distinguido com uma medalha alusiva ao seu aniversário de fundação, distribuída com a fartura de água na procissão do Círio, sequer me dei ao trabalho de recebê-la pessoalmente. A tal medalha foi enviada, na época, para meu endereço residencial.
O que denunciei, na postagem, foi a omissão da OAB diante da escalada da repulsiva censura judicial no Pará, que afronta a Constituição e ressuscita a execrável censura prévia. Trata-se de uma flagrante ameaça a um princípio basilar do ordenamento jurídico democrático, que é a liberdade de imprensa. Trata-se de uma questão de princípio, não de conveniência.

CENSURA – A lição do ministro Ayres Britto

A propósito, convém recordar a recente manifestação do ministro Carlos Ayres Britto, vice-presidente do STF, o Supremo Tribunal Federal. No seminário em homenagem pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, na Escola da Magistratura do Rio de Janeiro, ele assegurou que a liberdade de expressão e de imprensa tem precedência sobre outros direitos, inclusive os vinculados à honra e à privacidade.
Segundo Ayres Britto, não cabem à Justiça ou a qualquer órgão do Estado ações de censura prévia. Para o ministro, “a Constituição tornou pleno (a liberdade de comunicação) o que era livre (a liberdade de expressão), para deixar claro que entre a imprensa e a sociedade civil há uma linha direta".
A manifestação do ministro Carlos Ayres Britto, diga-se, foi citada pelo juiz Waldir Calciolari, da 25ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo, ao rejeitar a queixa crime de Ali Ahamad Kamel Ali Harfouche contra o jornalista Paulo Amorim, com fundamento no artigo 395, III, do Código de Processo Penal. Paulo Henrique Amorim mantém o blog Conversa Afiada (www.paulohenriqueamorim.com.br ).

IBGE – Fome atinge 50% no Norte e Nordeste

O drama da fome atinge cerca de 50% das famílias do Norte e Nordeste do país, segundo revela a POF 2008/2009, a Pesquisa de Orçamento Familiares, divulgada nesta quarta-feira, 23, pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A informação é do UOL, em matéria assinada pelo editor de Economia, Armando Pereira Filho, de acordo com a qual mais de um terço dos brasileiros declara que não come o suficiente “às vezes” ou “normalmente”. No total, 35,5% das pessoas se classificam nessa situação de fome, acrescenta a notícia.
A notícia revela ainda que, pela POF 2008/2009, a situação mais grave (os que “normalmente” não comem o suficiente) afeta 9,2% dos brasileiros. Os que “às vezes” passam fome somam 26,3%. Os que “sempre” comem o suficiente são 64,5%. Entre a última pesquisa, de 2002/2003, e a apresentada agora, houve redução entre os que disseram ter fome "às vezes" ou "normalmente". Em 2002/03, eram 46,7% da população, caindo agora para 35,5%. “Mas ainda assim há muita gente nessa situação”, observa a notícia, ao sublinhar que cerca de 50% das famílias do Norte e Nordeste “se referiram a insuficiência na quantidade de alimentos consumidos”.

IBGE – O mapa da fome no Brasil

Segue, abaixo, a transcrição, na íntegra, da matéria publicada no UOL.

23/06/2010 - 10h00

Um terço passa fome "às vezes" ou "normalmente", diz IBGE

Armando Pereira Filho
Editor do UOL Economia

Mais de um terço dos brasileiros declara que não come o suficiente “às vezes” ou “normalmente”. No total, 35,5% das pessoas se classificam nessa situação de fome.
A situação mais grave (os que “normalmente” não comem o suficiente) afeta 9,2% dos brasileiros. Os que “às vezes” passam fome somam 26,3%. Os que “sempre” comem o suficiente são 64,5%.
Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre a última pesquisa, de 2002/2003 e a apresentada agora, houve redução entre os que disseram ter fome "às vezes" ou "normalmente". Em 2002/03, eram 46,7% da população, caindo agora para 35,5%.
Mas ainda assim há muita gente nessa situação. No Norte e Nordeste do país, o drama é pior: cerca de 50% das famílias se referiram a insuficiência na quantidade de alimentos consumidos.
Na região Sudeste a proporção das famílias que apontaram quantidades insuficientes foi pouco acima de 29%. Na Região Sul, esse percentual se aproxima de 23%, e, no Centro-Oeste, é de 32%.
Segundo o IBGE, 64,5% das famílias declararam ter alimentos suficientes para chegar ao fim do mês, contra 53% na pesquisa feita em 2002/03.
Entre moradores de Estados brasileiros que manifestaram expressiva satisfação na quantidade de alimentos consumidos, destacam-se os de Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde as proporções da resposta quantidade “sempre” suficiente foram 80,7% e 78,1%,
respectivamente.
Na região Sudeste, os maiores percentuais de suficiência plena de quantidades foram apontados em São Paulo e Minas Gerais (ambos perto de 72%).
A POF 2008-2009 também investigou qual a opinião das famílias quanto ao tipo de alimento consumido. Para o total do Brasil, 51,8% das famílias afirmaram que os alimentos consumidos nem sempre eram do tipo preferido.
Considerando-se também as famílias que declararam raramente consumir os alimentos preferidos, observa-se que 65% das famílias no Brasil declararam algum grau de insatisfação com o tipo de alimento que consomem.

