quinta-feira, 30 de outubro de 2008

SESPA –Laura Rossetti seria a bola da vez

A bola da vez, para ser defenestrada do governo Ana Júlia Carepa, seria a própria secretária estadual de Saúde, a médica Laura Rossetti, segundo a versão que varreu a Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública) nesta quinta-feira, 30. A versão sobre a suposta queda de Laura Rossetti ganhou fôlego após a exoneração do secretário adjunto, Walter Amoras.
O ex-secretário adjunto é sogro de Charles Alcântara, ex- chefe da Casa Civil, defenestrado do governo Ana Júlia Carepa sob a acusação de ser excessivamente flexível nas negociações políticas. Walter Amoras, ao que consta, será substituído por Daniele Cavalcante, atual diretora técnica da Sespa.

SESPA – Silvia Cumaru, a suposta substituta

A atual secretária estadual de Saúde, Laura Rossetti, foi indicada pelo ex-governador Jader Barbalho, em nome do PMDB. Ela seria substituída pela médica Silvia Cumaru, coordenadora da Câmara Setorial de Políticas Sociais, por indicação da DS, a Democracia Socialista.
A DS, repetindo, é a corrente minoritária do PT, da qual faz parte a própria governadora e que, por isso, detém o comando da máquina administrativa estadual. Quase todo o primeiro escalão do governo Ana Júlia Carepa é monopolizado pela DS.

HOMENAGEM – A justa reverência ao mestre Barra

Com atraso, mas nem por isso com menor amizade, admiração e respeito, cumprimento, pelo seu aniversário, o jornalista Guilherme Barra, um profissional de competência e experiência comprovadas, como evidenciam seus 42 anos de carreira. Pelo seu talento e generosidade – pessoal, profissional e intelectual -, Barra merece de todos nós, que militamos no jornalismo paraense, uma justa reverência.
Com passagens marcantes pelos principais jornais do Pará, Barra dedicou mais de 20 anos de sua vida profissional ao Diário do Pará, o jornal do grupo de comunicação da família do ex-governador Jader Barbalho. A ele também cabe o mérito de tornar viável o jornal dos Barbalho, a despeito das adversidades conjunturais e dos limites que lhe foram então impostos por conveniências eleitorais e familiares dos Barbalho. Com isso, aplainou o caminho que levaria o Diário do Pará, já sob o comando de Jader Filho, seu diretor-presidente, a superar em vendagem seu concorrente direto, O Liberal, o principal jornal do grupo de comunicação dos Maiorana, inimigos figadais do ex-governador Jader Barbalho.

HOMENAGEM – Um talento a serviço do jornalismo

Este não é um registro compatível com os objetivos deste blog, mas abro a exceção não só pelos inquestionáveis méritos profissionais do mestre Barra, mas também pela pessoa da melhor qualidade que ele é. A ele, com quem tive o privilégio de trabalhar mais de uma vez, muito devo no plano profissional, mas meu orgulho maior é tê-lo como amigo. Trata-se de uma amizade que muito me honra.
Paz, saúde, sucesso e prosperidade é o que, sinceramente, desejo ao nobre amigo, um talento a serviço do bom jornalismo, como evidenciou sempre que a ele foi permitido exercer a profissão sem as amarras impostas pelo exercício do poder.
Vida longa, mestre Barra. E, mais uma vez, parabéns.

BASTIDORES – Priante, o adversário de si mesmo

Fonte autorizada, com acesso privilegiado aos bastidores do PMDB, revela que José Priante foi o maior adversário de si mesmo, sobretudo no segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém. Abrigada no off, para não tisnar relações de décadas, essa fonte debita à arrogância do candidato peemedebista, traduzida na auto-suficiência exibida durante toda a campanha, boa parte das vicissitudes que conspiraram contra Priante na reta final da disputa, particularmente a falta de dinheiro.
Na leitura dessa fonte, um dos erros crassos do candidato do PMDB foi ignorar a importância de Jader Barbalho como ilustre cabo eleitoral, no pressuposto que se trata de “uma mera lenda” a suposta rejeição ao ex-governador por parte de parcela majoritária do eleitorado de Belém. De acordo com essa testemunha privilegiada dos imbróglios de bastidores, a rejeição a Jader Barbalho existe, sim, mas não tem a extensão que fazem crer ter e fica circunscrita ao segmento de eleitores que rejeitam, a priori, o próprio PMDB.

BASTIDORES – Votação de Jader esfarinha a lenda

A evidência do prestígio de Jader Barbalho também no eleitorado de Belém seria o ex-governador ter sido o candidato a deputado federal mais votado na capital, nas eleições de 2006. “A expressiva votação do deputado em Belém esfarinha essa lenda”, assinala a fonte ouvida por este blog.
A fonte deste blog recorda ainda que em 2006, apesar do PSDB ter à sua disposição a máquina administrativa estadual, Jader Barbalho não só exibiu uma exuberante performance individual, como revelou-se decisivo, também em Belém, para viabilizar eleitoralmente a candidata do PT, Ana Júlia Carepa. Esta não só se elegeu governadora, tendo Jader Barbalho como ilustre e decisivo cabo eleitoral, como despachou para as páginas da história o ex-governador Almir José Gabriel, o candidato do PSDB.

BASTIDORES – Candidato ignorou o ex-governador

Essa mesma fonte esclarece que durante quase toda a campanha José Priante ignorou solenemente o ilustre primo. Para além da soberba que é consensualmente atribuída a José Priante, essa postura ensejou a ilação, dentro do próprio PMDB, de que o candidato do partido preocupava-se, antecipadamente, em não ter qualquer passivo político com o ex-governador, para não ser alvo de cobranças, na possibilidade de conquistar a prefeitura de Belém.
A ausência de Jader Barbalho durante toda a campanha de Priante, na disputa pela prefeitura de Belém, não decorreu de nenhuma estratégia traçada em conjunto com o ex-governador, esclarece ainda essa versão. Tratava-se de uma opção do candidato peemedebista, elegantemente respeitada por Jader Barbalho, ainda que a este possa ter soado intimamente a uma desconsideração política, considerando seu status de líder inconteste do PMDB no Pará e de ser a mais longeva liderança política da história do Estado.

BASTIDORES – Apelo já às vésperas da eleição

Segundo o depoimento dessa fonte privilegiada, apenas às vésperas da votação do segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém é que Priante recorreu a Jader Barbalho. Mas não foi para pedir a presença física do ex-governador na campanha. Priante pediu ao ex-governador a colaboração deste para persuadir eleitores a votar no candidato do PMDB a prefeito de Belém.
Mobilizado, Jader Barbalho atendeu prontamente Priante, instalando-se na sede do diretório regional do PMDB, na rua dos Mundurucus, entre a avenida Serzedelo Corrêa e a rua Dr. Moraes, de onde acionou sua vasta rede de contatos. “Foi um gesto de generosidade comovente, até porque tratava-se de uma tarefa incompatível com a relevância política do ex-governador”, acentua a mesma fonte.

ASSALTO – Kaveira e convidados ficam seminus

Bandidos acabaram por abortar uma confraternização que reuniu, em torno de um apetitoso churrasco, amigos e parentes do casal André Luís Portela Darcier Lobato, o Kaveira, no sítio do ex-vereador. Empresário da noite, Kaveira é dono da boate Mystical, célebre pela permissividade, e exibe um passado algo conturbado.
A quadrilha de assaltantes fez a festa no sítio de Kaveira. Os bandidos levaram dinheiro e todos os pertences de valor dos presentes. O mais constrangedor, porém, estava por vir. Antes da fuga, os assaltantes, para evitar perseguição, deixaram Kaveira, a mulher deste e os convidados do casal seminus – as mulheres apenas de calcinha e os homens somente de cuecas.

SERVIÇO – STF terá novo endereço eletrônico

De acordo com comunicado do Supremo Tribunal Federal, a partir de 1º de novembro, o endereço na internet e os e-mails do STF vão mudar. O Supremo aderiu à Resolução nº. 45/07 do CNJ e passará a usar o domínio .JUS.BR no lugar do .gov.br. O site será www.stf.jus.br e os endereços eletrônicos, login@stf.jus.br. A mudança padroniza os domínios do Judiciário na internet e traz mais segurança aos portais.
O comunicado acrescenta ainda que os sites da TV Justiça e da Rádio Justiça também mudam: www.tvjustica.JUS.br e www.radiojustica.JUS.br
O comunicado informa também que, para que ninguém seja prejudicado com a mudança, haverá um período de transição. Durante alguns meses, quem digitar o endereço antigo ainda será redicionado automaticamente.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

BASTIDORES – O day after da traição anunciada

Trincada a relação do PMDB com a entourage petista encastelada no Palácio dos Despachos, que particularmente nesse caso não se confunde com o conjunto do PT, como ficará a relação do ex-governador Jader Barbalho com a governadora Ana Júlia Carepa?
Essa é a pergunta que não quer calar, no day after da traição anunciada de Ana Júlia Carepa, ao se declarar supostamente eqüidistante da disputa travada no segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém, entre o prefeito Duciomar Costa (PTB), que acabou reeleito, e o ex-deputado federal José Priante (PMDB). Sabe-se que não é da natureza de Jader Barbalho queimar as caravelas. Mas sabe-se também, porque é a versão corrente nos bastidores, que o ex-governador reagiu com profunda irritação diante daquilo que os peemedebistas interpretam como inocultável perfídia política da governadora, posta sob a suspeita de apoiar por debaixo dos panos, inclusive financeiramente, o nefasto Dudu.

BASTIDORES – A contrapartida que não ocorreu

Nos bastidores do PMDB ninguém faz nenhum esforço para dissimular a indignação diante da postura de Ana Júlia. Entre os peemedebistas ninguém esquece de sublinhar, naturalmente, que a governadora petista deve sua eleição a Jader Barbalho. Foi, efetivamente, a engenharia política articulada por Jader Barbalho, com o aval do próprio presidente Lula, que tornou possível desde a candidatura de Ana Júlia Carepa, vista com ceticismo pelo Palácio do Planalto, até o leque de apoios que viabilizou a vitória da candidata petista sobre o ex-governador tucano Almir José Gabriel.
Por isso, a presunção dos peemedebistas de que contariam com a contrapartida da governadora, na forma do apoio a José Priante, em reconhecimento a adesão do PMDB à candidatura de Ana Júlia, em 2006. A contrapartida não só não ocorreu, como são fortes os indícios de que o Palácio dos Despachos tenha turbinado financeiramente a campanha do nefasto Dudu, na reta final do segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém.

