domingo, 31 de maio de 2009

WALTER BANDEIRA – Golpista usa nome do cantor

Por e-mail, o jornalista Luiz Flávio Matta Costa, do Diário do Pará, adverte que uma pessoa, que se identifica como Socorro Bandeira, vem passando e-mails em nome da família de Walter Bandeira (à esq., nos traço de J.Bosco, o competente e premiado chargista, que empresta seu talento a O Liberal), pedindo ajuda para custear o tratamento do cantor, internado na clínica Porto Dias, com câncer de pulmão. A família de Walter - que neste domingo foi removido para a UTI, devido a falta de ar provocada pelo câncer de pulmão - informa que não conhece a tal Socorro e nem está fazendo qualquer campanha nesse sentido.
“A pilantra diz até que tem CDs do cantor para vender”, acrescenta o jornalista, de acordo com o qual a família informa que os CDs são vendidos apenas na butique Ná Figueiredo e nas lojas da locadora Fox Vídeo. "Quem quiser ajudar pode fazer orações para que Walter supere esse momento difícil na sua vida”, enfatiza uma sobrinha do cantor, ainda segundo Luiz Flávio.
Exibindo um talento multifacetado, Walter se notabilizou como um cantor que encanta as platéias, com sua voz impecável e um carisma irresistível. Mas também exibe sua competência, com a modéstia e irreverência que lhes são próprias, como compositor, no teatro e nas artes plásticas. Sem esquecer que é também um ser humano da melhor qualidade.

FIEPA - Contradição

Soa inusitada a contratação, pela Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), de uma empresa de eventos de São Paulo para organizar a IX FIPA, a IX Feira da Indústria do Estado do Pará, realizada no Hangar, o suntuoso Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. A IX FIPA foi realizada de 27 a 30 deste mês, dentro da Semana da Indústria, reunindo cerca de 100 expositores de diversos segmentos econômicos do Estado.
A opção soa tanto mais estranha porque a Fiepa também também reagiu indignada – com razão - quando o governo Ana Júlia Carepa mandou imprimir agendas escolares na Paraíba, desprestigiando as empresas gráficas do Pará. De resto, as dimensões da FIPA, cuja realização é sem dúvida louvável, ainda estão longe de justificar a contratação de uma empresa de eventos de São Paulo, para organizá-la. O que não falta, por aqui mesmo, no Pará, são empresas de eventos.
A opção da Fiepa satisfez, certamente, a voracidade paulista, digna de tubarão. Mas soa absolutamente contraditória, em se tratando de uma entidade que deveria prestigiar os diversos segmentos da economia paraense indistintamente.

COPA – O sonho acabou

Belém está mesmo fora do elenco das 12 cidades onde serão disputados jogos da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil.
Frustra-se, assim, a esperança da apaixonada torcida paraense de assistir uma Copa. E esfarinha-se o sonho acalentado pelo governo Ana Júlia Carepa, que pretendia, com a escolha de Belém, aplacar as decepções provocadas pelo seu pífio desempenho.
Aos petralhas, agora, resta a esperança de transformar o Pará em um canteiro de obras, em 2010, com os recursos do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, do governo Lula.

COPA – As cidades escolhidas

As cidades escolhidas, para abrigar as partidas da Copa do Mundo de 2014, são Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal, conforme antecipou o jornalista Ancelmo Góis na sexta-feira, 29, em seu blog.
Áulicos do Palácio dos Despachos tentaram desqualificar grosseiramente a notícia antecipada por Ancelmo Gois, por ter como fonte um jornalista que é também blogueiro, conforme comentário, naturalmente anônimo, postado aqui mesmo, neste blog.

sábado, 30 de maio de 2009

BASTIDORES –Charles Alcântara volta à cena

Depois de desembarcar em circunstâncias traumáticas do governo Ana Júlia Carepa, que ajudou a eleger e do qual foi articulador político, Charles Johnson da Silva Alcântara (na foto, à esq.), às vésperas dos 45 anos, volta ao proscênio, aparentemente disposto a não desperdiçar a oportunidade de esclarecer episódios ainda obscuros de sua passagem pelo poder. Isso é o que deixa transparecer sua presença em uma modesta rádio FM, que funciona a título precário e por isso é legalmente clandestina, o que aparentemente traduz a disposição do ex-chefe da Casa Civil do governo em lançar luzes sobre fatos ainda obscuros e controvertidos.
Independentemente de eventuais projetos políticos que possa cultivar, soa saudável, por estimular o contraditório, a predisposição de Alcântara em abandonar a espécie silêncio obsequioso que se impôs, após a catarse que representou fazer o Blog do Charles (http://blogdocharlesalcantara.blogspot.com), que manteve no ar por três semanas, em 2008. A decisão de interromper a edição do blog, atendeu a um apelo de um amigo pessoal, João Batista, o presidente regional do PT.

BASTIDORES – Autoridade moral

Ao mesmo tempo personagem e testemunha privilegiado de um período conturbado da política paraense, que representou a sucessão estadual de 2006 e os arranjos de bastidores do governo de coalizão de Ana Júlia Carepa, a primeira governadora eleita da história do Estado, Alcântara certamente tem muito a falar e a esclarecer. O que tem condições de fazer não só por ter sido coordenador da campanha de Ana Júlia e articulador político da governadora, mas porque se retirou do poder procurando preservar sua dignidade política e pessoal, rejeitando compensações capazes de tisnar sua autoridade moral.
Depois de retornar à Sefa, ele volta à cena como presidente do Sinditaf, o Sindicato do Grupo Ocupacional, Tributação, Arrecadação e Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda, talvez um indício de suas eventuais pretensões eleitorais. Seja como for, poderá ser grande sua contribuição, se não perder a perspectiva – cuidado que parece cultivar – de que em política não convém cultivar o revanchismo e nem estimular a desmemória.

BASTIDORES – Testemunha privilegiada

Em um primeiro momento em off, para alguns interlocutores, posteriormente pelo blog que manteve no ar, Alcântara já antecipou sua versão sobre os bastidores de algumas passagens do governo Ana Júlia Carepa. São relatos que vale a pena recapitular, porque se constituem na versão de uma testemunha privilegiada, que foi também personagem dos episódios aos quais se reporta, em suas reminiscências.

Aliança com Jader – Alcântara relata que a iniciativa de estabelecer uma aliança com o PMDB em 2006 foi do PT. “Foi o PT que pediu o apoio de Jader Barbalho”, conta. E acrescenta que coube ao ex-governador, o morubixaba peemedebista no Pará, rever a estratégia de campanha de Ana Júlia Carepa, inclusive descartando uma aliança entre o PT e o PMDB desde o primeiro turno, como desejavam os petistas. “Naquele altura, não se discutiu a divisão de cargos. Tratava-se de uma união para vencer as eleições”, testemunha.

A partilha de cargos – Segundo o depoimento de Alcântara, somente depois da eleição de Ana Júlia Carepa é que foi discutida a partilha de cargos com o ex-governador Jader Barbalho. O ex-chefe da Casa Civil conta ainda que ficou definido que um terços dos cargos seria destinado ao PMDB, a quem o PT apoiaria para eleger o presidente da Assembléia Legislativa. “Jader Barbalho manifestou boa-vontade e se mostrou visivelmente empenhado em facilitar as negociações”, relata Alcântara.

O destino da Sespa – No relato de Alcântara, a idéia, em princípio, era destinar a Sespa, a Secretaria de Saúde Pública, ao PMDB. Foi quando o ex-deputado José Priante, candidato a governador pelo PMDB e primo de Jader Barbalho, se antecipou a este e foi à casa de Ana Júlia, para negociar diretamente com a governadora eleita o seu quinhão no novo governo. Ana Júlia destinou-lhe então a Sespa, no pressuposto que estaria contemplando o PMDB, conforme a versão de Alcântara. “Não acredito que Ana Júlia tenha agido com segunda intenções. O clima que se vivia, na ocasião, era de euforia”, acentua, sugerindo, subliminarmente, que a governadora, agiu por impulso, subestimando as reservas mútuas que permeavam, desde aquela época, as relação de Jader Barbalho com José Priante.

A gestão de Halmélio – Na leitura do ex-chefe da Casa Civil, os problemas enfrentados na gestão de Halmélio Sobral como secretário estadual de Saúde, por indicação de José Priante, estão diretamente vinculados à ascendência na Sespa do irmão do ex-deputado federal pelo PMDB, Paulo Priante, que chegou a ser secretário adjunto. “O pobre do Halmélio acabou enfrentando situações constrangedoras”, relembra Alcântara, em alusão às denúncias de corrupção envolvendo prepostos de Priante na secretaria.

A queda de Priante – No entender de Alcântara, em um depoimento feito em off, segundo relatam seus interlocutores, deriva certamente das circunstâncias sob as quais José Priante obteve a Sespa, a indiferença de Jader Barbalho quando o ex-deputado federal do PMDB caiu em desgraça e perdeu a secretaria, sob a suspeita de corrupção supostamente patrocinada pelos seus prepostos. Na ocasião, Priante foi a Jader pedir a solidariedade do PMDB. De bate-pronto o ex-governador, que é o manda-chuva do partido no Pará, descartou essa possibilidade, argumentando que Priante não consultara o PMDB antes de abocanhar a Sespa, à revelia do partido. Com isso, além de enquadrar Priante, Jader tratou, sobretudo, de preservar a aliança do PMDB com o PT.

Vício de origem – Alcântara identifica no isolamento da governadora um vício de origem do atual governo. “É um governo da DS e dos amigos”, disparara, sem poupar a Democracia Socialista, a tendência interna do PT, minoritária nacionalmente e no Pará, mas que detém o comando da máquina administrativa, porque dela faz parte Ana Júlia.

Núcleo do governo – O ex-chefe da Casa Civil critica também a ascendência sobre Ana Júlia do núcleo do governo, por considerá-la deletéria, porque atropela a ética, em nome de um suposto pragmatismo. Esse núcleo ele afirma ser constituído por Marcílio de Abreu Monteiro, secretário de Projetos Estratégicos e ex-marido da governadora; Maurílio de Abreu Monteiro, secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia e irmão de Marcílio; Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, chefe da Casa Civil; e Carlos Botelho da Costa, consultor geral do Estado. “Quem entra em rota de colisão com esse grupo fatalmente cai, como foi o meu caso”, constata.

Joana Pessoa - E Maria Joana da Rocha Pessoa, a jovem senhora notabilizada pelo milagre da multiplicação? "Joana Pessoa é a responsável pelo caixa de campanha", trata de esclarecer Charles Alcântara, sem descer a maiores detalhes, quando indagado sobre o papel da atual administradora do Hangar, que é também amiga pessoal - da mais estrita confiança - da governadora Ana Júlia Carepa.