CENSURA - Basta!!!

ELEIÇÃO - Urna de ficha-suja

PMDB –Priante vislumbra a chance da vitória

“São sonhos legítimos, mas se esquecem os sonhadores que estes sonhos, por serem traçados para o futuro, atropelam a realidade do presente, que são as nossas reais chances de, através na minha candidatura ao governo, ganharmos as eleições.”
A declaração, feita em entrevista ao Blog do Barata, é do ex-deputado federal José Priante (foto), que postula a candidatura ao governo pelo PMDB, na sucessão da governadora petista Ana Júlia Carepa, protagonista de uma administração caótica, pontuada por suspeitas de corrupção e a despeito da qual pretende a reeleição. Na entrevista, ele comenta as pretensões que medram com vigor no partido, em detrimento de uma candidatura com efetivas chances de vitória. E explica o porquê de pretender vir a ser o candidato do PMDB ao governo, apesar da pré-candidatura do deputado Domingos Juvenil, o jurássico presidente da Assembléia Legislativa, patrocinada pelo ex-governador Jader Barbalho, presidente regional e líder inconteste do partido no Pará.
“Como já tenho muitos anos de estrada, sei que muitas águas ainda vão rolar e aguardo, por entender que em 2006 a minha candidatura foi um sacrifício e agora é uma oportunidade do PMDB ganhar as eleições”, acentua.

PMDB – “Aguardo serenamente a palavra final”

Segue, abaixo, a entrevista concedida por José Priante ao Blog do Barata, sobre as razões que o levam a postular a candidatura ao governo, pelo PMDB, na sucessão da governadora petista Ana Júlia Carepa, apesar da pré-candidatura do deputado Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa. “Como já tenho muitos anos de estrada, sei que muitas águas ainda vão rolar e aguardo, por entender que em 2006 a minha candidatura foi um sacrifício e agora é uma oportunidade do PMDB ganhar as eleições”, assinala. “Espero a reflexão para que todos reconheçam qual o melhor caminho, ressalto meu apreço ao Domingos Juvenl e aguardo serenamente a palavra final, que cabe ao nosso futuro senador Jader Barbalho”, acrescenta Priante.

Quais as razões que o levam a postular a candidatura ao governo pelo PMDB, a despeito do deputado Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa, ter sido lançado publicamente como pré-candidato pelo ex-governador Jader Barbalho, que é não só presidente, mas também líder inconteste do partido?

Em primeiro lugar, os índices altamente favoráveis em que me encontro junto a opinião pública, traduzidos nas pesquisas (de intenção de voto) que tenho em mãos. Em segundo lugar, pelo apoio e estímulo do próprio presidente do nosso partido, o amigo e companheiro Jader Barbalho. E em terceiro lugar, pelo reconfortante apoio da maioria esmagadora das lideranças do PMDB. Tudo isso coloca-nos em um patamar extremamente confortável, com possibilidades reais de chegarmos ao segundo turno e ganharmos o governo do Estado.

Postular a candidatura a governador pelo PMDB, depois do lançamento de Domingos Juvenil como pré-candidato do partido, não seria um desafio à liderança do ex-governador Jader Barbalho?

Muito pelo contrário. Em 2006, quando fui convocado para a missão de disputar o governo e derrotar a candidatura de Almir Gabriel, sabia dimensionar todos os riscos e o sacrifício político que amarguei durante estes quatro anos. Mas sabia também que, com este gesto, estaria livrando diversos companheiros do PMDB de mais um ciclo de perseguição e esvaziamento político, e que do meu sacrifício se desdobrariam algumas composições políticas que viabilizariam o crescimento do partido. E a maior delas foi o acordo que levou o companheiro Domingos Juvenil à presidência da Assembléia Legislativa. Fui, portanto, decisivo para o crescimento do PMDB em todo o Estado. Mesmo assim, jamais desrespeitaria a liderança de Jader, até mesmo porque coloquei em suas mãos a última palavra em relação à minha candidatura.