BASTIDORES – Suspeitas reforçam desconfianças

Nos bastidores do PMDB, as suspeitas reforçam as desconfianças em relação a Ana Júlia. Fala-se até – embora sem provas testemunhais e/ou documentais – de um suposto auxílio financeiro do Palácio dos Despachos à campanha do nefasto Dudu, liberado na quinta-feira, 23, a pouco mais de 72 hora da eleição. Alguns chegam até a quantificar esse suposto auxílio, que teria sido de R$ 250 mil.
Como na política é freqüente que as versões se sobreponham aos fatos, convém não tomar como prova o que é apenas e tão somente uma suspeita. Mas, ao mesmo tempo, em função dos precedentes de perfídia política de Ana Júlia e sua entourage, não convém desdenhar dessa possibilidade.

BASTIDORES – Um tiro no próprio pé

Um intelectual refinado, cujo talento não é mais visível devido sua simplicidade, pontuada por uma fina irreverência, o cientista político Raul Navegantes revela que, ao apoiar o nefasto Dudu no segundo turno da eleição para prefeito de Belém, Ana Júlia Carepa se colocou na contramão da orientação do próprio presidente Lula. Este, segundo Navegantes, determinara o apoio irrestrito a Priante, como reconhecimento ao PMDB como parceiro preferencial do PT no Pará.
A revelação de Navegantes, com o peso da credibilidade que seu currículo enseja, foi feita em artigo publicado na edição desta quarta-feira, 29, do Diário do Pará, o jornal do grupo de comunicação da família Barbalho. Nele, Navegantes observa que, ao ignorar uma orientação do próprio Palácio do Planalto e ficar na contramão do ex-governador Jader Barbalho, a governadora Ana Júlia Carepa deu um tiro no próprio pé, ao decair da confiança de um aliado de primeira hora, que é interlocutor privilegiado do presidente Lula.

BASTIDORES – Aliança com o PT é preservada

Seja como for, conforme antecipa Raul Navegantes, a aliança de Jader Barbalho com o conjunto do PT está preservada, porque paira acima das estripulias da pérfida Ana Júlia Carepa e sua entourage de aloprados. Observa ainda o cientista político, com razão, que a interlocução de Jader Barbalho é com o próprio presidente Lula e as lideranças da confiança do Palácio do Planalto, e se fazem independentes dos humores da DS, a Democracia Socialista, a minoritária corrente do PT da qual faz parte Ana Júlia e que, por isso, detém o comando da máquina administrativa estadual no Pará.
A DS, diga-se, alimenta um projeto político cuja grandeza está na proporção inversa da sua anêmica densidade eleitoral. A corrente sonha com um segundo mandato para Ana Júlia Carepa, de preferência em uma chapa puro-sangue, e a eleição de pelo menos um deputado federal e outro estadual, em 2010. Temendo ficar refém do prestígio de Jader Barbalho, a DS optou por favorecer a candidatura do nefasto Dudu, em detrimento de José Priante, do PMDB, cuja eleição para prefeito de Belém robusteceria ainda mais a musculatura eleitoral do ex-governador peemedebista.

BASTIDORES – A caminho do isolamento político

A concluir do mapa político redesenhado nas eleições municipais deste ano, a governadora Ana Júlia Carepa parece estar a caminho do isolamento político, na esteira das lambanças da DS. Os aliados com os quais pode eventual contar Ana Júlia são de ocasião, porque fisiológicos e, por isso, inconfiáveis. Sua relação com Jader Barbalho, cujo poder político foi robustecido pelas urnas, encontra-se extremamente deteriorada, e sua postura, na sucessão em Belém, deixou o Palácio do Planalto irritado.
Agora, letal, mesmo, para Ana Júlia Carepa, é a animosidade que inspira dentro do próprio PT. Desde que assumiu o governo do Pará, ela privilegia a DS e dispensa uma inocultável hostilidade às demais tendências internas do partido, as quais trata com um desdém que não reserva sequer aos declarados adversários históricos do PT. Desse menosprezo não escapam nem os independentes, como é o caso, por exemplo, da deputada Regina Barata, mantida a pão e água pelo atual governo, a despeito de ser, hoje, o nome de maior visibilidade do PT na Assembléia Legislativa do Pará, por cultivar uma postura ética, independentemente das circunstâncias.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 – A retificação de Heliana Martins

A jornalista Heliana Martins faz uma retificação, por conta de um equívoco involuntário no qual incorreu, no texto intitulado Considerações Blogueiras, e que o editor do blog deixou passar.
“Desculpem blogueiros, há um engano. Belo Horizonte é PSB. O resto é vero”, esclarece Heliana Martins.

BLOG – Pausa para um justo descanso

Depois da correria imposta pelas eleições de 5 de outubro e pela disputa do segundo turno em Belém, fiz nesta segunda-feira, 27, uma pausa para um justo descanso.
Retomo, porém, a atualização deste blog já nesta terça-feira, 28.

ELEIÇÕES 2008 – Os números finais em Belém

De acordo com os números finais, o prefeito de Belém , Duciomar Costa (PTB), conseguiu se reeleger, com quase 60% dos votos válidos no segundo turno. Ele obteve 436.693 dos votos, ou 59,6% do total.
O segundo colocado no primeiro turno, o ex-deputado federal José Priante (PMDB), recebeu 295.997 votos, ou 40,4%.

ELEIÇÕES 2008 – Resultado merece uma reflexão

Se houver um mínimo de compromisso com a gestão pública, por parte do prefeito reeleito, os números finais do segundo turno da eleição para prefeito de Belém convidam Duciomar Costa, o nefasto Dudu, a rever seu modus operandi como administrador.
A despeito da expressiva vitória obtida na disputa direta com o ex-deputado federal José Priante, deveria soar preocupante a Duciomar Costa constatar que pelo menos 40% do eleitorado da capital o vê com restrições.

ELEIÇÕES 2008 – A trajetória de Duciomar

No plano pessoal, Duciomar Costa exibe um passado algo turbulento, para dizer o mínimo. Ele já ostentou dois CPFs, o Cadastro da Pessoa Física da Receita Federal, obteve o certificado de reservista em Jacundá, embora residente e domiciliado em Belém, e foi réu confesso em um processo judicial, por se fazer passar por oftalmologista, valendo-se de um diploma falso de médico.
No plano político, o nefasto Dudu pavimentou sua carreira com a filantropia eleitoral, sustentada com recursos públicos, via Funcosta, a Fundação Duciomar Costa. Assim, ele se elegeu vereador em 1992. Apenas dois anos depois, foi eleito deputado estadual, sendo reeleito em 1998. Em 2000, como o plano B do PSDB, disputou o segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém pelo PSD, sendo derrotado pelo então prefeito Edmilson Rodrigues (PT, na época; hoje PSOL). Em 2002 elegeu-se senador, sob o calor da máquina administrativa estadual, então em mãos do PSDB, mas permaneceu no Senado por apenas dois anos. Em 2004, já no PTB, mas na condição de filhote da tucanagem, voltou a disputar a prefeitura de Belém e venceu a então senadora Ana Júlia Carepa. Esta, dois anos depois, tornou-se a primeira governadora eleita da história do Pará, com o decisivo apoio do ex-governador Jader Barbalho, líder inconteste do PMDB no Pará e a mais longeva liderança política do Estado.

ELEIÇÕES 2008 – Um temor procedente

Diante da vitória de Duciomar Costa, a despeito da sua inocultável inépcia como administrador, preocupa a possibilidade do prefeito tomar a reeleição como um certificado de propriedade de Belém, incorrendo no mesmo equívoco da governadora petista Ana Júlia Carepa. Esta, como bem sabemos, frequentemente trata as questões do Estado como se o Pará fosse sua propriedade, razão, certamente, da sua péssima avaliação pelo eleitorado, conforme as pesquisas de opinião pública.
O temor em relação ao nefasto Dudu é para lá de procedente. Esse temor foi robustecido pela desfaçatez do prefeito reeleito durante a campanha eleitoral, na qual mentiu compulsivamente, ao tentar contestar os fatos que definem, de forma clara e insofismável, a sua desastrosa administração.

ELEIÇÕES 2008 – O ato falho revelador

Os temores, diante do segundo mandato obtido por Duciomar Costa, foram potencializados pelo ato falho do prefeito reeleito, em uma de suas primeiras declarações após o resultado do segundo turno da eleição. Na ocasião, Duciomar disse que a prioridade, no seu novo mandato, serão obras que “não dão voto”.
Ao fazer essa declaração, Duciomar, incorporando novamente Dudu, o nefasto, admitiu, subliminarmente, que turbinou sua campanha pela reeleição com o populismo obreiro, em detrimento das reais demandas da população de Belém. O nefasto Dudu efetivamente transformou Belém, desde julho, em um canteiro de obras inconclusas, algumas feitas à margem das especificações técnicas, como ocorreu na Terra Firme. Essas obras contemplavam prioritariamente os interesses eleitoreiros do prefeito reeleito, em detrimento dos reais interesses da população.

ELEIÇÕES 2008 – A falência do decoro

A vitória de Duciomar Costa, na disputa pela prefeitura de Belém, sinaliza para a perigosa falência do decoro. Ao obter a reeleição, a despeito de sua vida pregressa e da inépcia de sua administração, o nefasto Dudu traduz a aparente indiferença de parcela do eleitorado diante dos deslizes éticos e da falta de compromisso com a austeridade na gestão da coisa pública, por parte dos candidatos.
Argumentar que soam hipócritas as restrições ao nefasto Dudu, a partir dos precedentes, é um truque próprio do malfeitor, ou daqueles que costumam acobertá-lo.

ELEIÇÕES 2008 – Jader, o grande vencedor

Seja como for, e apesar da derrota do seu candidato à prefeitura de Belém, o ex-governador Jader Barbalho desponta como grande vencedor das eleições municipais deste ano, nas quais o PMDB elegeu 38 prefeitos. Isso faz do PMDB, pelo menos, o fiel da balança na sucessão estadual de 2010. O que fragiliza a DS, a Democracia Socialista, corrente do PT que domina a máquina administrativa estadual, porque dela faz parte a governadora Ana Júlia Carepa, e cujas ambições são inversamente proporcionais à sua densidade eleitoral.
Mesmo na derrota, Jader Barbalho acabou beneficiado. Isso se deu em Belém, onde a votação obtida pelo ex-deputado federal José Priante, o candidato do PMDB, resgatou parte significativa do prestígio do partido na capital.

ELEIÇÕES 2008 – O PT do Campo Majoritário

Também saiu fortalecido, das eleições municipais, o Campo Majoritário, a tendência interna do PT que comanda os diretórios municipal de Belém e regional do Pará. Apesar de hegemônico nacionalmente e no Pará, o Campo Majoritário é claramente hostilizado pela DS da governadora Ana Júlia Carepa.
Detendo o controle da maioria das prefeituras conquistadas pelo PT, é mais do que previsível que o Campo Majoritário apresente à governadora, em 2010, a fatura política indispensável para viabilizar os projetos eleitorais da própria Ana Júlia e da DS. Sem o aval do Campo Majoritário, diga-se, paira a ameaça de que sejam impiedosamente implodidos os projetos eleitorais da DS e, por extensão, de Ana Júlia.