Lealdade – Ele também revela-se um crítico ácido do que identifica como relação ambivalente do núcleo do governo Ana Júlia Carepa com os aliados preferenciais do PT, e mais especificamente com o PMDB. “Sempre adverti para a necessidade de agirmos com lealdade, para que pudéssemos inspirar confiança e termos a lealdade de nossos aliados”, assinala.

A origem do G-8 – Suposto inspirador do G-8, Alcântara nega ter sido o responsável pelo surgimento da bancada fisiológica que garante apoio ao Palácio dos Despachos sob a versão prostituída do princípio franciscano segundo o qual é dando que se recebe. Ele diz que o deputado Airton Faleiro, líder do governo na Assembléia Legislativa, foi comunicado que estava em formação um bloco suprapartidário no Palácio Cabanagem. O ex-articulador político do governo conta, segundo alguns dos seus interlocutores, que, quando no comando da Casa Civil, foi procurado pelos deputados estaduais Cezar Colares (PSDB) e João Salame (PPS), que reivindicavam espaço no governo, em nome desse bloco parlamentar suprapartidário, em troca de apoio político à administração Ana Júlia Carepa.

O preço do apoio - “Mas não se negociou no varejo”, garantiu Alcântara, a esses seus interlocutores. Estes dizem que ele rebate com veemência a versão de acordo com a qual teria estimulado o governo Ana Júlia a ficar refém da voracidade dos parlamentares fisiológicos, a cada votação de interesse do Palácio dos Despachos. O preço da adesão dos fisiológicos, conforme relatos de Alcântara, foi um valor em emendas, estipulado em R$ 600 mil, e emprego para seus correligionários.

Discussão com Ana Júlia – Em suas reminiscências, Charles conta também que às vésperas de sua exoneração teve uma ácida discussão com a governadora Ana Júlia Carepa. O estopim da discussão foram as críticas do ex-chefe da Casa Civil diante do que identificava como postura política tíbia do governo. “Foi uma discussão política; nenhum de nós faltou ao respeito”, recorda, admitindo que a discussão evidenciou a rota de colisão em que se encontrava com as diretrizes encampadas pela governadora, sem chegar a identificá-la, porém, como a causa imediata de sua exoneração.

A exoneração – Sobre sua exoneração, Alcântara revela que sequer a governadora lhe explicitou os motivos. Ana Júlia simplesmente pediu o cargo de volta para Charles Alcântara. “Ela não explicou a razão”, relembra. E confirma que se recusou a atender a sugestão, feita pela governadora, para que pedisse exoneração. “Realmente, recusei-me a pedir exoneração”, diz, justificando que assim fez por uma questão de princípio, por estar sendo defenestrado por motivos puramente políticos. "Exonere-me. Eu não estou pedindo exoneração; é a senhora que está pedindo o cargo de volta", devolveu, firme, quando abordado por Ana Júlia Carepa.

Sinecuras recusadas - De resto, Charles Alcântara confirma, nos seus relatos, que optou por voltar à Sefa, a Secretaria da Fazenda, da qual é originário, e se recusou a ficar abrigado em alguma sinecura, como compensação pela perda do status de secretário, descartando seguir o script habitualmente cumprido por quem é defenestrado de algum cargo importante do governo Ana Júlia Carepa. "Recusei não uma, mas várias propostas", conta também.

RONALDO BARATA – Uma (justa) reverência

Pelo que ele representou para a luta dos sem-terra, sem radicalizar, por fazer da tolerância um princípio inarredável e procurar sempre compatibilizar o socialmente justo com o politicamente possível, é justo e pertinente transcrever o comentário anônimo sobre o papel de Ronaldo Barata na história fundiária do Pará. Trata-se de uma justa homenagem a quem, como ele, a despeito de eventuais equívocos e das contradições, teve a dignidade de sobrepor princípios ao pão.
O autor do comentário, inexplicavelmente abrigado no anonimato, faz um justo e isento resumo da atuação de Ronaldo Barata na conflituosa questão fundiária no Pará. Nada mais pertinente, por isso, que transcrever o comentário, com o destaque que ele merece, em uma justa reverência ao que representou Ronaldo Barata:

“Ronaldo Barata,

“Um grande homem, um grande advogado, e principalmente uma grande personagem na historia fundiária do Estado. Todos nós devemos a ele tributo de inovar onde não existia espaço para o novo, fez o bem a muitas pessoas, independente de partido ou coloração politica.
“Exímio conhecedor do direito agrário, e principalmente do complicado jogo político na área fundiária, fez de sua habilidade para contemporização uma arma de simpatia, seja com amigos ou adversários, nos momentos de crises pela disputa por terra (ou melhor, por dinheiro).
“Foi um dos melhores presidentes que o ITERPA já teve. Entre erros e acertos, sua vida ficou marcada pela coragem de tentar garantir uma harmonia entre agronegócio e agricultura familiar, porém sempre esbarrava na limitação de recursos.
“Certamente será esquecido por essa nova geração, que desconhece seus feitos, porém para os amigos será sempre lembrado como uma pessoa digna e trabalhadora.
“Um grande abraço, amigo, que Deus o tenha.”

sexta-feira, 29 de maio de 2009

COPA – Manaus leva a melhor sobre Belém

Segundo revela a edição de hoje do blog do jornalista Ancelmo Góis (http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/), Belém está excluída do elenco de cidades que deverão ser sedes da Copa de 2014, a ser disputada no Brasil. Manaus, segundo o jornalista, levou a melhor na disputa com Belém e Rio Branco.
A notícia foi antecipada por um atento internauta, em um comentário anônimo postado neste blog. Se confirmada, frustra as expectativas do governo Ana Júlia Carepa, que conta com a escolha de Belém para aplacar as decepções provocadas por seu desempenho pífio, mirando no ano eleitoral de 2010.

COPA – As escolhas da Fifa

Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal são as 12 cidades onde serão disputados os jogos da Copa de 2014, que a Fifa anuncia no domingo, em Nassau, nas Bahamas, antecipa Ancelmo Góis.
“O Rio, como se sabe, será o endereço da final, chance da definitiva reabilitação do Maracanã, após a derrota de 1950. São Paulo, está quase certo, fica com o jogo de abertura - Belo Horizonte sua a camisa no lobby para tomar o lugar dos paulistas. Cuiabá venceu Campo Grande, pelo prestígio político de Blairo Maggi, o governador do Mato Grosso. Manaus ganhou de Belém e Rio Branco o privilégio de ser a sede amazônica e Natal levou a última vaga, derrubando Florianópolis, por razões políticas e logísticas”, acrescenta a notícia.

HANGAR – O odioso privilégio de Antônio Vinagre

Mas meter o pé na água, para chegar ao interior do Hangar, é uma agrura imposta somente aos pobres mortais.
Causou indignação, entre as testemunhas do episódio, o odioso privilégio do qual usufruiu na tarde desta sexta-feira, 29, o secretário municipal de Saúde de Belém, Antônio Vinagre. Ao carro que conduzia Vinagre foi permitido invadir o espaço destinado aos pedestres, subir a calçada e, assim, poupar seu ilustre o passageiro das intempéries provocadas pela chuva.

HANGAR – O vício de origem do projeto

De acordo com o relato de uma circunstante, testemunha do alagamento do térreo do Hangar a quando o pampeiro que castigou Belém nesta sexta-feira, 29, alague ou não seu interior, o suntuoso centro de convenções do Estado apresenta um problema com origem no projeto. Para a ele se ter acesso, em dia de chuva, se é obrigado a meter o pé na água estagnada em sua entrada, desprovida de qualquer passarela coberta.
“Não há elegância que resista!”, desabafa a fonte do blog, ao apontar a falha do responsável pelo projeto. Uma falha própria de arquiteto que valoriza a imponência em detrimento da função utilitária e de um mínimo de conforto que deve ter qualquer edificação, principalmente em se tratando de um espaço público, como é um centro de convenções.
Mas caráter utilitário e conforto, aparentemente, não se incluem dentre as preocupações dos ilustres arquitetos Paulo Chaves e Ana Júlia Carepa. Seja por elitismo, ou porque faltaram as aulas sobre os dois temas.

HANGAR – Chuva provoca alagamento no térreo

Projetado por um arquiteto tucano, Paulo Chaves, secretário estadual de Cultura nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB, entre 1995 e 2006, responsável por sua construção, concluída na administração de uma arquiteta, a governadora petista Ana Júlia Carepa, o luxuoso Hangar (foto de divulgação, à esq.) não resistiu ao aguaceiro da tarde desta sexta-feira, 29.
O térreo do suntuoso centro de convenções do Estado ficou completamente alagado, para desespero de sua administradora, a toda-poderosa Maria Joana da Rocha Pessoa, aquela cuja conta bancária revelou um novo milagre da multiplicação. Foi preciso a eterna caixa de campanha da governadora Ana Júlia Carepa acionar um exército de funcionários, empunhando rodos, para conter o alagamento e aplacar o vexame, tanto maior pela presença dos ilustres circunstantes – deputados e assessores parlamentares de outros Estados, que participam da XIII Conferencia Nacional dos Legislativos Estaduais, realizado em Belém, no majestoso Hangar.

HANGAR – A gafe de Paulo Chaves e Ana Júlia

O Hangar, antes mesmo de ser inaugurado, revelava uma gafe monumental. Uma gafe, diga-se, compartilhada pelos arquitetos Paulo Chaves e Ana Júlia Carepa.
O faraônico centro de convenções do Estado foi projetado sem dispor de uma única via de acesso para cadeirantes, portadores de deficiência física que necessitam de cadeira de rodas para se locomover.
Apesar de arquitetos, nem Paulo Chaves e nem Ana Júlia Carepa se lembraram dos cadeirantes. Quem deles se lembrou foi a deputada estadual petista Regina Barata, que integra o contingente de deficientes físicos, em uma visita ao Hangar, às vésperas da inauguração deste, patrocinada pela governadora.

TESTEMUNHO – Charles Alcântara abre o jogo

Demitido do governo Ana Júlia Carepa, do qual foi o articulador político, Charles Johnson Alcântara, o ex-chefe da Casa Civi, é a atração deste sábado no programa Jogo Aberto, na Rádio Tabajara FM 106.1, que vai ao ar das 2 às 4 horas da tarde e também pode ser acompanhado pela internet (www.radiotabajará.com.br).
Segundo prometem os jornalistas Carlos Mendes e Francisco Sidou, que apresentam o programa, Alcântara irá revelar, enfim, qual o real motivo de sua saída do governo, avaliar o desempenho administrativo de Ana Júlia e explicar o porquê de ter sido substituído por Cláudio Alberto Castelo Branco Puty na chefia da Casa Civil. Hoje presidente do Sinditaf, o Sindicato do Grupo Ocupacional, Tributação, Arrecadação e Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda, Alcântara também deverá falar sobre a insatisfação que passou a se disseminar na base aliada do governo, com destaque para o PMDB, acrescentam Mendes e Sidou.