Com a autoridade de quem conhece as estranhas do PMDB, o que, na sua leitura, justifica a opção por um nome como o de Domingos Juvenil, parco de carisma e ostentando fortes indícios de decadência política?

Puro voluntarismo do companheiro Juvenil.

Se o senhor está tão convicto de suas chances como candidato ao governo, não é justo contemplar a possibilidade de bater chapa na convenção do PMDB, caso prospere a pré-candidatura de Domingos Juvenil?

Sinceramente, aguardo um gesto de grandeza do amigo Juvenil. Confesso a você que hoje carrego um sentimento de tristeza e decepção com aquilo que chamo de síndrome dos sonhos. Explico: tem candidato a deputado que ainda nem se elegeu e sonha em ser o presidente da Assembléia Legislativa, só que para isso o PMDB não pode ir para o segundo turno. Tem outros que sonham com vagas nos tribunais de Contas da vida, e outros sonhos que eu prefiro nem declinar. São sonhos legítimos, mas se esquecem os sonhadores que estes sonhos, por serem traçados para o futuro, atropelam a realidade do presente, que são as nossas reais chances de, através na minha candidatura ao governo, ganharmos as eleições.

Nos bastidores a versão corrente é de que sua pretensão de sair candidato ao governo é embalada pelo seu bom desempenho em pesquisas encomendadas pelo ex-governador Jader Barbalho. Essas pesquisas existem e o senhor teve acesso a elas? Se existem, o que, afinal, revelam?

Elas não só existem, como me foram presenteadas pelo Jader, como forma de estímulo e incentivo à minha candidatura ao governo. Nessas pesquisas apareço, em simulações com os nomes de Ana Julia e Simão Jatene, no patamar de 20% das intenções de voto, em um cenário de empate técnico com estes candidatos, sendo que eu com a menor rejeição; portanto, com maior possibilidade de crescimento, e sem estar em campanha, diferentemente da Ana Julia e Jatene, pois ainda estou no aguardo de uma definição.

O ex-governador Jader Barbalho já declarou, publicamente, que sua candidatura ao governo, pelo PMDB, é uma possibilidade descartada. O que o senhor tem a dizer a respeito?

Eu não poderia esperar uma posição do presidente do partido que não fosse em apoio a única candidatura posta até o momento, que é a do valoroso amigo Domingos Juvenil. Isso tudo me faz lembrar, meu caro Barata, um cenário muito semelhante a este que estamos vivendo hoje no PMDB do Pará, que foi em 2006, quando o Mário Cardoso já estava lançado candidato a governador através de congresso do Partido dos Trabalhadores e o próprio Jader ajudou no convencimento para que Mário Cardoso fosse substituído pela candidatura da Ana Julia. O que aconteceu, todos nós sabemos. Aliás, até os nossos percentuais são muito semelhantes ao que tinha na época a candidata Ana Julia. Portanto, um dia na política acaba sendo uma eternidade. Ainda temos tempo para tomada de posições.

Na eventualidade de não conseguir ser o candidato do PMDB ao governo, qual será o seu futuro político? O senhor pretende tentar retornar à Câmara dos Deputados ou vai optar pela Assembléia Legislativa?

Como já tenho muitos anos de estrada, sei que muitas águas ainda vão rolar e aguardo, por entender que em 2006 a minha candidatura foi um sacrifício e agora é uma oportunidade do PMDB ganhar as eleições. Espero a reflexão para que todos reconheçam qual o melhor caminho, ressalto meu apreço ao Domingos Juvenil e aguardo serenamente a palavra final, que cabe ao nosso futuro senador Jader Barbalho.

PMDB – O sacrifício de 2006

Ao postular sua candidatura ao governo pelo PMDB, José Priante tem sua pretensão legitimada pelo gesto de generosidade que protagonizou em 2006, quando abriu mão de uma reeleição líquida e certa para a Câmara dos Deputados, para sair candidato a governador pelo partido, contribuindo decisivamente para levar a disputa para o segundo turno. Assim, ele tornou possível a vitória da petista Ana Júlia Carepa sobre o ex-governador tucano Almir Gabriel, dentro da estratégia traçada pelo ex-governador Jader Barbalho (foto).
Em contrapartida, Priante foi contemplado com a Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, na partilha política do governo Ana Júlia Carepa. Mas, posteriormente, ele perdeu a Sespa, a pretexto da suspeita de corrupção envolvendo alguns dos seus prepostos.
Disso resultou o limbo político no qual submergiu Priante, do qual emergiu episodicamente em 2008, como candidato a prefeito de Belém pelo PMDB, acabando a disputa em segundo lugar. Na disputa, o prefeito Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, obteve a reeleição, com o apoio subterrâneo da governadora petista Ana Júlia Carepa, a quem Priante ajudou a eleger em 2006.