ELEIÇÕES 2008 – A vitória de Pirro do PSDB

Para o PSDB, a reeleição do prefeito de Belém representa, do ponto de vista do partido, uma vitória de Pirro, porque inócua. Politicamente esquálido, o PSDB, ou mais exatamente o que dele restou, viu-se irremediavelmente a reboque do nefasto Dudu, que subverteu a relação de dependência que manteve, até passado recente, com a tucanagem paraense.
Se em passado recente Duciomar Costa dependia do PSDB, hoje este é que dele depende. Por isso, se assim lhe for conveniente, o nefasto Dudu certamente não vai pensar duas vezes em submeter os tucanos as suas eventuais conveniências.

ELEIÇÕES 2008 – A leitura sobre o resultado

Merece registro, com o justo destaque, a lúcida análise publicada em O Globo Online, a propósito das eleições municipais no Pará. A matéria é assinada pelo jornalista Rodrigo Vizeu, da sucursal de Brasília do jornal, que faz uma leitura sobre o resultado da eleição para prefeito de Belém.
Por isso, a minha decisão de reproduzi-la neste blog, o que faço na postagem subseqüente.
A matéria de Rodrigo Vizeu pode ser acessada em O Globo Online, no seguinte endereço: http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2008/mat/2008/10/26/jader_sofre_reves_mas_consolida_poder_politico_no_para-586132412.asp

ELEIÇÕES 2008 – Jader Barbalho consolida poder

Segue, abaixo, a transcrição da matéria assinada pelo jornalista Rodrigo Vizeu, sob o título “Jader sofre revés, mas consolida poder político no Pará e planos para 2010”.

Revés

Jader sofre revés, mas consolida poder político no Pará e planos para 2010

Rodrigo Vizeu

BRASÍLIA - O deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA) sofreu um revés com a derrota de seu primo José Priante (PMDB) na disputa da prefeitura de Belém para o atual prefeito Duciomar Costa (PTB), mas manteve o papel de protagonista na política paraense. O ex-presidente do Senado e cacique peemedebista conseguiu com que Priante saltasse do terceiro lugar para uma disputa de segundo turno, deixando para trás a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM), apoiada pelo PSDB, e Mário Cardoso, candidato do PT da governadora Ana Júlia Carepa. Ao final, Priante teve 40,40% dos votos, contra 59,60% de Duciomar.
Além disso, lembra o cientista político Roberto Corrêa, da Universidade Federal do Pará (UFPA), Jader fez com que o PMDB levasse 38 dos 143 municípios do estado, entre eles o segundo maior, Ananindeua, na região metropolitana de Belém. Na cidade, foi reeleito o filho de Jader, Helder Barbalho. Já o PT somou 27 prefeituras. O PSDB, que conseguiu manter Jader afastado do poder estadual por 12 anos, de 1995 a 2006, só fez 13 prefeitos. O desempenho dá fôlego para o peemedebista tentar voltar ao Senado em 2010, de onde renunciou após denúncias de corrupção. O cacique faria então de Helder o candidato à sucessão de Ana Júlia.
A governadora petista, por sua vez, preferiu a neutralidade no segundo turno de Belém, apesar do apoio oficial do PT a Priante. A decisão irritou o PMDB de Jader, que foi crucial para a eleição de Ana Júlia há dois anos. Mesmo assim, a petista insistiu em não tomar posição, já que a vitória de Duciomar em Belém, calcada em obras de pavimentação pela cidade e na popularidade na periferia, representa um suspiro para que a governadora não seja tão refém do aliado peemedebista.
Roberto Corrêa lembra que a estratégia de Duciomar na capital foi apostar na forte rejeição de Jader nas áreas urbanas. A última vez que Jader elegeu um aliado em Belém foi em 1992.
- No segundo turno, o Jader foi escolhido pelos marqueteiros do Duciomar como espantalho para atrapalhar a corrida do Priante. Os carros tinham adesivos relacionando os dois - afirmou.
Jader Barbalho foi governador do Pará de 1983 a 1987 e de 1991 a 1994. Em seguida, cumpriu mandato de senador de 1995 a 2001, quando deixou a presidência da Casa e o mandato para evitar a cassação após denúncias de desvios na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Em 2003, voltou ao Congresso com a maior votação do Pará, desta vez como deputado, feito repetido nas eleições de 2006.

ELEIÇÕES 2008 – PMDB emerge mais forte

Este blog recebeu e publica, com o merecido destaque, a análise da jornalista Heliana Martins sobre a nova realidade que emerge das urnas, nas eleições municipais deste ano.
Jornalista de competência e experiência comprovadas, que fez carreira na Assembléia Legislativa do Pará e também evidencia seu talento no exercício do magistério, Heliana Martins acredita que o PMDB saiu das eleições municipais fortalecido nacionalmente. Em termos de Pará, ela salienta o número de prefeituras contabilizadas pela legenda peemedebista. Sobre Belém, Heliana Martins acentua que a votação obtida pelo ex-deputado federal José Priante em Belém evidencia que o PMDB resgata sua força eleitoral na capital.
Segue, na postagem subseqüente, a análise de Heliana Martins.

ELEIÇÕES 2008 – Considerações blogueiras

Heliana Martins*

Barata e blogueiros do Pará,
Graaande a vitória de Priante nas urnas, e maior ainda a do PMDB, sem apoio oficial do governo.
Quem deu uma passadinha pelos bairros ontem de manhã, pode ver o contraste entre uma campanha milionária e a garra dos militantes em número bem menor que aqueles regiamente pagos, que ostentavam a bandeira de Priante.
Hoje confirmamos no resultado das urnas, a força política do PMDB revivida com a candidatura combativa a um cargo eletivo do executivo
É o PMDB retomando seu rumo e retornando com garra à maior fonte de vida e energia de um partido político e seus representantes: o combate travado nas eleições com candidatos combativos, capazes de reafirmar o nome da legenda para o eleitorado, fortalecendo os vínculos com a sociedade e reafirmando posições partidárias.
Priante foi quem assumiu a tarefa, não fugiu à luta e honrou o combate. Eis o resultado, o PMDB retomando seu espaço definitivo na política do nosso estado, levado por 300 mil votos na capital e mais de 40 prefeituras no estado.
Isso sem falar na conjuntura nacional, que o coloca como a maior força, atrás apenas do dono do cofre, que fique claro o singular, lembrando que torna-se cada vez mais firme, alta e insuperável a barreira que divide o presidente Lula do partido no coração do eleitorado.
À frente de 1201 prefeituras, entre as quais as poderosas e estratégicas Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e outras, caberá ao PMDB com a força de sua história e experiência de negociação política definir os rumos nacionais.
Novo rumos. Novos tempos.
Resta-nos acompanhar e torcer pelo melhor, sempre.

* Heliana Martins é jornalista e professora

ELEIÇÕES 2008 – Civilidade política 1

Em um comentário anônimo, feito certamente por algum eleitor do prefeito reeleito, sou criticado, ironicamente, por não ter introduzido o aposto nefasto ao nome de Duciomar Costa, ao noticiar neste blog o resultado do segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém.
A propósito, devo esclarecer que lamento, e lamento profundamente, diga-se, a opção de quase 60% do eleitorado de Belém por Duciomar Costa. Mas, por uma questão de civilidade política, respeito-a como manifestação do exercício da democracia, ainda que possa interpretá-la como um erro crasso.

ELEIÇÕES 2008 – Civilidade política 2

Por seu passado e também pelo seu presente, mantenho as críticas que fiz e faço a Duciomar Costa. Mas evitei acrescentar o aposto nefasto ao nome do prefeito reeleito, por uma questão, repito, de civilidade política, já que o momento era de comemoração pelo vencedor do pleito.
Mas falar em civilidade política, mesmo quando é indispensável cultivá-la, por se tratar do anúncio da vitória de Duciomar Costa, possivelmente soa incompreensível para o autor do comentário anônimo, que certamente decidiu medir-me por sua própria régua.

ELEIÇÕES 2008 – Uma questão de princípio

No plano pessoal, nada tenho contra Duciomar Costa, embora naturalmente o veja com reservas, pelo seu desapreço à ética, como evidencia seu turbulento passado. Minha crítica a ele é política e deriva de uma questão de princípios. Recuso-me a ficar silente em relação a quem já teve dois CPFs, obteve ilegalmente o certificado de reservista e foi flagrado passando-se por oftalmologista, valendo-se, para tanto, de um diploma falso.
A vitória de Duciomar em nada altera minha vida, seja profissionalmente, seja no plano estritamente pessoal, tal qual se daria se José Priante tivesse sido eleito. Por isso, como o poeta, posso dizer: “Cumpri contra o destino o meu dever. Inutilmente? Não, porque cumpri.”

domingo, 26 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 - Dudu garante reeleição

Com 98,09 das urnas apuradas, o prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB) garantiu virtualmente sua reeleição, ao obter 59,61% dos votos válidos, contra 40,39% do ex-deputado federal José Priante (PMDB).
Até aqui, Duciomar obteve 429.681 votos válidos, contra 291.142 de Priante.

ELEIÇÕES 2008 – Sem dinheiro e sem fiscais

A falta de dinheiro obrigou o ex-deputado federal José Priante, o candidato do PMDB a prefeito de Belém, a abrir mão da arregimentação de fiscais. Por isso, em expressiva parcela das seções eleitorais não havia um único fiscal do PMDB.
Na contrapartida, os amarelos do prefeito Duciomar Costa (PTB) tomaram conta damaioria das seções e também das ruas de Belém neste domingo, 26, quando deverá ser conhecido o novo prefeito da capital paraense.

ELEIÇÕES 2008 – Paciente dá com a cara na porta

Um eloqüente exemplo do grotesco estelionato eleitoral protagonizado por Duciomar Costa, o nefasto Dudu, ocorreu na manhã deste domingo, no posto de saúde do Curió, que deveria funcionar em regime de 24 horas.
Um jovem, ardendo em febre deu com a cara na porta do posto de saúde 24 horas. A explicação obtida foi que o médico de plantão havia saído para votar e não tinha hora para retornar.
Coisas di padrão Duciomar de administrar nossa pobre Belém.

sábado, 25 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 – Compra de votos a céu aberto

No início da noite deste último sábado, 25, por volta das 19 horas, três homens, ocupando um Siena prateado, de placa JVT-6362, protagonizaram um episódio com todos os indícios de compra de voto. Com dois homens na frente e um terceiro no banco traseiro, o carro encostou no cruzamento das avenidas Alcindo Cacela e Gentil Bittencourt, repassando dinheiro vivo a um grupo constituído por seis mulheres e um homem, todos com aparência de pessoas carentes.
Na calçada oposta a daquela na qual encostou o Siena, um grupo de mulheres fazia bandeirada pró-Priante, o candidato a prefeito pelo PMDB. Depois, o carro seguiu caminho, encostando na esquina da avenida Gentil Bitencourt com a travessa 9 de Janeiro, onde um dos seus ocupantes, com dinheiro em mãos, abordava eventuais transeuntes.