PETROBRÁS – Integrantes da CPI sob suspeita

De acordo com o site Congresso em Foco (www.congressoemfoco.ig.com.br), a edição desta sexta-feira, 29, de O Globo, revela que dos 11 senadores escalados para investigar supostos desvios de verba e de conduta na Petrobras, oito respondem a processos criminais no STF (Supremo Tribunal Federal) ou receberam doações de campanhas de empresas ligadas à estatal por contratos ou parcerias.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), provável relator da CPI da Petrobras, teve quase metade de sua campanha (R$ 200 mil) para o Senado, em 2002, bancada pela OPP, empresa petroquímica que foi incorporada à Braskem, da qual a Petrobras é sócia. Além disso, Jucá é acusado pelo Ministério Público Federal, com base em investigações da Polícia Federal, de compra de voto e desvio de recursos federais para obras. O inquérito tramita em segredo de Justiça, acrescenta a notícia.

PETROBRAS – Aditivos multiplicam custo

Já O Estado de S. Paulo, em sua edição desta sexta-feira, revela que auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam que a Petrobrás, protegida por um regulamento próprio, tem usado com frequência contratos turbinados por termos aditivos que elevam custos de obras e serviços da estatal, informa também o Congresso em Foco.
A suspeita de superfaturamento de R$ 81,5 milhões nas obras de terraplenagem da refinaria Abreu e Lima, em Recife, que foi incluída entre os contratos a investigar pela CPI da Petrobrás, é citado como apenas um exemplo de como a estatal trabalha com orçamentos elásticos, legalizados por meio de aditivos aos contratos iniciais. Na construção e montagem do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, no Amazonas, o custo de uma das fases da obra já passou de R$ 1,2 bilhão para cerca de R$ 1,8 bilhão. Dois dos contratos do gasoduto, que somavam R$ 1 bilhão, foram "aditivados" em mais R$ 612 milhões.

PETROBRAS – PT é privilegiado nas doações

O site Congresso em Foco reproduz também notícia da Folha de S. Paulo, segundo a qual pelo menos nove empresas ligadas à Petrobras doaram R$ 8,53 milhões para campanhas eleitorais em 2006 e 2008, a maior parte em benefício de petistas, embora a estatal seja proibida por lei de financiar candidatos e partidos. As empresas integram o que a estatal chama de "Sistema Petrobras": na maioria delas, a petrolífera tem participação acionária, indica diretores e participa de conselhos.
De acordo com a Folha de S. Paulo, em pelo menos uma, a petroquímica Braskem, representantes da Petrobras no conselho de administração, participaram da aprovação de doações. A estatal tem 23,78% do capital da empresa.
A notícia acrescenta que a legislação eleitoral proíbe estatais de doar, mas é omissa quanto às contribuições das empresas das quais elas são acionistas minoritárias. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para que a corte tenha uma posição firmada sobre o assunto será preciso que seja provocada em um caso específico.

CHARGE

DESGOVERNO – O expurgo de André Farias

Decididamente, não há limites para as lambanças da DS, a Democracia Socialista, a tendência interna do PT da qual faz parte a governadora Ana Júlia Carepa e que, por isso, comanda a máquina administrativa estadual.
Se não foi transferida para outro horário e local, agora mesmo, possivelmente no Palácio dos Despachos, deve estar em andamento uma reunião da DS, na qual a governadora Ana Júlia Carepa pretende sacramentar o expurgo de André Luis Assunção de Farias (à esq., em foto do site do governo) da SEIR, a Secretaria de Estado de Integração Regional. A idéia é defenestrar André Farias do cargo de secretário, para o qual deverá ser nomeada Ana Suely Maia de Oliveira, a ex-vereadora de Belém, que é atualmente a titular da Sedurb, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional. André Farias, até pouco tempo atrás, era um dos mais prestigiados auxiliares da governadora Ana Júlia Carepa. Mas a DS, como bem se sabe, é ciclotímica e suas razões desafiam a lógica.

DESGOVERNO – Secretário rejeita a humilhação

A decisão já foi comunicada a André Farias pela própria governadora Ana Júlia Carepa, acompanhada da proposta de que o atual secretário de Integração Regional passe à condição de secretário-adjunto.
Pelo que vazou, em um primeiro momento André Farias rejeitou submeter-se a humilhação já imposta a ex-secretária de Governo, Ana Cláudia Duarte Cardoso. Esta aceitou ficar como secretária-adjunta, para ser substituída, como titular da Segov, a Secretaria de Governo, por Edílson Rodrigues de Souza, até então presidente do Banpará, o Banco do Estado do Pará S/A.

DESGOVERNO – Denúncia de nepotismo na IOEPA

Convém contemplar o benefício da dúvida em relação aos envolvidos na denúncia, mas não há como deixar passar em branco a acusação de nepotismo na IOEPA, a Imprensa Oficial do Estado do Pará, agora sob o comando do PV, que no Pará é comandado por José Carlos Lima, o Zé Carlos. Este é um ex-petista histórico, que ao ficar sem mandato de deputado estadual, aderiu ao fisiologismo e aceitou colocar-se a serviço do tucanato, então no governo, aboletando-se, na administração Simão Jatene, no cargo de chefe da Casa Civil, na época uma função do segundo escalão do organograma do poder estadual.
De acordo com a denúncia, O secretario geral do partido PV, Flosrisvaldo Martins, chefe de gabinete da IOEPA, avalizou a permanência, como diretor industrial, de Luis Carlos Martins, do qual seria irmão. Luis Carlos, ainda segundo a denúncia, seria originário do Sindicato dos Gráficos e teria como padrinho político o camaleônico Zé Carlos, presidente regional do PV.

DESGOVERNO – Suspeita de utilização política

Mais grave ainda é a suspeita, embutida na mesma denúncia, de que a IOEPA estaria sendo utilizada para impressão de material de campanha eleitoral por notórios pré-candidatos do PV.
Um dos beneficiários do uso indevido da IOEPA seria o ex-vereador André Lobato, o Kaveira, um empresário da noite fascinado por factóides e de pouco apreço pela ética.

TCE – O ardil para institucionalizar o nepotismo

De acordo com denúncia feita neste blog, uma resolução do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Pará) autoriza os parentes dos conselheiros a permanecerem incólumes em seus cargos, desde que estejam supostamente protegidos da súmula vinculante do nepotismo, do STF (Supremo Tribunal Federal), em um quadro suplementar.
Esse é o entendimento da consultoria jurídica do TCE, acrescenta a denúncia. “Parecer jurídico do TCE-PA agora está acima das decisões do STF!”, desabafa, indignado, o autor da denúncia. Com razão, diga-se.
O TCE, como bem se sabe, rivaliza, em matéria de nepotismo, com o TCM (Tribunal de Contas dos Municípios do Pará), que também tem por hábito histórico desafiar decisões do STF. Impunemente, o que é pior!
Mas esta é a terra de direitos (violados). Aqui, lamentavelmente, os inquilinos do poder cultivam, com acintosa desfaçatez, a cultura da impunidade. E do patrimonialismo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

RONALDO BARATA - Uma ausência a lamentar

Determinado e corajoso diante das adversidades da vida, o advogado Ronaldo Barata nunca se deixou alquebrar e deu a volta por cima, desdenhando das vicissitudes, com a irreverência que lhe era característica e que às vezes beirava a irresponsabilidade em relação a ele próprio. Não conseguiu, porém, driblar o inimigo traiçoeiro e implacável que é o câncer, que acabou por matá-lo. Trata-se de uma ausência a lamentar e que deixa bem mais pobre, em matéria de quadros e princípios éticos, o PSDB do Pará.
Boêmio na juventude, incorrigível militante da esquerda festiva, como todo bon-vivant politizado, ele tornou-se um advogado de mão cheia, mantendo uma respeitável banca de advocacia. Banca que surpreendentemente abandonou, para perseguir a utopia tucana de fazer política com ética, um projeto sepultado quando o PSDB chegou a poder no Pará e mandou os escrúpulos às favas, em uma opção que por vezes o fazia revelar involuntariamente uma amargura que logo tratava de dissimular.

RONALDO BARATA – Lealdade não correspondida

Significativamente, a ficha de filiação de Ronaldo Barata no PSDB é a de número três, do que muito ele se orgulhava e que o fez rejeitar, sempre, a idéia de vir a ser candidato a deputado por alguma legenda nanica, capaz de viabilizar sua eleição. Assim, carregou consigo o estigma que marcou o partido em seus primórdios - ter muito charme e poucos votos. De resto, manteve-se fiel ao PSDB e mais particularmente ao ex-governador Almir Gabriel, a despeito deste nem sempre ter correspondido a lealdade do seu fiel escudeiro, discreto senhor de alguns dos grandes segredos da política paraense.
Segundo a máxima célebre, aos homens sobrevive o mal que eventualmente possam ter feito, mas o bem é com seus ossos enterrados. Se assim for, em se tratando de Ronaldo Barata é justo subverter essa máxima, e guardar a imagem do homem que se notabilizou não apenas pelo seu perfil intelectual, mas também por uma bonomia que às vezes ficava no estreito limite que separa a generosidade da irresponsabilidade. Dele convém guardar, sobretudo, o exemplo de que fez política na presunção de servir ao Pará e não se servir do poder, tanto que morreu pobre, sem lamentar ter descartado as concessões capazes de garantir uma velhice bem mais tranquila.
Descanse em paz, é o que se pode dizer, diante da triste cerimônia do adeus de Ronaldo Barata.

RONALDO BARATA – O senhor de muitos segredos

Além de privar-nos da sua presença, a morte de Ronaldo Barata há de ser lamentada, também, por ele deixar esta vida sem legar à posteridade suas memórias, que certamente poderiam esclarecer os bastidores de alguns dos mais controvertidos episódios da história recente do Pará. Em muitos desses episódios, ele foi personagem e/ou testemunha privilegiada, mas jamais se permitiu revolver a memória, certamente porque isso fatalmente tisnaria a imagem de tucanos de farta plumagem, como no caso do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 19 lavradores mortos, no primeiro mandato do ex-governador Almir Gabriel.
A própria vida de Ronaldo foi rica em contradições. Seu pai, Milton Barata, às vésperas do último ano de medicina, optou por abandonar o curso para se tornar o capo do jogo ilegal no Pará, sob o patrocínio do PSD, legenda que marcou fortemente a política brasileira e foi extinta quando a ditadura militar instituiu o bipartidarismo. Com isso, Milton Barata pode permitir uma vida de fausto à família, até perder a gerência do jogo ilegal no Pará, com a posse do ex-governador Aurélio do Carmo, que entronizou na função Pedro Tratra, pai da socialite Gilca Ferro e Silva. A mudança, pelo que é dito a respeito, foi provocada por uma incontinência verbal de Milton Barata que magoou Aurélio do Carmo, quando este ainda era candidato ao governo. Com a vendeta de Aurélio do Carmo, sobreveio a derrocada financeira de Milton Barata, que naturalmente reverberou nos filhos, o que se constituiu no primeiro de muitos desafios que Ronaldo Barata enfrentou com comovente dignidade.