PMDB – A versão dos bastidores

José Priante vem a ser primo de Jader Barbalho, do qual o presumível herdeiro político é Helder Barbalho, filho do ex-governador e prefeito reeleito de Ananindeua, cuja gestão é definida como pífia não só pelos adversários, mas também por parcela do próprio PMDB, ainda que intramuros. Ao morubixaba do PMDB no Pará, que é também a mais longeva liderança política da história do Estado, é atribuída a intenção de eleger o filho governador, possivelmente em 2014 ou, alternativamente, em 2018.
Na versão que varre os bastidores peemedebistas, a pretensão de Helder em vir a ser governador conspira contra a reivindicação de Priante em disputar o governo, nas eleições de outubro. Muito cioso de sua independência e por vezes marrento, o ex-deputado federal peemedebista mantém uma relação respeitosa com Jader, mas por temperamento é avesso à subordinação servil, da qual Helder Barbalho dependeu, até aqui, em sua escalada política. É dado como líquido e certo que, se eleito governador, Priante não ficará a reboque do ilustre primo. E menos ainda de Helder, descrito como turrão e imperial na relação com os que lhe são subordinados, embora para consumo externo cultive o bom-tom que é uma das elogiáveis peculiaridades do pai, do qual não herdou, porém, a sagacidade política, de acordo com recorrentes relatos.

PMDB – O perfil de Priante

Com 46 anos, que completou em 2 de dezembro de 2009, José Benito Priante Júnior é advogado, por formação acadêmica, mas sobrevive como empresário do segmento agropecuário. No plano pessoal, cultiva a mais absoluta discrição, ao contrário do seu ilustre primo, o ex-governador Jader Barbalho. Sabe-se, sobre ele, que é divorciado e tem três filhos – um rapaz e duas moças -, todos com mais de 20 anos.
Priante, como é conhecido politicamente, milita no PMDB há 29 anos. Ele é filiado ao partido desde 1981 e exerceu, pela legenda, cinco mandatos consecutivos. O primeiro deles como vereador de Belém, o segundo como deputado estadual e os três restantes como deputado federal. Sua passagem pela Câmara dos Deputados, mas sobretudo as candidaturas a governador, em 2006, e a prefeito de Belém, em 2008, serviram para repaginá-lo, diluindo a imagem de político algo arrogante e intolerante, até então associada ao seu nome. Hoje, Priante até consegue sorrir, o que não é pouca coisa para quem despontou no proscênio político exibindo uma indefectível carranca.
Nada mais emblemático sobre essa saudável metamorfose que a postura de Priante no imbróglio da escolha do candidato a governador pelo PMDB. “Espero a reflexão para que todos reconheçam qual o melhor caminho, ressalto meu apreço ao Domingos Juvenil e aguardo serenamente a palavra final, que cabe ao nosso futuro senador Jader Barbalho”, declarou, sem vestígios do mandonismo do passado, quando indagado sobre suas expectativas em torno do assunto. Mais elegante, impossível. Uma mudança, dizem, para a qual muito contribuiu também a convivência com o ex-governador Jader Barbalho, célebre pelo bom-tom, que faz dele um personagem pessoalmente sedutor, apesar das críticas políticas que a ele se possa fazer.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

PMDB – O desabafo de Priante

“Engraçado, em 2006 eu sai candidato ao governo para ajudar a derrotar o Almir, que agora pretende escolher o candidato do partido!”
O desabafo é do ex-deputado José Priante (foto), diante da entrevista do ex-governador tucano Almir Gabriel ao Diário do Pará, apresentando-se como cabo eleitoral do deputado Domingos Juvenil, o jurássico presidente da Assembléia Legislativa, ungido o pré-candidato ao governo pelo PMDB.
Primo do ex-governador Jader Barbalho, presidente regional e líder inconteste do PMDB no Pará, Priante postula a candidatura ao governo pelo partido. A pretensão do ex-parlamentar peemedebista é estimulado pelo seu bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto encomendadas pelo próprio Jader Barbalho, nas quais o ex-parlamentar peemedebista se sobressai, apesar do limbo político no qual submergiu após 2006.