ELEIÇÕES 2008 – DS de Ana Júlia vai com Duciomar

Nos bastidores do PMDB estão sendo minuciosamente monitorados os indícios que apontam o engajamento da DS, mais ou menos velado, na candidatura do prefeito Duciomar Costa (PTB), no segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém. A DS, a Democracia Socialista, recorde-se, é a tendência do PT, minoritária nacionalmente e no Pará, mas que no nosso Estado detém o controle da máquina administrativa estadual, porque dela faz parte a governadora Ana Júlia Carepa.
Na interpretação dos peemedebistas, os indícios de que a DS vai com o prefeito Duciomar Costa evidencia que a suposta eqüidistância de Ana Júlia Carepa apenas mascara o apoio, por debaixo dos panos, da governadora ao nefasto Dudu. Logo depois de definidos os candidatos que passaram para o segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém, Ana Júlia surpreendeu a todos, ao declarar-se eqüidistante da disputa, a pretexto de que os dois candidatos – o ex-deputado federal José Priante, do PMDB, e o prefeito Duciomar Costa, do PTB – são de partidos da base de sustentação do seu governo na Alepa, a Assembléia Legislativa do Estado.

ELEIÇÕES 2008 – As razões da opção pró-Dudu

Nos bastidores do Palácio dos Despachos, a explicação para a DS optar pela candidatura do nefasto Dudu é o temor de que a eventual vitória de Priante possa fortalecer ainda mais o ex-governador Jader Barbalho, presidente regional e líder inconteste do PMDB no Pará, desde já o fiel da balança na sucessão estadual de 2010. Principal estrategista de Ana Júlia Carepa na eleição para o governo do Pará em 2006, com o aval do presidente Lula, nas eleições municipais deste ano Jader Barbalho elegeu 38 prefeitos, contra 27 do PT.
Como a DS tem planos de sair com uma chapa puro sangue na sucessão estadual de 2010, seus estrategistas no Pará já não conseguem dissimular sua hostilidade em relação a Jader Barbalho. O ex-governador, desde algum tempo, se revela esquivo e se distancia, lenta e gradualmente, do núcleo do governo Ana Júlia Carepa, dominado pela DS.

ELEIÇÕES 2008 – PT arregaça as mangas por Priante

Na contrapartida ao dissimulado apoio da DS ao nefasto Dudu, as principais lideranças do Campo Majoritário, além dos independentes, arregaçaram as mangas no apoio à candidatura de Priante. O Campo Majoritário é a corrente hegemônica no PT, que detém o comando do partido nacionalmente e no Pará, embora aqui tenha sido alijada pela DS na partilha política do governo Ana Júlia Carepa, no qual lhe coube apenas cargos politicamente irrelevantes.
O apoio a Priante reúne algumas das principais lideranças petistas. Estão mobilizados em defesa da candidatura peemedebista desde o deputado federal Paulo Rocha, uma das cabeças coroadas do PT no Pará, até o ex-deputado estadual Mário Cardoso, o candidato do partido no primeiro turno da eleição para prefeito de Belém., além de deputados estaduais da legenda, dentre os quais Carlos Bordalo.

ELEIÇÕES 2008 – PMDB vislumbra ingratidão

Nos bastidores do PMDB, a suposta eqüidistância de Ana Júlia Carepa é tratada como uma ingratidão – com o partido e com o próprio Priante. O pretexto para a hipotética eqüidistância da governadora foi a justificativa de que os dois candidatos à prefeitura de Belém – o prefeito Duciomar Costa, do PTB, e o ex-deputado federal José Priante, do PMDB - são de partidos da base de sustentação do governo na Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará.
No PMDB não falta quem recorde que, com sua candidatura ao governo pelo partido, em 2006, o ex-deputado federal José Priante abdicou de uma reeleição líquida e certa para a Câmara Federal, contribuindo assim para a dispersão dos votos, que levou a sucessão estadual para o segundo turno. A dispersão dos votos era condição sine qua non para pavimentar a derrota do candidato do PSDB, o ex-governador tucano Almir José Gabriel.

ELEIÇÕES 2008 – O imbróglio envolvendo a Sespa

Eleita governadora, Ana Júlia Carepa concedeu a Priante, na partilha política do governo, o comando da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública). Tratava-se da contrapartida ao apoio do candidato do PMDB à candidatura da petista, no segundo turno da eleição para o governo do Estado, em 2006.
Pouco tempo depois, porém, Ana Júlia retirou de Priante o comando da Sespa, a pretexto de fortes indícios de corrupção envolvendo nomes indicados pelo peemedebista na secretaria. No PMDB, a justificativa soou a um álibi para introduzir a DS em postos chaves da Sespa, uma secretaria eleitoralmente vital e historicamente associada a maracutaias, peculiaridades que perduram incólumes, diga-se.

ELEIÇÕES 2008 – Precedentes alimentam suspeitas

Primeira governadora eleita da história do Pará, depois de ter sido também a primeira senadora eleita pelo Estado, Ana Júlia Carepa tem uma trajetória de perfídia política que alimenta a suspeita de traição ao PMDB e, em particular, ao ex-governador Jader Barbalho.
São exemplos do pragmatismo de ética duvidosa da governadora Ana Júlia Carepa sucessivos episódios, abaixo relacionados:

Deslealdade com Edmilson - Assim foi com o então prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, do qual Ana Júlia era vice-prefeita. Eleitos em 1996, pelo PT, em uma breve interinidade ela fez aprovar a extinção do laudêmio, que Edmilson relutava em extinguir. Foi aí que deu-se o rompimento entre os dois, a partir do qual Edmilson passou a retaliá-la, inclusive de uma forma inescrupulosa, que em nada dignificou a biografia política do ex-prefeito.

Negociações com Almir – Rompida com Edmilson, que passou a dispensar-lhe um tratamento covardemente humilhante, consta que Ana Júlia, na mutação própria dos arrivistas, deixou os supostos princípios de lado e esteve muito próxima de abandonar o PT, migrando para o PDT, que integrava a coalizão de partidos “União pelo Pará”, comandada pelo PSDB. As conversações não teriam prosperado porque o então governador Almir José Gabriel teria descartado a possibilidade de Ana Júlia ser ungida, antecipadamente, a candidata da “União pelo Pará” à prefeitura de Belém, nas eleições municipais de 2000.
Depois disso, Ana Júlia teria optado por permanecer no PT, persuadida por Marcílio de Abreu Monteiro, seu ex-marido e pai da filha da governadora. Atual secretário estadual de Projetos Estratégicos, Marcílio é apontado como a verdadeira eminência parda do atual governo, depois de fazer carreira pública sob a sombra da governadora, sobre a qual exerceria forte ascendência. Assim, Ana Júlia voltou atrás e optou por permanecer no PT, elegendo-se vereadora por Belém, em 2000, com uma votação histórica, para em 2002 tornar-se a primeira senadora eleita da história do Pará e, posteriormente, a primeira governadora eleita do Estado, em períodos intercalados pela derrota na disputa pela prefeitura de Belém, em 2004.

Traição a Elcione Barbalho – Em 2002 Ana Júlia virtualmente traiu a hoje deputada federal Elcione Barbalho, ex-mulher do ex-governador Jader Barbalho, ao boicotar um acordo costurado pelo PMDB com o PT, pelo qual, como favorita absoluta a uma das duas vagas ao Senado, faria dobradinha com a candidata peemedebista, para evitar a eleição, para a outra vaga, de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, então no PSD. Com seu boicote ao acordado, Ana Júlia contribuiu para a eleição de Duciomar Costa. Diante do desastre anunciado, restou ao PT publicar nos jornais, no dia da eleição, uma patética nota oficial, recomendando o voto em Elcione Barbalho, do PMDB, como opção para evitar a vitória de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, que acabou eleito.

Golpe contra Maria - Ainda em 2002, já no segundo turno da sucessão estadual, Ana Júlia inviabilizou as chances de vitória da deputada estadual Maria do Carmo Martins, candidata do PT ao governo, ao se opor, de forma tenaz, a um acordo com o ex-governador Jader Barbalho. Este, em revide, atendeu aos apelos do tucano Simão Robison Jatene, a quem ajudou a vencer, por uma minguada diferença de votos.

Apoio de Jader Barbalho – Em 2006, quatro anos depois, Ana Júlia tratou de deletar, mais depressa que rapidamente, as objeções éticas ao ex-governador Jader Barbalho, ao qual muito deve - da viabilização da sua candidatura até a vitória sobre o ex-governador tucano Almir José Gabriel.
Primeiramente, Jader, a quem Ana Júlia tanto satanizou em passado recente, convenceu o presidente Lula das chances de vitória da candidatura da então senadora petista. Depois disso, traçou a estratégia capaz de levar a disputa pelo governo do Estado para o segundo turno, alternativa capaz de permitir, tal qual ocorreu, a vitória de Ana Júlia sobre o ex-governador tucano Almir Gabriel. Assim, Ana Júlia tornou-se a primeira governadora eleita da história do Pará, sem nenhum constrangimento pelo apoio de Jader Barbalho, o seu sagaz estrategista e mais ilustre cabo eleitoral.

A rasteira em Mário Cardoso – O ex-deputado estadual Mario Cardoso, a cuja candidatura a prefeito de Belém Ana Júlia detonou antecipadamente, ao defenestrá-lo do governo sob a pecha de incompetente, em um gesto de inequívoca retaliação política, vem a ser aquele que, em um gesto de generosidade, tornou possível sua candidatura a governadora em 2006. Naquela altura, ele era o candidato do partido e, sem nenhuma barganha, renunciou à sua candidatura. Isso não o poupou da covarde vendeta política da governadora, ensandecida com a derrota imposta à DS, tendência interna do PT na qual milita Ana Júlia, pelo Campo Majoritário, a facção a que pertence Mário Cardoso, na disputa pelo diretório municipal de Belém.
A campanha de Mário Cardoso foi acompanhada com indiferença pelo governo Ana Júlia Carepa. Somente quando as pesquisas passaram a sinalizar a possibilidade de ascensão de Mário Cardoso é que o candidato petista passou a contar com o apoio do Palácio dos Despachos. Mas aí o estrago já havia sido consumado. O resultado de toda essa lambança foi Mário Cardoso ser superado por Priante, por uma pequena margem de votos, e ficar de fora do segundo turno da eleição para prefeito de Belém.