SEFER – Raimundo Holanda concede habeas-corpus

Segundo informação confirmada pela assessoria de imprensa do TJE, o desembargador Raimundo Holanda concedeu habeas-corpus para o ex-deputado estadual pelo DEM Luiz Afonso Sefer preso no Rio de Janeiro. Ele é acusado de abusar sexualmente, por três anos consecutivos, de uma menina então com 9 anos, que trabalhou e morou na casa do parlamentar.
Sefer teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Eric Aguiar Peixoto, da Vara de Crimes Contra Criança e Adolescentes. Preso no Rio, o ex-deputado do DEM tem sua chegada a Belém prevista para logo mais, possivelmente meia-noite.

DESGOVERNO – A nova lambança de Ana Júlia

Parece inesgotável o arsenal de trapalhadas do governo Ana Júlia Carepa (foto, à dir.). A mais recente lambança dos atuais inquilinos do Palácio dos Despachos foi exonerar – sem nenhuma justificativa palatável –Eugênia Fonseca, a titular do Pró-Paz Integrado, o Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Violência Sexual.
A trapalhada ficou tão evidente, mas tão evidente, que só na terça-feira, 26, a portaria da exoneração foi tornada sem efeito, por determinação expressa do Palácio dos Despachos. Na versão oficial, por parte do governo Ana Julia Carepa, tratou-se de um “equívoco”. Uma explicação que não soou palatável para o publico externo, diga-se. Seja como for, o entendimento consensual é de que o governo Ana Júlia negligencia em relação ao Pró-Paz Integrado.

DESGOVERNO – Reação indignada

Foi de indignação a reação diante da notícia da exoneração de Eugênia Fonseca. Deputados que compõem a CPI da Pedofilia da Assembléia Legislativa revelaram-se perplexos em um primeiro momento e, mesmo após a portaria tornando sem efeito a exoneração, evidenciaram seu ceticismo sobre a versão do Palácio dos Despachos de que fora um “equívoco”.
A ilação, entre alguns dos parlamentares foi de que a exoneração decorreu do depoimento de Eugênia Fonseca à CPI da Pedofilia da Alepa, que teria deixado irritado setores do governo Ana Júlia Carepa. Por compartilhar dessa leitura, tão logo tomou conhecimento da exoneração, o senador José Nery (PSOL) cobrou a convocação da titular do Pró-Paz pela CPI da Pedofilia do Senado.

DESGOVERNO – Cronologia do imbróglio

Sem nenhum aviso prévio, Eugênia Fonseca foi formalmente exonerada na sexta-feira, 22, mas a portaria da exoneração só foi publicada na edição de segunda-feira, 25, no Diário Oficial do Estado. A versão oficial atribui a um suposto “equívoco” a exoneração da titular do Pró-Paz Integrado, tornada sem efeito já na terça-feira, 26.
A lambança foi tanta e tamanha que mobilizou até o presidente da Fundação Santa Casa, Mauricio Bezerra, cuja intervenção teria sido decisiva para tornar sem efeito a exoneração de Eugênia. Esta costuma ser descrita como uma profissional de competência e experiência comprovadas, além de afável e serena no trato pessoal. Tão serena que conservou a tranquilidade e cumpriu seu papel, mesmo diante das ameaças anônimas de morte recebidas, depois que o Pró-Paz Integrado recebeu a menor que denunciou ter sido vítima de abuso sexual por parte do ex-deputado do DEM Luiz Afonso Sefer.

DESGOVERNO – Um projeto pertinente

O Pró-Paz Integrado, que vem a ser o Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Violência Sexual, atendeu, em quatro anos, 3.558 vítimas de violência sexual, a maioria crianças, adolescentes, e pessoas com deficiência. Só este ano, de 1º de janeiro até meados de maio, foram registrados mais 100 casos E já há cerca de 100 casos só este ano, revelou Eugênia Fonseca, ao depor na CPI da Pedofilia instalada na Assembléia Legislativa do Pará.
O Pró-Paz Integrado foi criado em 2004, durante o governo do tucano Simão Robison Jatene, mobilizando uma equipe multidisciplinar. O projeto foi inspirado em um programa correlato, o Girassol, de autoria de Eugênia Fonseca. Como o programa não dispunha de suporte para atender o volume da demanda, a tucanagem viabilizou o Pró-Paz Integrado, para distingui-lo de outro projeto, o Pró-Paz, voltado para a área de segurança pública.

DESGOVERNO – Fogueira de vaidades

O projeto foi, na verdade, de autoria de Eugênia Fonseca (foto, à esq.), que optou por se manter à margem da fogueira de vaidades, permanecendo como simples técnica do Pró-Paz Integrado. Tucanos ilustres, porém, usurparam a autoria do projeto, consagrando o pacto da mediocridade, um terreno fértil para o engodo próprio dos arrivistas.
Exibindo uma simplicidade cativante e uma dedicação comovente, Eugênia ratificou seu status profissional, sem precisar trombeteá-lo. Ela passou a comandar o Pró-Paz em 2007 e tem sido incansável na mobilização contra a impunidade dos pedófilos.

DESGOVERNO – Exoneração explica gafe de Eutália

A exoneração de Eugênia Fonseca explica a suposta gafe da secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, a opaca Eutália Barbosa Rodrigues, ao não convidar a titular do Pró-Paz para um seminário sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, realizado na semana passada no auditório da Unama (Universidade da Amazônia) da BR. A ausência foi registrada e lamentada em tom enfático por Mauricio Guerreiro, promotor de Justiça da Infância e Adolescência.
Guerreiro foi incisivo ao advertir para a necessidade do governo Ana Júlia resgatar a importância do Pró-Paz Integrado, deixado à deriva pela atual administração estadual.

DESGOVERNO – Fonte do PT nega cena de pugilato

Uma fonte autorizada, que é petista mas não se identifica com o governo Ana Júlia Carepa, desmente a versão sobre uma suposta cena de pugilato entre o arrogante Valdir Ganzer, secretário de Transportes, e o irascível chefe da Casa Civil, Cláudio Alberto Castelo Branco Puty. De acordo com a versão, no rastro de uma acalorada discussão, Ganzer por pouco não nocauteia Puty, em reunião presidida pela própria governadora Ana Julia Carepa.
A versão foi tornada do domínio público terça-feira, 26, pelo Repórter Diário, a nobre coluna do Diário do Pará. Líder de vendagem no Pará, o jornal integra o grupo de comunicação da família do ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará e que protagoniza uma queda-de-braço com a governadora Ana Julia Carepa, reivindicando mais espaço para o PMDB no governo.

BLOG – Manutenção provoca hiato

A necessidade de manutenção técnica do micro obrigou-me a fazer um hiato na atualização do blog nesta última quarta-feira, 27.
Resolvido os problemas técnicos, retomo as atualizações.

MEMÓRIA - Belém de antigamente

Theatro Bar Paraense, na avenida Nazaré,
cujo local hoje abriga o conjunto
residencial Jardim Independência.

terça-feira, 26 de maio de 2009

TJ – O eufemismo de vida mansa

A concluir do relato, a Justiça dispensa a venda, símbolo da sua equidistância, quando se trata dos seus.
Segundo um competente e experiente jornalista, que tem intimidade com os bastidores do Judiciário, os afilhados das cabeças coroadas do Tribunal de Justiça do Pará seriam abrigados em cargos de técnico especial. O técnico especial, de acordo com o jornalista, seria um belo eufemismo para designar aquilo que em bom português se designa como vida mansa.
O salário de um técnico especial, segundo ainda o mesmo jornalista, pode chegar a R$ 12 mil. Com a garantia de uma vida tranquila, como bem merecem os áulicos, acrescenta o jornalista, em off, por temer retaliações.

TJ – Um cargo inusitado

A revelação soa fatalmente surreal, mas cabe o registro, porque em se tratando do Judiciário paraense tudo parece possível.
Também segundo o mesmo jornalista, o TJ do Pará dispõe, dentre outros cargos, de um decididamente inusitado, se efetivamente existir. Seria, supostamente, o de dama de companhia, para quando o TJ tiver à frente uma presidente.

TJ – Esclarecimento necessário

Como o elenco descritivo de cargos do TJ é uma caixa-preta, certamente cabe – em nome da indispensável transparência - um esclarecimento a respeito de ambas as revelações.
Se possível tornando do domínio público a relação dos cargos que compõem a assessoria direta da presidência do tribunal e o nome de seus ocupantes. E também, naturalmente, os nomes que figuram no elenco de técnicos especiais.

SESPA – Confirmado furo do blog

Segundo o Jornal Liberal 1ª Edição, da TV Liberal, afiliada da TV Globo no Pará, a médica Silvia Comaru foi nomeada secretária estadual de Saúde Pública, em substituição a médica Laura Rossetti.
A notícia confirma o furo do blog, que antecipou, em 30 de outubro do ano passado, a substituição de Laura Rossetti por Silvia Comaru.

ALEPA – A cara-de-pau de Zé Megale

A desfaçatez tucana não conhece limites.
Nesta terça-feira, 26, o líder do PSDB na Assembléia Legislativa, deputado Zé Megale, vociferou contra o aumento concedido pela governadora Ana Júlia Carepa, por considerá-lo irrisório.
Nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB, entre 1995 e 2006, a perda salarial média dos servidores públicos estaduais chegou a 50%, segundo o Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

SAÚDE – A triste notoriedade do Pará

O sucateamento da saúde pública no Pará voltou a ser notícia. Agora na TV Globo, que nesta segunda-feira, 25, exibiu no Jornal Nacional uma matéria revelando que aparelhos que poderiam salvar vidas de pacientes com câncer estão encaixotados em Belém e no interior do Estado. O Jornal Nacional revelou também que dos quatro aparelhos de radioterapia do Hospital Ophir Loyola, referência no tratamento do câncer no Pará, dois estão quebrados.
“Alguns pacientes vão falecer nesta fila de espera quando poderiam ter essa sobrevida aumentada, ter recebido um tratamento que prolongasse a sobrevida e reduzisse os sintomas. É muito triste”, declarou a oncologista Paula Sampaio. A reportagem acentuou que quatro aceleradores lineares (semelhantes ao da foto acima, à esq.), que destroem as células do câncer, estão encaixotados em Belém e no interior do Estado.

