sexta-feira, 5 de novembro de 2010

SUCESSÃO – Discriminação e vendeta

Não pode ser minimizada, como uma das causas do fracasso eleitoral de Ana Júlia Carepa, o efeito de bumerangue da sórdida retaliação dos petralhas aboletados no Palácio dos Despachos. Exceto aqueles que foram ungidos pela governadora e sua entourage – como o iracundo Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, o Pacheco, e Edilson Moura, este com o deslumbramento de quem migrou da senzala para a casa grande -, os demais candidatos petistas foram tratados a pão e água. Soa pleonástico antecipar as mágoas represada pela ultrajante discriminação. O que estimulou a vendeta daqueles que foram discriminados e explica a solidão política de Ana Júlia, única explicação possível para justificar a governadora exibir, sem constrangimento, o patético apoio do ex-governador Almir Gabriel, um ghost que recalcitra em acatar a sua morte política.
Em um cenário que perdurou até recentemente, o deputado federal Paulo Rocha (foto) só conseguiu driblar as vicissitudes impostas pelo governo Ana Júlia Carepa por gozar do status de interlocutor privilegiado do Palácio do Planalto, a exemplo do que ocorre também com Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. Quanto ao ex-deputado estadual Mário Cardoso, a governadora petista não poderia ser mais pérfida, mais desrespeitosa. Professor de carreira, ele é um militante histórico e disciplinado do PT. Mário Cardoso assumiu a Seduc, a Secretaria de Estado de Educação, até ser dela expurgado em circunstâncias humilhantes, sob a pecha da incompetência administrativa, que os áulicos da governadora trataram de trombetear para a grande imprensa. Disso resultou que sua candidatura à Prefeitura de Belém, em 2008, já resultou irremediavelmente estigmatizada com o opróbio da incompetência, que lhe foi atribuída exatamente por aqueles que deveriam preservá-lo de desgastes.
Mário Cardoso, convém lembrar, era o nome ungido para ser o candidato do PT ao governo, em 2006. Sem titubear, ele abdicou da indicação, viabilizando a candidatura de Ana Júlia, como parte da estratégia eleitoral traçada por Jader Barbalho, que resultou na derrota de Almir Gabriel em 2006. Com a saúde debilitada, por conta de um grave quadro de diabetes, não houve empenho, sequer, em recompensar Mário Cardoso pelo gesto de generosidade política. A compensação que ele obteve foi sair candidato ao Senado, em uma disputa desigual, já que o ex-bicheiro e então deputado Mário Couto, presidente da Assembléia Legislativa do Pará, era o candidato do PSDB ao Senado, com o natural favoritismo de quem tem a seu serviço a burocracia legislativa e a máquina administrativa estadual. A despeito das circunstâncias adversas, Mário Cardoso exibiu um desempenho surpreendente, sendo o segundo mais votado, superando inclusive o senador Luiz Otávio Campos, o Pepeca, candidato à reeleição pelo PMDB, já reconciliado com Jader Barbalho, porém malsinado por Almir Gabriel.

3 comentários :

Anônimo disse...

Ana Julia perdeu a eleição e o rumo quando tirou o Mario Cardoso.

Anônimo disse...

Bem feito!!!!!!!!!!!!!!!!!

quem mandou ser mensaleiro!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Tadinho do Paulinho acabou no Irajá