ELEIÇÕES 2008 – A (suspeita) pesquisa do Ibope

Uma pesquisa do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), feita entre quinta-feira e sexta, aponta uma suposta vantagem de 12 pontos percentuais a favor do prefeito Duciomar Costa (PTB) sobre o ex-deputado federal José Priante (PMDB), no segundo turno da eleição para a prefeitura de Belém. Segundo o Ibope, cuja amostragem é vista sob suspeita por publicitários e profissionais de pesquisas de opinião pública, Duciomar teria 52% das intenções de voto, contra 40% de Priante, dentro de uma margem de erro de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Considerando apenas os votos válidos, de acordo ainda com o Ibope, Duciomar teria 57% das intenções de voto, contra 43% de Priante.
A pesquisa foi encomendada e publicada pelo Amazônia Jornal e reproduzida também por O Liberal, além de divulgada pela TV Liberal, afiliada da Rede Globo de Televisão no Pará. Os dois jornais e a tevê integram as ORM (Organizações Romulo Maiorana), o grupo de comunicação dos Maiorana, inimigos figadais do ex-governador Jader Barbalho, do qual é primo o ex-deputado federal José Priante, o candidato a prefeito de Belém pelo PMDB.

ELEIÇÕES 2008 – As razões do ceticismo

O ceticismo sobre a veracidade da pesquisa deriva das suspeitas de que no primeiro turno o Ibope, com o suposto aval das ORM, tenha anabolizado os percentuais de intenção de voto da candidata derrotada do DEM, a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco. Até três semanas antes da eleição, a 5 de outubro, Valéria mantinha um virtual empate técnico com o prefeito Duciomar Costa, entrando em queda livre já na reta final do primeiro turno.
As suspeitas de manipulação foram estimuladas pela decisão do Ibope em terceirizar as pesquisas de intenção de voto em Belém. Ao optar por terceirizar seus serviços, o Ibope confiou as pesquisas de intenção de voto a uma empresa obscura, sem tradição no mercado e formada por profissionais sem expressão, e por isso permeáveis a pressões, segundo as denúncias então feitas.

ELEIÇÕES 2008 – Indícios de tentativa de fraude

Na leitura de publicitários e profissionais de pesquisas, quedas bruscas e crescimentos inexplicáveis, registrados nas pesquisas de intenção de voto do Ibope em Belém, seriam fortes indícios de tentativa de manipulação do eleitorado. O resultado da última pesquisa divulgada pelo grupo de comunicação dos Maiorana seria a tentativa de aproximá-la dos números reais, segundo as suspeitas suscitadas.
Pelas pesquisas do Ibope, José Priante (PMDB) e Mário Cardoso (PT) passaram quase toda a campanha patinando em índices pífios. Já na reta final do primeiro turno é que o instituto passou a apontar que Priante e Mário Cardoso estavam embolados com Valéria Pires Franco na disputa sobre quem, afinal, iria para o segundo turno. Apurados os votos, Duciomar Costa ficou em primeiro lugar, seguido por Priante, vindo em terceiro lugar, por uma minguada diferença, Mário Cardoso. Valéria Pires Franco, que fez uma campanha milionária, acabou em quarto lugar.

ELEIÇÕES 2008 – Um embuste chamado Duciomar

O prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, que neste segundo turno disputa a reeleição com o ex-deputado federal José Priante (PMDB), encerrou a campanha tal qual começou – como a expressão de um dos maiores estelionatos políticos da história do Pará. No debate promovido pela Rede Globo, via TV Liberal, na noite desta sexta-feira, 24, Duciomar manteve a postura habitual, ao novamente fugir da discussão.
A postura do nefasto Dudu acabou por soar a uma inequívoca manifestação de desprezo ao eleitor, como é próprio de quem aposta na adesão da parcela menos esclarecida do eleitorado, amplamente majoritária e mais permeável ao proselitismo eleitoreiro. Resta saber se esse inocultável desdém não vai ter o efeito de um bumerangue, voltando-se contra a candidatura do atual prefeito.

ELEIÇÕES 2008 – Além dos limites toleráveis

Mesmo para os padrões de permissividade da política paraense, que já transformou um cantor brega em governador chucro e fez de um ex-bicheiro casca-grossa um opaco senador da República, Duciomar extrapolou os limites toleráveis no debate, que teve como mediadora a jornalista Cristina Serra, da TV Globo. De novidade, só mesmo o visível abatimento físico de Duciomar, que possivelmente por isso foi menos agressivo do que nos debates anteriores.
De resto, porém, o nefasto Dudu manteve a performance aparentemente determinada pelo marketing da baixaria. Ele ignorou perguntas incômodas, cujas respostas substituiu por um tosco proselitismo eleitoreiro; contestou números oficiais, sem mencionar os que a eles supostamente se contrapunham; e tentou, exaustivamente, irritar Priante, ao desqualificá-lo pela falta de experiência em funções do Executivo.

ELEIÇÕES 2008 – Questionamentos sem respostas

Durante todo o debate Duciomar deixou sem respostas, ou pelo menos sem respostas convincentes, uma série de questionamentos. Um deles foi o porquê de limitar a esquálidos R$ 50 mil os recursos destinados à Belemtur, quando o próprio prefeito reconhece que o incremento do turismo pode gerar renda e emprego.
Quando Duciomar pretendeu tergiversar, em torno do investimento feito no turismo durante sua gestão, Priante foi impiedoso. “Candidato Duciomar, turismo, em sua gestão, quem mais fez foi você”, fulminou o candidato do PMDB, em uma alusão a freqüente ausência do prefeito do Palácio Antônio Lemos, durante o exercício do seu mandato.
Duciomar, diga-se, desperdiçou boa parte do seu mandato com viagens semanais a Brasília. Para consumo externo tratavam-se de viagens a serviço, mas nos bastidores a versão corrente é de que o nefasto Dudu ia ao Distrito Federal em busca de prazeres que jamais encontrou em Belém, da qual ironicamente é prefeito. A ausência continuada do nefasto Dudu tornou-se tão rotineira, que coube à sua chefe de gabinete, Sílvia Randel, tocar o dia-a-dia da prefeitura, razão pela qual ela passou a ser tratada, no bastidores do Palácio Antônio Lemos, por prefeita.

ELEIÇÕES 2008 – O drama do deficit educacional

Priante também desconstruiu as balelas de Duciomar sobre o deficit educacional. O candidato do PMDB observou que Belém tem 133 mil crianças fora da escola. E recordou que foi necessário uma intervenção da Justiça para que o nefasto Dudu retirasse as crianças que trabalham no lixão do Aurá.
Os irrisórios R$ 21 mil, destinados no orçamento, para a capacitação dos cerca de 3.500 professores da rede municipal de ensino, também foi acentuado por Priante. O candidato do PMDB não esqueceu de recordar o sucateamento da saúde e da segurança pública. Em relação à segurança pública, Priante questionou Duciomar ter destinado apenas 2% do orçamento para a Guarda Municipal e prometeu instalar gratuitamente pontos de luz onde a energia elétrica ainda não tenha chegado.

ELEIÇÕES 2008 - As pessoas como prioridade

Um dos bons momentos de Priante foi quando o candidato do PMDB assinalou que, se eleito prefeito de Belém, vai priorizar o bem-estar das pessoas. "As pessoas não comem asfalto. Por isso, ao lado de saúde, educação e segurança, é fundamental oferecermos um mínimo de dignidade à nossa sofrida população", sublinhou Priante.
O peemedebista voltou a enfatizar que saúde, educação, saneamento e segurança serão suas prioridades, porém é essencial conferir um mínimo de dignidade às pessoas. Mais do que nunca, segundo Priante, o ser humano precisa ser a medida de todas as coisas, resume Priante.

ELEIÇÕES 2008 – Fórum Mundial na estaca zero

Um momento extremamente constrangedor para Duciomar, no debate desta sexta-feira, foi quando Priante indagou sobre quais as providências que o prefeito já tomara para a realização do Fórum Mundial Social, a ser sediado em Belém, no próximo mês de janeiro. Como nada foi feito até agora e tudo permanece na estaca zero, faltando pouco mais de dois meses para o encontro, o nefasto Dudu, com a desfaçatez que lhe é própria, optou por um discurso vago, de tom ufanista, que levou do nada a lugar nenhume não respondeu à indagação feita.
“O prefeito não soube responder porque nada foi feito”, disparou Priante. “Mas, se eleito, já na segunda-feira começarei a tratar das providências indispensáveis para tentar recuperar o tempo perdido até aqui”, acrescentou o candidato peemedebista.

ELEIÇÕES 2008 – Priante mais sereno e seguro

No debate desta sexta-feira Priante revelou-se mais sereno e seguro. Em nenhum momento caiu nas ciladas de Duciomar para irritá-lo.
Ao mesmo tempo, o candidato do PMDB calou o nefasto Dudu, quando este declarou que a equipe indicada por Priante para a Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública) teria sido defenestrada por suspeita de corrupção. De imediato, o candidato do PMDB observou que um dos médicos que indicara para a Sespa fora posteriormente aproveitado por Duciomar na Sesma (Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente).

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 – O doce far niente de Duciomar

É bem provável que, independentemente do resultado da eleição deste próximo domingo, 26, o prefeito Duciomar Costa opte por relaxar da campanha eleitoral em uma aprazível quinta, no interior de Portugal, mais exatamente em Albergaria Velha, no Porto.
Nada mais justo. Até porque ninguém é de ferro. Ademais, nos últimos três meses o nefasto Dudu arregaçou as mangas como não havia feito até então, desde que assumiu a prefeitura de Belém. Por isso, deve andar exausto.
Em tempo: a quinta a que me refiro é o substantivo feminino que designa, em Portugal, propriedade rural, com moradia.

ELEIÇÕES 2008 – PT coloca as cartas na mesa

Em entrevista que terá a presença do cacique Naldo Tembé, o presidente regional do PT no Pará, João Batista concederá uma coletiva nesta sexta-feira, 24, às 10 horas, na sede do partido, em Belém, para rebater as denúncias de fraude envolvendo o prefeito reeleito de Santa Luzia do Pará, Lourival Fernandes, o Louro do PT. As denúncias contra Louro do PT, reeleito com 50.31% dos votos válidos, foram feitas pelo candidato derrotado Aldemir Aires (PR), mais conhecido como Mico, irmão do deputado Adamor Aires.
Louro do PT é acusado de ser beneficiário de um suposto esquema de fraude na aldeia Tembé, com a participação dos índios e das polícias civil e militar que atuam em Santa Luzia. O deputado Adamor Aires, irmão de Mico, propôs a criação de uma comissão externa na Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará, para acompanhar a apuração das denúncias pela Justiça Eleitoral.