SAÚDE – R$ 11 milhões investidos em vão

De acordo com a matéria do Jornal Nacional, O Ministério da Saúde afirma que gastou R$ 11 milhões na compra dos quatro equipamentos. Segundo o ministério, dois aparelhos chegaram ao Pará em 2004, um veio em 2006 e o último em 2007
Ex-secretário estadual de Saúde, o médico Fernando Dourado, entrevistado, reagiu com um cinismo capaz de corar anêmico. “O único equipamento que chegou em nosso governo foi em setembro de 2006, último ano de nossa administração, e ele dependia de uma obra. Foram deixados recursos e a planta pronta e até o hoje a obra não começou”, declarou Dourado, que protagonizou uma gestão pontuada por denúncias de corrupção, formuladas pelo Ministério Público.

SAÚDE – A balela de Fernando Dourado

A versão de Fernando Dourado é escandalosamente mentirosa. Em 2004 o governo Simão Jatene recebeu um acelerador linear, de última geração, que foi encontrado pela administração Ana Júlia Carepa, em 2007, encaixotado no almoxarifado da Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, aguardando a construção de um anexo no Hospital Ophir Loyola, para abrigá-lo.
Inexplicavelmente a construção do anexo se arrasta até hoje. Sua inauguração foi anunciada para o segundo semestre deste ano, após a situação ser denunciada, com exclusividade, por este blog. Uma semana após a denúncia do blog, O Liberal publicou uma extensa matéria, na qual a diretoria do Ophir Loyola garantia que o acelerador linear de última geração entraria em funcionamento no segundo semestre deste ano.

SAÚDE – O cinismo recorrente do ex-secretário

Em se tratando de Fernando Dourado, o cinismo é recorrente. A despeito de acossado pelo Ministério Público, ao longo de sua gestão como secretário estadual de Saúde ele ignorou olimpicamente as cobranças de transparências, sob a leniência do então governador Simão Jatene (PSDB), e da secretária especial de Promoção Social, Valéria Pires Franco, que era também vice-governadora e a qual o titular da Sespa era diretamente subordinado.
Atualmente vereador de Belém pelo DEM, Dourado é apaniguado do deputado federal Vic Pires Franco e da mulher deste, a ex-vice-governadora Valéria Vinagre Pires Franco, que monopolizam o comando do Democratas no Pará e são aliados preferenciais do PSDB no Estado. Em passado recente, Dourado foi sócio do casal, em uma agência de turismo.

SAÚDE – Os padrinhos do farsante

Vic Pires Franco (à dir.) figurou entre os parlamentares que utilizaram indevidamente as cotas de passagens aéreas destinadas para o exercício de suas atividades e que empregavam indevidamente, para turismo seus e de familiares e amigos. Ele se notabilizou, como político, por seu perfil fisiológico, a exemplo da sua mulher.
Valéria Vinagre Pires Franco, embalada pela propaganda enganosa dos sucessivos governos tucanos no Pará, entre 1995 e 2006, saiu candidata a prefeita de Belém, em 2008. Apesar de ter sua candidatura turbinada pelo grupo de comunicação dos Maiorana, ela acabou em quarto lugar, atrás do prefeito reeleito Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, do ex-deputado federal José Priante (PMDB) e do ex-deputado estadual Mário Cardoso (PT), apesar de ter feito a mais cara campanha. O luxo da sua campanha, só comparável ao do nefasto Dudu no segundo turno, rendeu-lhe o epíteto de A Milionária.

SAÚDE – Sespa mantém previsão

O Jornal Nacional recordou que na terça-feira passada, 19, três dias antes de pedir demissão, a então secretária estadual de Saúde, Laura Rossetti, reconheceu que houve atraso. Ela disse que dois aparelhos podem entrar em operação até o fim do ano. “Vamos trabalhar para colocar o mais breve possível, no segundo semestre, mas vai depender das obras físicas”.
Também de acordo com o Jornal Nacional, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Pará, estão mantidas as previsões da ex-secretária. Os dois aparelhos de radioterapia devem entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. Um ficará no Hospital Ophir Loyola e outro no Hospital Barros Barreto, acrescentou a matéria da TV Globo, com base nas informações fornecidas pela Sespa.

DESGOVERNO – Baixaria petista

Segundo revela em sua edição desta terça-feira, 26, o Repórter Diário, a nobre coluna do Diário do Pará, o tempo fechou na noite de segunda-feira, 25, durante reunião realizada pela governadora Ana Júlia Carepa, no Palácio dos Despachos. Na ocasião, revela o jornal da família do ex-governador Jader Barbalho, o arrogante secretário de Transportes, Valdir Ganzer, tentou dar um soco no chefe da Casa Civil, o irascível Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, na esteira de uma ácida discussão.
Da reunião promovida pela governadora Ana Júlia Carepa participaram, além de Puty e Ganzer, os deputados federais petistas Paulo Rocha e Beto da Fetagri e o deputado estadual Airton Faleiro, líder do governo na Assembléia Legislativa.

DESGOVERNO – Insurreição parlamentar

O Repórter Diário revela que, no bate-boca, os parlamentares declararam guerra ao irascível chefe da Casa Civil, também conhecido por Pacheco, em alusão ao personagem de Eça de Queiroz, farto em empáfia e parco em realizações. Os parlamentares chegaram a ameaçar deixar o governo, se Puty nele fosse mantido, de acordo com a revelação do jornal.
A nobre coluna do Diário do Pará revela também que, no auge da discussão, os deputados petistas disseram que se Puty deseja sair candidato a deputado federal deve deixar o governo.

DESGOVERNO – A caminho do cadafalso

De acordo com o Repórter Diário, Cláudio Alberto Castelo Branco Puty (à esq.) estaria a caminho do cadafalso. Citando uma fonte do jornal, obviamente abrigada no off, a coluna informa que o chefe da Casa Civil atraiu a antipatia não só da maioria do secretariado da governadora Ana Júlia Carepa, como de boa parte da base de sustentação política do governo.
"Há uma espécie de rebelião em curso contra o chefe da Casa Civil, que internamente já está fragilizado e que vem perdendo todas as condições de continuar no cargo", acrescenta a fonte citada pelo Repórter Diário. A coluna informa ainda que, dentre as mudanças previstas pela governadora, está a inclusão de um deputado petista nas articulações com a base aliada, hoje entregues exclusivamente a Puty.
Descrito consensualmente como arrogante, Puty é tido como preposto do secretário de Projetos Estratégicos, Marcílio de Abreu Monteiro, ex-marido da governadora Ana Júlia Carepa e apontado como eminência parda do atual governo. Ele chegou ao governo como secretário de Governo e assumiu o papel de articulador político do Palácio dos Despachos ao migrar para a Casa Civil, em substituição a Charles Alcântara, acusado de demasiadamente flexível com o PMDB do ex-governador Jader Barbalho. Ele é um dos expoentes da DS, a Democracia Socialista, a tendência do PT da qual faz parte a governadora Ana Júlia Carepa e que, por isso, comanda a máquina administrativa estadual. Ele é declarado pré-candidato a deputado federal pelo PT, nas eleições de 2010.

BENEVIDES – O drama da falta de ônibus

Mãe de família, que ganha a vida como diarista, queixa-se que prossegue, sob a leniência do prefeito Edimauro Farias (PR), o drama da falta de ônibus em Benevides, que tanto penaliza a massa de usuários que trabalha em Belém. Ela conta que na sexta-feira passada, 22, por exemplo, chegou na parada de ônibus pouco depois das 6 horas da manhã e só conseguiu chegar no emprego, em Belém, cerca de 9 horas, porque sucessivos ônibus circulavam absolutamente lotados, queimando paradas.
A população de Benevides dispõe, hoje, de três linhas de ônibus – Benfica-Presidente Vargas, Benfica-São Braz e Benfica-Murini -, todas da empresa Modelo, que detém o monopólio do transporte coletivo no município. Eleito pela coligação PR-PMDB, com 35,43% dos votos, contra 34,35% de Ronie Silva (PTC-PTB-PRTB-PPS-PT) e 30,22% de Luiza Sólon (PDT-DEM-PV), o prefeito Edimauro Farias permanece indiferente diante do drama diário dos usuários, coonestando o descaso da empresa Modelo. Esta repete sempre a justificativa que aguarda a chegada dos ônibus adquiridos, para ampliar a frota, em um discurso que soa a conversa para boi dormir.

SEDES – As lambanças de dona Eutália

Internauta, em comentário previsivelmente anônimo, faz um eloquente desabafo sobre as lambanças de Eutália Barbosa Rodrigues, a atual secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, consensualmente criticada pela sua inépcia administrativa. Pinçada do Tocantins, ela tem como principal credencial servir de governanta qualificada do chefe da Casa Civil do governo Ana Júlia Carepa, o irascível Cláudio Alberto Castelo Branco Puty. Este é também conhecido como Pacheco, em alusão ao personagem de Eça de Queiroz pródigo em empáfia e parco em realizações.
Segue a transcrição da denúncia em torno das estultícias de dona Eutália, descrita como uma administradora de pouca competência e muita arrogância e prepotência.

“Caro Barata, é lamentável a atuação anêmica e a ausência de arrojo político da secretária Eutália, que apesar de seu discurso de pseudo-petista, que vive arrotando trajetórias e experiências em conselhos e secretarias, isso e aquilo, o pavão fica num enfeite só. Mas na real, não consegue, talvez por ter sido picada pela mosca azul da vaidade burocratizante, dialogar e respeitar os espaços que verdadeiramente foram forjados nas lutas e na participação popular, como os Conselhos de Direitos, que poderiam funcionar de maneira eficaz se realmente fossem valorizadas suas deliberações, o que não vem ocorrendo. E olha que esses Conselhos são responsáveis pelo controle social das políticas, sejam elas da criança, assistência e do idoso. Por exemplo, não conseguem obter, de forma transparente e sistemática, as informações necessárias de como o governo e a SEDES vêm desenvolvendo seus programas, planos, atividades, e aplicação de recurso. Quem sabe, se o dialogo fosse franco, aberto e articulado, as ações contra as mazelas da exclusão e violência tivessem resultado significativos, endemias que só fazem crescer assolar o povo deste estado. E já se foram quase três anos de um governo dito popular e democrático.
“Essa pseudo-secretária tenta tratar os conselheiros como vem tratando os servidores da SEDES, transformada num feudo medieval, eivada de assédio, submissão, constantes humilhações, perseguição política aos que discordam de seu posicionamento e prática autocrática. Numa relação doméstica e bairrista, sua postura arrogante é reforçada por uma equipe de aspones baba-ovos.
Infelizmente esse é o cinzento cotidiano da SEDES, espero que este desabafo sirva como denúncia e, ao mesmo tempo, de combustível aqueles que, mesmo debaixo do açoite, resistem e mantém seus princípios e repudiam essas práticas reacionárias.
“O que é mais triste Barata, é saber que a Governadora e o chefe da casa civil, insistem em manter essa aspirante de secretária para infelicidade geral da população paraense.
“Chega de Eutotalitária!”

MEMÓRIA - Belém de antigamente

O majestoso Grande Hotel, demolido para
dar lugar ao Hilton Hotel, na Praça da República.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CRISE – Líder do governo antecipa mudanças

Em entrevista à imprensa, o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Airton Faleiro (PT) (à esq., em foto do site da Alepa), antecipou formalmente algumas das mudanças, consumadas ou em curso, na equipe da governadora Ana Júlia Carepa. As mudanças anunciadas pelo parlamentar se referem à cota petista no governo Ana Júlia Carepa, que protagoniza uma queda-de-braço com o PMDB, cujo manda-chuva, o ex-governador Jader Barbalho, reivindica mais espaço para o partido na máquina administrativa estadual.
Faleiro confirmou mudanças já sabidas, como na Segov (Secretaria de Governo), e outras já antecipadas, como na Sema (Secretaria de Meio Ambiente) e na Secom (Secretaria de Comunicação), além de outra previsível, como no caso do Banpará (Banco do Estado do Pará S/A). Mas também antecipou que deverão ocorrer mudanças na Segup (Secretaria de Segurança Pública), até então excluída das especulações, e até em uma certa Comissão de Portos e Hidrovias, bem como anunciou a antecipação de mudança na Escola de Governo, cuja diretora geral, Edilza Joana de Oliveira Fontes, a Cuca, amiga pessoal e comadre da governadora Ana Júlia Carepa, é declarada pré-candidata a deputada federal em 2010, pelo PT.

CRISE – A troca de guarda na Segov e Sema

Segundo Faleiro, a Segov ficará sob o comando de Edílson Rodrigues de Souza, até aqui presidente do Banpará. Ana Cláudia Duarte Cardoso, atual secretária de Governo e fiel escudeira de Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, o arrogante chefe da Casa Civil, ficará como secretária-adjunta, nas cirunstâncias uma situação algo vexatória. No Banpará, com a remoção de Edílson Rodrigues de Souza para a Segov, este será substituído por Noêmia Jacob.
Na Sema, também segundo Faleiro, ainda não definiram o nome do substituto do atual secretário, Valmir Gabriel Ortega, envolvido em denúncia de corrupção na secretaria. Mas Ortega será mantido na Sema, porque sua permanência seria considerada importante, pelo Palácio dos Despachos, para preservar as conquistas supostamente obtidas na área de política ambiental.

CRISE – As dúvidas em torno da Secom

Para a imprensa, Faleiro admitiu o que os jornais e blogs já anteciparam, que é a substituição do professor Fábio Fonseca de Castro, secretário de Comunicação. O atual titular da Secom exibe um brilhante currículo acadêmico mas revelou, conforme a crítica corrente, pouco afinidade com o dia-a-dia do jornalismo.
Para o lugar de Fábio, de acordo com o líder do governo, são cogitados três nomes. Um é o de Paulo Heineck, marketeiro da campanha de Ana Júlia Carepa nas eleições de 2006. Outro é o de Regina Lúcia Alves de Lima, presidente da Funtelpa (Fundação de Telecomunicações do Pará), de perfil acadêmico e cuja intimidade com o exercício do jornalismo se resume a se fazer passar por jornalista, quando estudante, a pretexto de ser, na sua definição, “jornalista ideológica”, o que ocorreu no congresso de fundação da CUT, a Central Única dos Trabalhadores, o braço sindical do PT, no início dos anos 80 do século passado. O terceiro nome cogitado é Paulo Roberto Ferreira, um petista de conveniência, que foi diretor da TV Cultura, da qual foi defenestrado após entrar em rota de colisão com Regina Lúcia Alves de Lima, a atual presidente da Funtelpa, cargo que postulou após a vitória de Ana Júlia Carepa em 2006. Quando foi nomeado diretor da TV Cultura, ele não dispunha de qualquer intimidade com mídia eletrônica. Sua experiência prática anterior fora com mídia impressa, ao ser repórter e, por breve período, chefe de reportagem de O Liberal, o principal jornal do grupo de comunicação da família Maiorana, do qual saiu para ser assessor parlamentar, figurando inclusive na lista dos marajás da Assembléia Legislativa. A lista foi divulgada pelo então governador Hélio Gueiros, no início do seu mandato, que se estendeu de 1987 a 1991.

CRISE – A vida pregressa de Paulo Roberto Ferreira

Paulo Roberto Ferreira (à dir., em foto do site do governo) é íntimo do publicitário Orly da Costa Bezerra, o marketeiro-mor da tucanagem nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB. Na época, Paulo Roberto manteve uma empresa que fazia clippings para o Palácio dos Despachos e cotejava, estatisticamente, os espaços concedidos pelos jornais ao PSDB e ao PT.
No PT, do qual é originário e a cujo ninho retornou após a derrocada do tucanato, ele é afilhado político do deputado federal Paulo Rocha, um dos mensaleiros petistas, do qual seria inclusive contraparente, e do deputado estadual Valdir Ganzer, atual secretário de Transportes, protagonista de uma administração calamitosa na Setran (Secretaria de Transportes). Quando administrou a gráfica da SPDDH (Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), nos anos 80 do século passado, Paulo Roberto ficou célebre por ter como ilustre cliente o então major Sebastião Moura, o major Curió, ícone da ditadura militar e figura de proa da repressão política nos anos de chumbo, especialmente durante a guerrilha do Araguaia, promovida pelo PC do B. Curió chegou a se eleger deputado federal pelo PDS, o partido de sustentação política do regime militar, e se valeu da gráfica da SPDDH, nas mãos de Paulo Roberto Ferreira, para imprimir seu material de campanha.
O relato sobre o episódio acerca da inusitada relação entre o petista Paulo Roberto Ferreira e o major Curió, está no livro sobre o assassinato do ex-deputado Paulo Fonteles (ex-PMDB, então PC do B), Contido a Bala, de Luiz Malklouf Carvalho. Um jornalista de competência e experiência comprovadas, que fez carreira na grande imprensa brasileira e nela continua militando, Maklouf é também um escritor nacionalmente conhecido, autor, dentre outros livros de sucesso, de Já Vi Esse Filme, sobre reportagens e polêmicas envolvendo o presidente Lula.

CRISE – Quem é Paulo Heineck

Paulo Heineck, um dos nomes oficialmente cogitado para a Secom, foi o responsável pelo marketing eleitoral da vitoriosa campanha de Ana Júlia Carepa ao governo do Pará, nas eleições de 2006. Ele é vinculado ao comando nacional da DS, a Democracia Socialista, a tendência interna do PT na qual milita a governadora Ana Júlia Carepa. No atual governo ele tem, dentre seus interlocutores privilegiados o publicitário Francisco Oliveira, o Chiquinho do PT, dono da Vanguarda, uma agência de publicidade que prosperou durante os dois mandatos de Edmilson Rodrigues como prefeito de Belém. Chiquinho mantém uma relação ambivalente com a governadora e sua entourage, que se desenrola sob reservas mútuas.
Heineck descartou a possibilidade de integrar o governo Ana Júlia Carepa porque sua família reside em Brasília, onde sua esposa tem um vantajoso e estável emprego. Por isso, para muitos soa inimaginável vê-la trocar a estabilidade do Distrito Federal por algo incerto como um cargo em um governo de uma terra que lhe é estranha, o que faria Heineck resistir a idéia de trocar Brasília por Belém. Além disso, pelo que é dito nos bastidores, embora diplomático, ele tem uma visão muito crítica sobre as lambanças da governadora e sua trupe. Assim, pelo próprio distanciamento que mantém das disputas paroquiais, não se revelaria permeável à idéia de se sujeitar aos caprichos e estultícias políticas do Palácio dos Despachos, dominado pelo círculo mais íntimo de Ana Júlia Carepa.

CRISE – Os amigos íntimos de Ana Júlia

O círculo íntimo de Ana Júlia Carepa, capaz de influenciá-la e até por ela decidir, é basicamente constituído por Marcílio de Abreu Monteiro, secretário de Projetos Estratégicos e ex-marido da governadora, tido e havido como a eminência parda do governo; Maurílio de Abreu Monteiro, irmão de Marcílio e secretário de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia; e Maria Joana da Rocha Pessoa, a manda-chuva do Hangar, o centro de convenções do Estado, ex-mulher de Maurílio e amiga pessoal de Ana Júlia, da qual é também a eterna caixa de campanha.
Marcílio de Abreu Monteiro foi citado, na CPI da Biopirataria, como chefe do esquema de desmatamento ilegal no Pará, que seria turbinado por um propinoduto mantido pelos madeireiros, de acordo com a revista Veja. “Embora um acordo costurado entre parlamentares tenha poupado Ana Júlia e seu ex-marido de um pedido de indiciamento no relatório, a investigação da CPI esbarrou em uma série de indícios comprometedores para a dupla”, salientou a revista. A CPI da Biopirataria também identificou quase uma centena de chamadas de Maria Joana para empresas suspeitas de integrar o esquema de desmatamento ilegal no Pará. “Obtida a quebra do sigilo da funcionária, descobriu-se que, apenas em 2004, ela havia movimentado, em duas contas, uma quantia superior a 2 milhões de reais. O valor é dezesseis vezes mais alto do que a renda anual que Maria Joana declarou à Receita Federal: 124.800 reais”, revelou Veja, ao denunciar a maracutaia, em noticiário ecoado também pela TV Globo, na época.