ELEIÇÕES 2008 – PSM: Priante desmascara o nefasto

Cumprindo o desafio feito na noite de quarta-feira, 22, durante o debate no SBT, o ex-deputado federal José Priante, candidato a prefeito pelo PMDB, esteve na manhã desta quinta-feira, 23, para se encontrar com o prefeito Duciomar Costa no Pronto-Socorro Municipal da 14 de Março. O objetivo era dissipar a dúvida em torno do total de leitos do novo PSM, em construção – 150, segundo Duciomar; apenas 31, de acordo com Priante.
Priante desmascarou Duciomar, provando, com a planta registrada no CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), que o novo PSM foi projetado para 31 leitos. Duciomar, com a desfaçatez que lhe é própria, alegou que a planta exibida por Priante seria o projeto inicial, mas não exibiu, como deveria ocorrer, a planta do suposto projeto final, devidamente ampliado.

ELEIÇÕES 2008 – Impedido o acesso às obras

Priante, acompanhado de uma comissão de vereadores, foi impedido de entrar no PSM. O acesso às obras de ampliação do PSM foi inicialmente facultado apenas aos jornalistas, mas estes acabaram ficando restritos a uma área contígua a construção, a pretexto de ter preservada a sua segurança.
Quando o prefeito Duciomar Costa tentava sustentar sua versão, sobre o total de leitos do novo PSM, chegou no Pronto-Socorro Municipal da 14 de Março uma ambulância, com um paciente, que não pôde ser atendido por falta de médico, conforme foi exibido no telejornal local do SBT.

ELEIÇÕES 2008 – Suspeitas sobre a nova pesquisa

A ser verdadeira a revelação feita na edição de hoje do Repórter Diário, a nobre coluna do Diário do Pará, esfarinhou-se de vez o pouco que restava da credibilidade do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) e dos veículos de comunicação das ORM (Organizações Romulo Maiorana). Uma pesquisa de intenção de voto do Ibope, que foi manchete dos jornais O Liberal e Amazônia Jornal, revela uma suposta vantagem de 11 pontos percentuais do prefeito Duciomar Costa (PTB) sobre José Priante (PMDB).
Ao colocar sob suspeição a nova pesquisa de intenção de voto para a prefeitura de Belém, o Repórter Diário revela que a amostragem foi encomendada pela Delta Publicidade, que edita O Liberal e o Amazônia Jornal. Os dois jornais integram o grupo de comunicação dos Maiorana, inimigos figadais do ex-governador Jader Barbalho, do qual é primo José Priante, o candidato a prefeito de Belém pelo PMDB.

ELEIÇÕES 2008 – Precedentes estimulam ceticismo

Os precedentes estimulam o ceticismo sobre a credibilidade da pesquisa do Ibope. No primeiro turno da disputa pela prefeitura de Belém, o Ibope foi acusado de anabolizar os percentuais de intenção de voto da candidata do DEM, a ex-vice-governadora Valéria Vinagre Pires Franco, sob o suposto estímulo do grupo de comunicação dos Maiorana.
Na ilação inevitável, como os Barbalho lhes são hostis, os Maiorana aparentemente optaram por apostar todas as suas fichas na candidatura do prefeito Duciomar Costa, que lhes abre a perspectiva de um expressivo movimento de caixa. Com Dudu, o grupo de comunicação dos Maiorana compensa a perda da mamata que acabou quando o PSDB foi defenestrado do governo do Estado.

ELEIÇÕES 2008 – Samba de uma nota só

Samba de uma nota só. Assim pode ser resumida a performance do prefeito Duciomar Costa em todos os debates, realizados até aqui, entre os candidatos que disputam a prefeitura de Belém.
Nos debates, o nefasto Dudu mente com colossal desfaçatez; ignora solenemente as perguntas que lhe são feitas, quando não sabe respondê-las; fica circunscrito ao proselitismo eleitoral, quando posto em xeque; e tenta despertar a comiseração do eleitor, ao evocar suas origens humildes.

ELEIÇÕES 2008 – O acintoso desrespeito ao eleitor

Foi assim, novamente, na noite desta última quarta-feira, 22, no debate promovido pelo SBT, reunindo o nefasto Dudu e Priante. Mais uma vez o atual prefeito fugiu da discussão, em um acintoso desrespeito ao eleitor.
Dessa vez, o nefasto Dudu inovou apenas em se comparar ao presidente Lula, por ser, como este, de origem humilde. Faltou dizer, apenas, que Lula, a despeito de todos os seus senões, jamais teve dois CPFs, o Cadastro da Pessoa Física da Receita Federal, nem foi flagrado exercendo ilegalmente a medicina, valendo-se de um falso diploma de médico.

ELEIÇÕES 2008 – Passado explica o presente

Mas a desfaçatez de Dudu, o nefasto, não surpreende, considerando sua vida pregressa. Esse desvio de conduta já havia sido entrevisto pelo juiz federal Edison Messias de Almeida, ao condenar Duciomar Costa a três anos de reclusão, em regime aberto, e ao pagamento de 97 dias-multas, a razão de um trinta avos do salário mínimo, por exercício ilegal da medicina, valendo-se para tanto de um falso diploma de médico.
“Sobressai ainda, com ofuscante nitidez, o dolo com que agiu o acusado, consciente, confessadamente, da falsidade do documento público, atuando com pleno conhecimento de que procedia ilegitimamente”, assinala o juiz. O magistrado observa que Duciomar exibe um "desvio de padrões de normalidade, revelando caracteres típicos de pessoa extremamente ambiciosa, ousada e solerte, que o impeliram a incursionar pela seara jurídico-penal".

ELEIÇÕES 2008 – A íntegra da sentença

Segue-se, abaixo, a sentença que condenou Duciomar Costa. Ele escapou da pena ao ver prescrito o crime.

“Processo: 00.30214-7
“Classe 07000: Ação Criminal
“Autora; Justiça Pública
“Procurador: Paulo Rúbio de Souza Meira
“Réu: Duciomar Gomes da Costa
“Advogado: Wilson Monteiro de Figueiredo
“Juiz Federal da 1ª Vara: Edison Messias de Almeida


“ Sentença:

“ DUCIOMAR GOMES DA COSTA, brasileiro, foi denunciado pelo órgão do Ministério Público Federal pela prática do crime de que trata o art. 304, combinado com o art. 297 e 299, 304 e 297, todos do Código Penal Brasileiro, e art. 47 da Lei de Contravenções Penais, acusado de obter, mediante fraude, registro profissional no Conselho Regional de Medicina desta Capital, usando para tal um diploma falso que o dava como graduado em Medicina. Investigações efetuadas revelaram que o denunciado achava-se exercendo atividade de médico oftalmologista, com consultório instalado em Belém, fazendo uso de cartões pessoais e papel timbrado onde constava ser possuidor dessa qualificação profissional.
“ A denúncia, instruída com os autos de IPL número 140/85-SR/DPF/PA, foi recebida pelo despacho proferido em 6 de junho de 1986, fls. 225.
“ Regularmente citado, compareceu o réu à audiência de qualificação e interrogatório (termo respectivo acostado às fls. 230 e verso dos autos), onde confirmou a prática delituosa narrada na peça acusatória de ingresso, com exceção da contravenção ali descrita.
“ Abdicou da apresentação de defesa prévia.
“ Termos de depoimento das testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal, fls.239 a 244, e das indicadas pela defesa às fls. 249 e 258.
“ Nada foi requerido no prazo do art. 499 do Código de Processo Penal.
“ Em razões finais, discorrer o representante do Parquet Federal (fls. 264) sobre a robustez das provas arregimentadas em desfavor do acusado, e ao final requer sua condenação, no grau mínimo das penas previstas para os delitos praticados, com aplicação do sursis .
“ De sua feita, o réu expende, alentadamente, os argumentos que entende relevantes à sua defesa, fulcrando-se na fragilidade das provas contra si existentes, sustentando ainda a não consumação das condutas que lhe foram imputadas, corroborada pelos depoimentos testemunhais de fls. 249 e 258. Pleiteia sua absolvição.
“ É o relatório.
“ Decisão.
“ Apesar do empenho e esforço despendidos pelo nobre defensor do acusado, tentando empecer as provas materiais arregimentadas contra o réu, não logra nem de longe turvar o conjunto probatório, que inclui não apenas os testemunhos coligidos na instrução cognoscitiva, como ainda os laudos de exames periciais que se acham acostados aos autos e que testificam, categoricamente, a contrafação em que incorre o ora acusado, sem falar nas suas próprias declarações quando interrogado em juízo, como logo se verá.
“ A materialidade delitiva, tal como irrogada no libelo acusatório, está exuberantemente demonstrada nos autos, a começar pelo falso diploma de médico, acostado por cópia xerográfica às fls. 14, que submetido ao exame pericial, restou consubstanciada sua inautenticidade, conforme laudo de fls.206/208, além de já ter sido anteriormente informado pela Universidade Federal do Pará, através do ofício de fls. 16, quanto à inexistência do nome do acusado no rol de médicos formados por aquela Universidade entre 1969 e junho de 1985, fato inteiramente corroborado pelo réu, que declarou ter adquirido o diploma de um terceiro, com pagamento em dinheiro da importância que lhe foi cobrada (ver depoimento de fls. 64/67), no que também é confesso em juízo (fls. 230 e verso).
“ Demais disso, está, igualmente, provado o uso de documento falso ao requerer sua inscrição no Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, consoante foi comunicado pelo seu Presidente ao Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal, fls. 7 dos autos, fato não desmentido pelo acusado, tendo este, ao teor desse expediente, obtido registro de inscrição primária no CRM, passando ao exercício profissional, o que está da mesma forma cabalmente comprovado.
“ Falacioso é o acusado ainda procurar sustentar que não praticou atos privativos do profissional da medicina, diante da pletora de receitas por ele administradas, e atendimentos que estão testemunhados nos autos, bem como alegar que ficou na tentativa do uso de documento falso, quando o crime é de natureza formal e se perfaz com a potencialidade do eventus damni ( a tentativa caracteriza-se pelo perigo do dano, e no falso, quando se apresenta, já está consumado). De qualquer modo, a hipótese concreta é de uso de documento falso, que se aperfeiçoa com o primeiro ato, no caso o requerimento para sua inscrição no CRM.
“ Sobressai ainda, com ofuscante nitidez, o dolo com que agiu o acusado, consciente, confessadamente, da falsidade do documento público, atuando com pleno conhecimento de que procedia ilegitimamente.
“ O concurso material de crimes pretendido pelo órgão acusatório, por seu turno, é insustentável se o uso do documento falso é imputado ao próprio autor da contrafação, que responde apenas por aquele, subsumindo-se a falsificação como antefactum impunível, pela aplicação do princípio da consunção.
“ Quanto aos impressos que constam dos autos, com que o réu fazia a publicidade de seus serviços profissionais, e cujo conteúdo também se impregna e embebe de mistificação patrocinada pelo acusado, atribuindo-se a qualidade de médico oftalmologista estabelecido com consultório nesta cidade, que ao ver do órgão de acusação é típico, ao teor da norma proibitiva incrustada no preceito legal do art. 299 do Código Penal, não deve, ao que penso, configurar o postulado concurso material, porque se trata, a toda evidência, de crime progressivo, com a aglutinação de comportamentos distintos, que a lei disciplina com um só comportamento delitivo.
“ Isto posto, JULGO PROCEDENTE A DENÚNCIA, para sujeitar o acusado DUCIOMAR GOMES DA COSTA às conseqüências de seu ato. Considerando sua culpabilidade, que se reveste de alta gravidade no juízo de censurabilidade penal, seus antecedentes, que reputo bons, conduta social sem mácula, personalidade com desvio de padrões de normalidade, revelando caracteres típicos de pessoa extremamente ambiciosa, ousada e solerte, que o impeliram a incursionar pela seara jurídico-penal, os motivos marcadamente argentários, circunstâncias e conseqüências do crime, desfavoráveis face o refinamento com que agiu, com imensa carga de potencialidade lesiva, criando risco de levar os incautos à invalidez por cegueira e outros agravos, e assim considerando, hei por bem impor-lhe condenação no grau submédio da pena cominada ao crime do art. 304, combinado com o art. 297 do Código Penal Brasileiro, que é de três anos, inocorrendo circunstâncias agravantes e atenuantes, nem causas especiais de aumento ou diminuição de pena, ficando assim condenado à pena privativa de liberdade de três (03) anos de reclusão em regime aberto, e ao pagamento de noventa e sete (97) dias-multa, a razão de um e trinta avos (1/30) do salário mínimo.
“ Custas ex lege
“ Transitada em julgado este decisum, lance-se-lhe o nome no rol dos culpados.
“ P. R. I
“ Belém, 25 de agosto de 1994