CRISE – Setran, Detran e Sespa

Sobre a Setran, alvo de freqüentes denúncias de corrupção e desmandos administrativos do secretário Valdir Ganzer, Airton Faleiro descartou qualquer mudança imediata, a exemplo do Detran (Departamento de Trânsito do Estado do Pará). Ter sido aparentemente adiada uma mudança na Setran certamente deixa o líder do governo aliviado, porque, se Valdir Ganzer for defenestrado da secretaria, possivelmente retomará sua vaga na Assembléia Legislativa, desalojando Faleiro, suplente do deputado que, por insondáveis mistérios, se tornou secretário de Transportes, sem nenhuma qualificação para o cargo, estritamente técnico.
Faleiro – suspeito de ser um dos beneficiários do propinoduto dos madeireiros que prosperam com a devastação ilegal da floresta amazônica - nada disse sobre o desfecho da troca de guarda na Sespa (Secretaria de Saúde Pública), diante da demissão, a pedido, da secretária Laura Rossetti. Ele não esclareceu se a médica Laura Rossetti, como é especulado, será substituída pela secretária adjunta, Daniela Cavalcante, uma nutricionista, descrita como arrogante e intratável, cuja maior realização, além de humilhar os subordinados, seria ter empregado na Sespa o próprio marido, um engenheiro tido, tal qual a mulher, como um profissional de competência duvidosa.

CRISE – Silvia Comaru substituiria Laura Rossetti

Segundo fonte privilegiada, a coordenadora da Câmara de Setorial de Políticas Sociais do governo Ana Júlia Carepa, Silvia Comaru (à esq., de blusa preta, em foto do site do governo), deverá substituir Laura Rossetti na Sespa.
Se confirmada, a informação corrobora o que antecipou este blog, em 30 de outubro do ano passado. Naquele dia, em postagem festa às 19h51, este blog já antecipara a substituição de Laura Rossetti por Silvia Comaru, em notícia que abaixo transcrevo. A notícia merece um reparo: nela é atribuída ao ex-governador Jader Barbalho a indicação de Laura Rossetti, na verdade, como hoje se sabe, uma escolha de responsabilidade pessoal da governadora Ana Júlia Carepa.

“A atual secretária estadual de Saúde, Laura Rossetti, foi indicada pelo ex-governador Jader Barbalho, em nome do PMDB. Ela seria substituída pela médica Silvia Cumaru, coordenadora da Câmara Setorial de Políticas Sociais, por indicação da DS, a Democracia Socialista.
“A DS, repetindo, é a corrente minoritária do PT, da qual faz parte a própria governadora e que, por isso, detém o comando da máquina administrativa estadual. Quase todo o primeiro escalão do governo Ana Júlia Carepa é monopolizado pela DS.”

CRISE – O contraditório e a reflexão do internauta

Internauta, em comentário anônimo, faz uma pertinente reflexão sobre a crise na qual submergiu o governo Ana Júlia Carepa, diante da reação da tucanagem, a despeito do passado de estripulias da legenda, ao longo dos 12 anos de sucessivos governos do PSDB no Pará.
Em respeito ao contraditório, e por não escamotear a fragilidade do governo Ana Júlia Carepa, vale a pena ler o comentário, com a atenção que ele merece.

“Fico com a imprensão que antes do governo de Ana Julia não havia nada de bandalheiras. Êta que a tucanada tá tinindo pra voltar de novo sô! Agora pactuada com o PMDB, aliás, Mario Couto e Jatene eram de lá. Estão apenas sendo recrutados pelo Jader. Pra mim parece muito simples! Detona-se agora a Ana Júlia e depois divide-se o lucro. É só observar quantos deputados a Ana Júlia tem de fato na Assembléia e veremos como tá fácil destituí-la do Governo. Essas denuncias de corrupção é fichinha pros descalabros que ocorriam em diversos setores do governo há muito tempo, apenas com uma diferença: tudo às escondidas e dos esquemas todos comiam. Agora, quando há esquemas, aqueles velhos funcionários ficam de fora e isso dá muita raiva. Por exemplo: eram sempre os mesmo técnicos da SEPOF que viajavam para eleborar relatórios, anos após anos, eles aprovavam tudo o que os prefeitos mandavam. Agora tem uns tal de conselheiros do PTP que mandam de lá os relatórios e quase sempre metendo o pau nas empresas que realizam péssimas obras e tudo isso incomada.
“Na SEMA o nível de corrupção não tá tão alto assim, pois tá quase tudo parado. Há tempo que não se libera nada! Então vamos fazer uma CPI para investigar de quinze anos para cá? E não só lá: no DETRAN, na SESPA, na ASIPAG, na SETRAN ADEPARÁ e outros. Topam?
“Eu ainda gostaria de saber onde foram parar os 450 milhões da venda da CELPA, da Estação da Docas, da Alça Viária,do Mangal...
“Muito dinheiro que saiu pelo ralo e que ninguém lembra mais. Confeço que não tenho nem um poco de saudades de vocês tucanos! “Fizeram o que fizeram com o LULA e não adiantou, agora querem fazer o mesmo com a Ana Julia. Se a equipe dela fosse melhor jamais conseguiriam voltar. Mas...”

CRISE – Os bastidores da corrupção

Merece igual destaque outro comentário anônimo, que trata dos bastidores da corrupção que, segundo denúncias, medra com vigor na Sema. Por isso a decisão de conferir-lhe o destaque. Sem esquecer, naturalmente, o benefício da dúvida que devem merecer todos os suspeitos de envolvimento citados na denúncia.

“Barata, vou dar um dica das relações que devem ser esclarecidas dentro da SEMA. Quando o Diário do Pará fala do esquema de pessoas que mudaram de lado do balcão, estão falando do ex-todo poderoso diretor da DCQA Marcelo Aiub, isso mesmo, o gaúcho agora é proprietario da Floresta Engenharia, empresa de consultoria em licenciamento localizada em frente ao Santuário de Fátima. Pois bem, o atual diretor da DCQA, o também gaúcho Paulo Alves, foi trazido ao Pará pelo Marcelo Aiub, na época diretor. Paulo Alves, veio primeiro como consultor particular do AIUB no licenciamento da Termoelétrica da Vale em Barcarena. Com a queda do Marcelo Aiub na SEMA, o ‘consultor’ foi alçado ao cargo de diretor pela dupla Ortega e Marcelo Françoso (o adjunto apagado). Dai vem o esquema. Só passa na DCQA os processos que vierem com o carimbo da empresa do amigo e ex-diretor Marcelo Aiub (dividiram até a mesma casa), inclusive tendo uma triagem na ante-sala da DCQA realizado pelas ‘competentes’ ex assesoras do Aiub e atuais assesoras do Paulo Alves, Thabata e Célia.
“Continuando os esquemas, vamos para a área administrativa. Existe um contrato com valores altíssimos entre a SEMA e uma tal de PM21 Consultores, empresa de consultoria do Paraná, que mantém apenas uma consultora, a pateta-mor Patrícia, que vive coletando dados fornecidos pelos servidores, mas que até hoje nunca chegou a nada de concreto. Essa empresa é do amiguíssimo do Ortega, o Sergio Marangoni, e ganha cerca de R$ 70.000,00 mês, apenas pra manter essa consultora na SEMA, mas o que está por trás disso é a complementação salarial da Diretora Admininistrativa-Financeira Leila, a louca.
“E no apoio de todas as ações contamos com Érica (chefe de gabinete) Teresa (assesora-mor) e demais puxa-sacos.
Continuando, ainda era bom verificar as relações com as ong's do tipo TNC, IMAZON E WWF.
“Pois usando da bondade da Dra. Sônia, (diretora de área protegidas), sobre ordens o Ortega, estão torrando o dinheiro de compensação ambiental, e garantindo empregos a todos estrangeiros que se declararam donos da politica ambiental do estado do Pará.”

CRISE – Ligações perigosas

É fundamental naturalmente, não deixar de contemplar com o instituto da inocência presumida os nomes mencionados, mas não há como silenciar, diante da sua gravidade, sobre a denúncia feita a este blog, em torno das suspeitas de corrupção envolvendo a Sema.
Um internauta, naturalmente em off, declara que seria importante investigar a relação, supostamente estreita, do atual diretor de Controle e Qualidade Ambiental, Paulo Alves, com o ex-diretor, Marcelo Aiub. Ambos são gaúchos e inclusive teriam compartilhado o mesmo imóvel no bairro da Pedreira. Hoje, segundo a fonte, o ex-diretor teria uma empresa de consultoria, a Floresta Engenharia, sob suspeita de ser beneficiária do tráfico de influência, diante da amizade entre Marcelo Aiub, o ex-diretor de Controle e Qualidade Ambiental, e o atual diretor, Paulo Alves. Este, inclusive, ainda de acoro com a mesma fonte, teria sido indicado para o cargo por Marcelo Aiub, seu antecessor e amigo.
A relação promiscua seria mascarada, de acordo com essa denúncia, pela utilização de terceiros, em nome dos quais estariam processos de interesse da Floresta Engenharia, a empresa de consultoria de Marcelo Aiub. Um dos prepostos deste seria sua própria namorada, de nome Vanessa. Ele ainda contaria com a simpatia, na Sema, de uma assessora, identificada como Thabata.
Com a palavra a auditora geral do Estado, Tereza Regina de Jesus Cordovil.

MEMÓRIA – Relíquia da maracutaia petista

Adesivo da maracatuaia petista, pela
qual militantes do PT facilitavam a
destruição da floresta, em troca de
propinas dos madeireiros. O adesivo
foi reproduzido pela Veja e também
mostrado pela TV Globo, na época.
Ele era o salvo-conduto que
permitia o livre transporte da
madeira extraída ilegalmente, em
caminhões nos quais eram afixados.

domingo, 24 de maio de 2009

CORRUPÇÃO – Denúncia compromete governo

Pode até ser retaliação do PMDB, por se tratar do jornal da família do ex-governador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará, que cobra mais espaço no governo Ana Júlia Carepa, mas está longe de soar inverossímil a denúncia do Diário do Pará sobre corrupção na Sema, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Inclusive quando relaciona o secretário do Meio Ambiente, Valmir Gabriel Ortega (à esq., em foto do site do governo), que está com a cabeça a prêmio, a Marcílio de Abreu Monteiro, o todo-poderoso secretário de Projetos Estratégicos, ex-marido da governadora Ana Júlia Carepa, da qual é o lua-preta supremo.
As suspeitas de corrupção na Sema, na administração de Ortega, são recorrentes, como recorrentes são as denúncias que frequentemente vinculam Monteiro a doações ilegais de campanha de madeireiros. Ambos, é claro, merecem o benefício da dúvida, mas a persistência das denúncias nessa altura recomendam, politicamente, o afastamento de ambos do governo, para preservar a credibilidade que possa restar a governadora Ana Júlia Carepa, protagonista de uma administração desastrosa, com sucessivos deslizes éticos e submersa em um patético isolamento político, inclusive dentro do próprio PT. Ana Júlia está pagando o preço de ser a governadora não do Pará, mas da DS, a Democracia Socialista, tendência interna do PT, da qual faz parte e que, por isso, comanda a máquina administrativa estadual.