“ Edison Messias de Almeida
“ JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA"

ELEIÇÕES 2008 – A confissão de Duciomar

TERMO DE DECLARAÇÕES QUE PRESTA DUCIOMAR GOMES DA COSTA - CI/RG: 0628224/SSP/PA

“Aos vinte e nove (29) dias do mês de outubro de mil novecentos e oitenta e cinco (1985), nesta cidade de Belém/PA, e na sede da SR/DPF/PA, em cartório, onde presente se encontrava o Bel. Fábio Caetano, delegado de Polícia Federal, comigo escrivão ao final assinado, aí compareceu DUCIOMAR GOMES DA COSTA, brasileiro, solteiro, natural de Tracuateua/PA, nascido aos 17 ( dezessete) dias do mês de agosto de 1955, filho de Antonio Gomes da Costa e Maria Lima da Costa, comerciante, residente nesta Capital na rua silva Castro, 662, bairro do Guamá, sabendo ler e escrever. Inquirido pela autoridades, RESPONDEU: QUE, é portador da Cédula de Identidade RG 0628224, expedida em três (03) de janeiro de 1984, pelo Instituto de Identificação da SEGUP/PA; QUE, é acadêmico de Direito, cursando o terceiro ano no CESEP; QUE, é proprietário da Ótica Guanabara, sita na Rua Senador Manoel Barata, 571, Centro, nesta Capital; QUE, seu irmão, WALDETE GOMES DA COSTA, é proprietário da Ótica Ipanema, situada na Rua 13 de Maio, 521, entre Padre Prudêncio e Barão de Guajará; QUE, em dezoito (18) de julho do corrente ano, requereu perante o Conselho Regional de Medicina do Pará sua inscrição primária, apresentando-se como médico, para tanto, além dos documentos pessoais, exibiu o original de um Diploma de Médico, cuja cópia se acha às fls. 11 destes autos; QUE, em 1981, o Representante Comercial da Firma ROTER MONTE, de nome LUIZ CARLOS, ofereceu-lhe um diploma de médico por quinhentos mil cruzeiros (Cr$ 500.000); QUE, LUIZ CARLOS residia aqui em Belém no Palácio das Musas, entre Manoel Barata e 13 de Maio, na rua Frutuoso Guimarães; QUE, embora a princípio não se interessasse pelo diploma, quando LUIZ CARLOS lhe trouxe o diploma de médico, cerca de um mês e meio depois, recebeu o diploma, pelo qual pagou a importância pedida, não em dinheiro, mas sim como quitação de parte de uma dívida que LUIZ CARLOS tinha com o declarante; QUE, o declarante esteve uma vez em visita a LUIZ CARLOS na residência em que ele morava, um cômodo de um pesionato; QUE, a firma ROTER MONTE é de São Paulo, atuando no ramo de brindes comerciais, tais como chaveiros, agendas, etc; QUE, o citado diploma, cuja confecção, local e autoria, desconhece, ficou em seu poder desde 1981, até o corrente ano, conservando-o na sua ótica, guardado no cofre; QUE, há muitos anos montou o consultório oftalmológico que funciona no prédio ao lado da ótica Guanabara, no Ed. Cosmorama, primeiro andar, sala 01, pelo qual era responsável o médico ANTONIO CARVALHO DOS REIS, achando que seu CRM é 2088, dessa Capital; QUE, em junho, digo, julho do corrente ano, ANTONIO REIS foi embora para Aracaju/SE, oportunidade em que, para suprir a falta de médico de seu consultório, requereu sua inscrição provisória no CRM/PA, utilizando-se pela primeira vez de seu diploma de médico falso; QUE, cerca de vinte (20) dias da entrada de seu requerimento no CREMEPA, o declarante foi chamado àquela repartição para apresentar seu Certificado de Alistamento Militar; QUE, depois de alguns dias da apresentação do certificado citado, foi novamente chamado ao CREMEPA para apresentar a Carteira Profissional de Médico que já lhe fora dada, assim como apresentar novamente o Diploma de Médico, sendo que nessa oportunidade ao devolver a Carteira número 3591, correspondente ao CRM de igual número, contou ao Presidente do CREMEPA a verdade sobre sua condição de não formado em medicina, bem como a falsidade do diploma de médico, cujo original e cópias que possuía no mesmo dia destruiu com fogo; QUE, reconhece como sua a assinatura no local de diplomando existente no Diploma de Médico, cuja cópia se vê às fls.11 destes autos, reconhecendo também como seus os manuscritos e assinaturas constantes do requerimento que foi protocolado no CREMEPA sob o número 945/85 e que também se acha juntado nestes autos; QUE, foi o declarante pessoalmente quem tomou todas as providências para inscrição no CREMEPA; QUE, reafirma haver feito total destruição do diploma de médico falso que deu origem a este inquérito; QUE, foi LUIZ CARLOS quem conseguiu o diploma questionado para o declarante, por esta razão não sabe onde ele conseguiu o diploma, nem de que maneira ele obteve; QUE, não sabe o nome completo de LUIZ CARLOS, podendo pesquisar junto à firma para o qual trabalhava, para obter maiores dados sobre ele; QUE, seu consultório está parado desde setembro do corrente ano; QUE, mandou fazer talonários com a inscrição "DR. DUCIOMAR COSTA", talonário esse de receitas, chegando a prescrever algumas receitas para clientes; QUE, LUIZ CARLOS, para fazer o diploma para o declarante, utilizou-se de uma xerocópia da Carteira de Identidade do declarante, tendo a xerocópia sido entregue pelo declarante; QUE, no diploma de médico falso, o nome do declarante saiu com um erro gráfico, ou seja, em vez de DUCIOMAR, saiu DULCIOMAR.
“E mais não disse nem lhe foi perguntado, pelo que mandou a autoridade que se encerrasse o presente termo que lido e achado conforme, vai devidamente assinado por todos, inclusive por mim, Escrivão Joel Ribeiro Veiga, Escrivão de Polícia Federal que o datilografei.
“EM TEMPO: QUE, o estabelecimento comercial Ótica Guanabara, de propriedade do declarante, sendo sua atual firma Central de Abastecimento Ótico Ltda, está regularmente constituído, com novos números de inscrição no CGC e inscrição estadual; QUE, a Ótica Guanabara estava inscrita no CGC sob o número 05856570/0001-00 e inscrição estadual número 15087555-0, da qual houve uma filial denominada Ótica Rio.”

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 – Revela-se a falácia do voto nulo

Um instrumento de resistência a ditadura militar, sobretudo nos anos de chumbo do regime dos generais, o voto nulo experimenta sua desmoralização, como opção política, neste segundo turno da eleição para prefeito de Belém.
A falácia que representa o voto nulo, na atual circunstância, revela-se, sem disfarce, com a constatação de que o comando de campanha do prefeito Duciomar Costa (PTB) optou por investir nessa opção, em segmentos impermeáveis, a priori, ao voto pró-Dudu. Trata-se de uma opção previsível, até porque, no contexto, favorece quem detém a máquina administrativa municipal, no caso, o nefasto Duciomar.

ELEIÇÕES 2008 – A farsa do suposto coitadinho

O coitadinho de hoje é o arrivista de amanhã. Esta é a conclusão na qual fatalmente se desemboca, a partir do discurso recorrente do prefeito Duciomar Costa, que nesta reta final de campanha decidiu investir no marketing do coitadinho, ao evocar sua origem humilde.
Ao mencionar, repetitivamente, que já foi feirante, jornaleiro e taxista, o nefasto Dudu omite os métodos dos quais se valeu para, como em um passe de mágica, tornar-se empresário, condição sob a qual ingressou posteriormente na política. A trajetória do nefasto Dudu, como se sabe, está longe de ser edificante, razão pela qual o prefeito se vale de sua origem humilde não como exemplo, mas como álibi para justificar o seu presente.

ELEIÇÕES 2008 – A turbulenta vida pregressa

O prefeito Duciomar Costa, que postula a reeleição, investindo para tanto em uma massiva propaganda enganosa, tem uma vida pregressa para lá de turbulenta. O passado do nefasto Dudu inclui a utilização de dois CPFs, o Cadastro das Pessoas Físicas da Receita Federal, e de um diploma falso de médico, com o qual se fazia passar por oftalmologista, em uma de suas óticas.
O nefasto Dudu é tão farsante, mas tão farsante, que chegou a declarar três datas distintas de nascimento. Na sua matricula na Unama (Universidade da Amazônia), pela qual diplomou-se bacharel em direito, ele declarou ter nascido a 17 de março de 1954, mesma data que consta em um dos seus dois CPFs. Ao Ministério do Exército, ele declarou ter nascido a 17 de agosto de 1955. Já no seu site de campanha a prefeito de Belém, em 2000, sua data de nascimento era 17 de agosto de 1956.