CORRUPÇÃO – Diário do Pará abre a caixa-preta

Assinada por Luiz Flávio, um competente e experiente jornalista, a matéria abre a caixa-preta da corrupção na Sema, citando previsivelmente fontes em off. Recorda que Ortega foi uma indicação da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, com a intenção de verticalizar a gestão ambiental no Pará.E acrescenta que juntamente com o secretário vieram outras pessoas, de outros Estados, que ocuparam cargos estratégicos na secretaria.
A partir daí, segundo uma fonte citada em off, é que se dá a tramóia. Obedecendo a estratégia de criar dificuldades para vender facilidades, essas pessoas teriam deixado o setor madeireiro engessado por quase dois anos, sem a liberação de projetos de manejos. Depois, segundo a denúncia, essas mesmas pessoas deixaram a Sesma, para abrir escritórios de consultoria, hoje a serviço dos madeiros. Estaríamos, assim, diante daquele enredo clássico, no qual não existe vítima que não seja também cúmplice. Corrupção, como bem sabemos, é rua de mão dupla - acontece quando um oferece e outro aceita, ou quando um cobra e outro concede.

CORRUPÇÃO – Maracutaia sistêmica

De acordo com a revelação feita pelo Diário do Pará, a maracutaia é sistêmica e remete à gestão de Marcílio de Abreu Monteiro como gerente do Ibama (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) no Pará, por indicação da então senadora Ana Júlia Carepa. Na ocasião, sublinha a matéria, o governo federal transferiu algumas das principais atribuições do Ibama para a Sectam (Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente), da qual é sucedânea a Sema, o que ocorreu de forma intempestiva, açodada, segundo afirma uma fonte do jornalista.
A denúncia relata que, juntamente com os planos de manejo, também foram transferidos para o Estado, na ocasião, os créditos já autorizados pelo Ibama, “devidamente turbinados”, como é sublinhado. “Quem tinha, por exemplo, 10 mil metros cúbicos de madeira autorizados pelo Ibama, na transferência para a Sema (sic) aparece no sistema com 30, 40 mil metros cúbicos liberados”, conta um funcionário do próprio Ibama, naturalmente abrigado no anonimato.

CORRUPÇÃO – Antecedentes comprometedores

Valmir Gabriel Ortega é um nome novo na lista de suspeitos de corrupção na qual figuram petistas ilustres do Pará, acusados de facilitar a devastação da floresta amazônica, em troca de propinas. Mas o mesmo não se pode dizer de outras tantas personagens do PT, incluindo a própria Ana Júlia Carepa (à dir. em foto da revista Veja) e Marcílio de Abreu Monteiro, seu ex-marido e mentor político, além de Maria Joana da Rocha Pessoa, apontada como caixa de campanha da governadora, que administra o Hangar, o faraônico centro de convenções do Estado. Sem esquecer o deputado federal Zé Geraldo e o deputado estadual Airton Faleiro, líder do governo na Assembléia Legislativa.
Em sua edição de 15 de junho de 2005, por exemplo, em uma matéria intitulada “O PT deu a senha para desmatar”, a revista Veja relatou, pormenorizadamente, como funcionava no Pará a corrupção na área ambiental e nominou os suspeitos. Menos de um ano depois, em sua edição de 1º de março de 2006, Veja retomou as denúncias, aprofundando-a, na matéria que teve por título “A floresta pagou a conta do PT”.

CORRUPÇÃO – A tramóia revelada

Na sua primeira matéria em torno das denúncias de que o PT patrocinava a devastação florestal em troca de propina dos madeiros, Veja revelou como se daria a tramóia no Pará. Dentre os nomes citados, figuram os deputados Zé Geraldo e Airton Faleiro.
“No Pará, um esquema envolvia três candidatos a prefeito nas eleições municipais do ano passado e dois deputados, todos petistas, além de funcionários do Ibama, Incra, madeireiros e sindicalistas. Os três candidatos a prefeito pelo PT, apurou a reportagem, teriam recebido pelo menos 300.000 reais de madeireiros, às vésperas das eleições, em troca de autorização do Ibama para derrubar madeira ilegal. São eles: Paulo Medeiros, de Uruará; Chiquinho do PT, de Anapu; e Lenir Trevisan, de Medicilândia”, denunciou a matéria, acrescentando: “O esquema, segundo um representante do Sindicato dos Reflorestadores do Estado do Pará (Sindifloresta), era intermediado pelo deputado federal José Geraldo e pelo deputado estadual Airton Faleiro, ambos ligados ao Ibama.”

CORRUPÇÃO – Adesivo servia de salvo-conduto

A denúncia da Veja foi contundente. “Os métodos usados pelo grupo eram de um descaramento nunca visto mesmo para os padrões de fronteira sem lei que costumam imperar nos rincões da Amazônia”, assinalava a matéria da revista, que detalhou como se dava a tramóia, citando inclusive o recurso do uso de um adesivo, como salvo-conduto que pavimentava a corrupção.
“Funcionavam da seguinte maneira: um grupo de agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) fazia o desmate ilegal de suas terras, com a conivência de funcionários do Incra e a assessoria da empresa de engenharia florestal HB Lima. Os agricultores vendiam madeiras nobres (como mogno, jatobá e cedro) a 22 empresas da região. Para que as árvores – ilegalmente derrubadas e, portanto, sem a respectiva autorização para o transporte de produtos florestais (ATPF) – passassem pelos postos de fiscalização, o grupo inventou um expediente inacreditável para membros de um partido que chegou ao poder com a missão de moralizar o trato da coisa pública. Mandou fazer um adesivo com os dizeres: ‘oPTante do Plano Safra Legal 2004’ – assim mesmo, com as letras P e T em maiúsculo. Pregado no pára-brisa dos caminhões do esquema, o adesivo atestava o conluio dos donos da carga com os petistas e funcionava como salvo-conduto para a madeira proibida. Em contrapartida, os madeireiros faziam ‘contribuições’ à campanha dos candidatos do PT.”, relata a denúncia. “O presidente da Associação das Madeireiras dos Municípios de Anapu e Pacajá, Leivino Ribeiro, disse a VEJA que seu grupo gastou, ‘na parceria com o PT’, 2 milhões de reais, incluindo as doações às campanhas dos candidatos e o custo dos procedimentos ‘para documentar a madeira’”, acentua também a revista.

CORRUPÇÃO – Os bastidores da CPI da Biopirataria

Menos de um ano depois Veja retomou as denúncias, em uma matéria sobre a CPI da Biopirataria, na qual citou o atual secretário de Projetos Estrégicos, Marcílio de Abreu Monteiro (à esq., em foto do site do governo), então gerente executivo do Ibama no Estado, por indicação de Ana Júlia Carepa, como chefe do esquema de desmatamento ilegal no Pará. “Embora um acordo costurado entre parlamentares tenha poupado Ana Júlia e seu ex-marido de um pedido de indiciamento no relatório, a investigação da CPI esbarrou em uma série de indícios comprometedores para a dupla”, salientou Veja.
A matéria aprofunda, então, as denúncias. “Logo no início das investigações, a comissão recebeu de um sindicalista da região a denúncia de que parte da propina paga pelos madeireiros para conseguir autorizações para o desmate e o transporte ilegal de madeira era depositada em contas bancárias de uma assessora da senadora, Maria Joana da Rocha Pessôa. Obtida a quebra do sigilo da funcionária, descobriu-se que, apenas em 2004, ela havia movimentado, em duas contas, uma quantia superior a 2 milhões de reais. O valor é dezesseis vezes mais alto do que a renda anual que Maria Joana declarou à Receita Federal: 124.800 reais”, revelou a revista. “Além disso, extratos bancários analisados pela CPI revelam que contas da assessora passaram a receber cada vez mais dinheiro à medida que se aproximavam as eleições. ‘Essa movimentação voltava a cair com a passagem do pleito’, afirma o relator da comissão, José Sarney Filho (PV-MA). A CPI não conseguiu rastrear a origem do dinheiro que alimentou as contas milionárias de Maria Joana: a maioria dos depósitos foi feita em dinheiro vivo. Um clássico petista”, complementou a matéria.

CORRUPÇÃO – Joana Pessoa e os madeireiros

Veja também revelou a desenvoltura com que se movimentava Maria Joana da Rocha Pessoa. “A intimidade da assessora da senadora com o setor madeireiro ficou evidente na quebra do sigilo telefônico das treze linhas registradas em seu nome. A CPI identificou quase uma centena de chamadas de Maria Joana para empresas do setor, todas elas envolvidas no esquema petista, batizado pela CPI de ‘esquema da Safra Legal’. O nome tem origem em um programa do Ibama do Pará, supostamente implantado para regularizar a retirada de madeira de assentamentos no estado. Conforme revelou a reportagem de VEJA no ano passado, o símbolo do projeto – um adesivo nas cores verde e branco com a inscrição ‘oPTante do Plano Safra Legal’ (com as letras "p" e 't" da primeira palavra em destaque) – foi utilizado como uma senha para que os caminhões envolvidos no esquema, carregados de madeira ilegal, fossem dispensados de fiscalização”, relata ainda a matéria da revista.
A matéria da Veja prossegue com a revelação de mais detalhes. “Depoimentos de caminhoneiros, colhidos pela CPI, confirmam que os motoristas foram obrigados a colar o selo no pára-brisa – alertados de que, sem ele, estariam impedidos de trabalhar. O esquema da Safra Legal funcionou de novembro de 2004 a abril de 2005. A CPI estima que, por meio dele, mais de 220.000 metros cúbicos de madeira tenham sido ceifados e transportados ilegalmente. O volume seria suficiente para encher 6.000 carretas de toras”, acrescentou a denúncia. “O relatório da CPI pede ao Ministério Público o indiciamento de sete pessoas, cinco delas ligadas ao PT. São elas: Leivino Ribeiro de Souza, idealizador do selo que servia de salvo-conduto para a madeira ilegal e caixa de campanha do candidato a prefeito em Anapu Chiquinho do PT, que também teve solicitado o seu indiciamento; Elielson Soares de Farias, ex-gerente do Ibama em Altamira, filiado ao PT e indicado ao cargo pelo partido; Bruno Kempner, executor do Incra na cidade de Altamira, filiado ao PT e indicado ao cargo pelo partido; e Sílvio César Costa de Lima, caixa de campanha de candidatos do partido na região da Transamazônica. As outras duas pessoas que tiveram o indiciamento pedido no relatório são a engenheira florestal Sidiane Costa de Lima, acusada de assinar laudos falsos que permitiam o desmatamento ilegal; e Gracilene Lima, uma das sócias da empresa que coordenou a execução do plano Safra Legal no Pará”, arrematou a reportagem.