ELEIÇÕES 2008 – O provável propósito de dois CPFs

O passado do nefasto Dudu inclui também a utilização de dois CPFs, provavelmente para omitir bens e rendimentos da Justiça Eleitoral.
Proprietário de três óticas, entre 1976 e 1982, Duciomar Costa utilizou o CPF número 029.045.432-87, para registrá-las na Jucepa (Junta Comercial do Pará). Ao iniciar sua carreira política, ele apresentou ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) um CPF falso, de número 248.654.272-87.

ELEIÇÕES 2008 – Recurso que atropela a ética

Proprietário de três óticas, entre 1976 e 1982, posteriormente Duciomar deixou de apresentá-las em suas declarações de imposto de renda. Mas as óticas continuavam a funcionar, nos mesmos endereços, com outras razões sociais, em um aparente recurso próprio de quem deseja mascarar sua renda e, para tanto, atropela a ética, ao transferir a titularidade de suas empresas.
Na composição societária das empresas passaram a figurar a esposa de Duciomar, Maria Silva da Costa, de CPF nº 108.685.932-49, e seu irmão Valdeth Gomes da Costa, de CPF nº 047.024.842-49.

ELEIÇÕES 2008 – O imbróglio do alistamento militar

Compulsivo, em matéria de maracutaias, até para obter o certificado de alistamento militar – necessário para obter o registro de candidato junto a Justiça Eleitoral -, Duciomar recorreu à falsidade ideológica. Somente aos 30 anos ele apresentou-se ao Ministério do Exército, para cumprir sua obrigação militar, o que deveria ter feito aos 18 anos.
Cadastrado como eleitor na 29ª Zona Eleitoral, residindo na rua João de Deus, nº 665, no bairro do Guamá, em Belém, o nefasto Dudu apresentou-se à junta do serviço militar nº 043, no município de Jacundá, onde obteve o certificado de reservista nº 377699 – Série N. Ao Exército ele declarou residir em Jacundá, na Imcobal, quadra 3, casa 06.

ELEIÇÕES 2008 – O caso do diploma falso de médico

Duciomar Costa, o nefasto Dudu, ficou célebre por protagonizar um episódio policial, ao ser flagrado se fazendo passar por oftalmologista, valendo-se de um falso diploma de médico. Ele prescrevia receitas de óculos, para com isso engordar o faturamento de suas óticas.
Flagrado pelo Sindmepa (Sindicato dos Médicos do Pará), no exercício ilegal da profissão, Duciomar foi denunciado à Justiça, respondeu a um inquérito e chegou a ser condenado. Na esteira dos prazos oferecidos pela legislação, e que servem para procrastinar a ação da Justiça, o crime prescreveu e o nefasto Dudu se livrou da prisão.

ELEIÇÕES 2008 – A compulsão pelo embuste

A compulsão pelo embuste se confunde com Duciomar Costa. Em 2000, por exemplo, candidato à prefeitura de Belém, em eleição na qual foi derrotado pelo então prefeito Edmilson Rodrigues (PT, na época; hoje PSol), o nefasto Dudu foi apresentado, em propaganda eleitoral impressa, como advogado.
A OAB/PA (Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Pará), em certidão de número 586/2000, subscrita pela sua então presidente, Maria Avelina Imbiriba Hesketh, informou que o nome de Duciomar Gomes da Costa não figurava nos quadros da entidade. A inscrição na OAB, como se sabe, é obrigatória para tornar alguém advogado, e consequentemente apto para exercer a advocacia, ainda que a pessoa tenha concluído o curso de bacharel em direito.

ELEIÇÕES 2008 – Filantropia em benefício próprio

Mas isso não é tudo, em se tratando de Dudu, o nefasto. A Funcosta, a Fundação Duciomar Costa, é suspeita de servir aos interesses políticos do atual prefeito de Belém, acusado de fazer carreira recorrendo à filantropia eleitoral, valendo-se de recursos públicos.
Uma das atividades ilegais da Funcosta era, segundo denúncias recorrentes, oferecer transporte gratuito e assistência médica e odontológica a eleitores, em época de campanha eleitoral. À Justiça Eleitoral, quando questionada, a fundação declarou possuir quatro funcionários e não apresentou qualquer comprovante de pagamento de honorários pelos supostos serviços médicos e odontológicos que se proporia a realizar.

ELEIÇÕES 2008 – A baixaria a todo vapor

O marketing da baixaria anda a todo vapor.
No início desta semana foi feita uma panfletagem no bairro do Reduto, com panfletos de conteúdo difamatórios contra o ex-governador Jader Barbalho e apresentando o candidato do PMDB, José Priante, como suposto preposto do ex-governador.
Nesta terça-feira, 21, na Assembléia Legislativa do Pará, a deputada petista Regina Barata repeliu, em tom veemente, os diatribes desfechadas contra o PT, em uma montagem de um jornal de campanha do tucanato, cuja impressão original é de 2006, e cuja nova versão traz textos com duros ataques ao ex-governador Jader Barbalho, ao candidato a prefeito José Priante, e ao próprio PT, por apoiar a candidatura do PMDB à prefeitura de Belém. A deputada petista condenou, de forma veemente, o recurso à baixaria, como instrumento de luta em disputas político-eleitorais.
O líder do PSDB, Zé Megale, negou, enfaticamente, que o partido tucano esteja envolvido com a baixaria denunciada pela parlamentar do PT.

ELEIÇÕES 2008 – Pesquisa sob suspeita

É inevitável ver com reservas a pesquisa eleitoral do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) que serve de manchete ao Amazônia Jornal, o diário popular do grupo de comunicação dos Maiorana. A pesquisa aponta uma suposta vantagem de 11 pontos percentuais para o prefeito Duciomar Costa, que teria 50% das intenções de voto, contra 39% de José Priante, o candidato do PMDB.
As pesquisas do Ibope, como se sabe, estão sob suspeita desde o primeiro turno, quando o instituto foi acusado - por candidatos, marketeiros destes e profissionais de pesquisas – de tentar manipular o eleitorado, anabolizando os percentuais de intenção de voto da candidata do DEM, Valéria Vinagre Pires Franco, sob o suposto estímulo do grupo de comunicação dos Maiorana. E os Maiorana, sabe-se, são inimigos figadais de Jader Barbalho, com o qual identifica-se Priante, que é primo do ex-governador.

ELEIÇÕES 2008 – Imposto menor, receita maior

MARCOS EVANGELISTA DIAS KLAUTAU*

Os políticos, salvo exceções, não podem ser acusados de incoerência. Eles são tão coerentes que suas idéias e palavras são as mesmas há muitos anos: “melhorias em saúde, educação, saneamento, transporte”, etc. Repetem a decoreba a vida inteira, e a maioria desconhece a fundo os problemas e, principalmente, as soluções.
Que as mazelas são essas todo mundo sabe. As solvências existem ou se pode encontrar. Para isto, em primeiro lugar, é necessário que as tarefas sejam entregues a técnicos estudiosos, competentes e honestos.
Em geral, os novos prefeitos se queixam da situação precária herdada, nos aspectos financeiros, operacionais, endividamento, em especial o de curto prazo, falta de planejamento para tudo, de dinheiro em caixa para funcionamento dos serviços públicos e da administração, pelo menos nos primeiros meses de governo.
As capacidades de endividamento e de pagamento são limitadas e não resolvem os problemas; as transferências constitucionais, principais fontes de recursos municipais, em especial dos pequenos e médios concelhos (com “c”, mesmo, revisão!), dependem do crescimento e desenvolvimento da economia nacional.
E os recursos, para as promessas de campanha, donde virão? Não recordo de candidato que esclarecesse a origem do dinheiro para financiar as obras e serviços. É manifesto que o orçamento municipal de Belém está quase totalmente comprometido com pagamento de pessoal e manutenção da máquina administrativa. Então, como vai governar o próximo prefeito de Belém do Pará?
Alternativas existem para atenuar a escassez financeira. Os gestores podem captar recursos de convênios, mas são insuficientes; podem endividar o município, também não resolve muito. A questão não solvida, para viabilizar as idéias, inicia-se com os projetos, que, via de regra, inexistem. Dão lugar aos “achismos” da vida. Mas, para bons projetos, não faltam recursos. Há muito dinheiro no mundo procurando alocação segura. Mesmo nesta crise, que está no início, existe. Infelizmente, são raros os prefeitos que têm bons projetos.
A terceira via é de fundamental importância para uma boa administração. Chama-se “Receita Pública”. Pouco, ou nada, falaram na campanha, algures, alhures e nenhures, sobre a receita municipal. Faço, então, algumas sugestões aos próximos Prefeitos.
O crescimento e o desenvolvimento urbano aumentam a arrecadação municipal, em especial do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS (Imposto sobre Serviços), que são responsáveis pela maior parte da arrecadação própria municipal.
No início, os estudos e trabalhos tributários são dispendiosos, difíceis, demorados e com delicadas nuanças: Arrecadação, fato gerador, cadastro imobiliário, base de cálculo, alíquotas, fiscalização, iniqüidades, questões técnicas, jurídicas e políticas fazem parte da história dos tributos. Mas, depois, como no caso de Belém, é mais tranqüilo. Só não podemos pensar que cadastro multifinalitário, geoprocessamento e outros petrechos tecnológicos resolvem os grandes desafios.
Antiga crítica ao imposto sobre propriedades se refere à baixa elasticidade-renda de sua receita. Entretanto, esta mesma elasticidade, nos Estados Unidos, é relativamente alta, maior que 1 em alguns casos. Estudos mostram que a baixa produtividade desse imposto no Brasil é devido à escassez de recursos financeiros e humanos para montar a estrutura de administração tributária. Urge, então, que isto seja feito em Belém.
Há recursos disponíveis no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Não se pode mais esperar a modernização tributária na PMB.
O ótimo fiscal não é apenas a maior receita, e sim arrecadar mais, espancando as iniqüidades fiscais, fazendo justiça social e ampliando a base de contribuintes.
No Brasil, as prefeituras continuam dependentes das verbas do Estado e da União. Isso pode mudar com estratégias locais de aumento de receita, mas os prefeitos precisam sair do comodismo atual.
Atualmente dedico-me a um trabalho acadêmico sobre finanças públicas, em especial à estrutura de receitas fiscais dos municípios. O estudo está ainda inconcluso, mas há uma ilação razoável que me leva a considerar que o município de Belém tem uma “perda” de receita tributária, ao longo dos anos. Esta “perda” deve ser entendida como receita que não é arrecadada, por falta de competência tributária.
Minhas conclusões preliminares se apóiam em estudos do economista Arthur Laffer, que concebeu a “Curva de Laffer”, ou Curva Reversa, que é um instrumento bastante popular entre uma corrente de economistas norte-americanos (os “reaganomics”) ou economistas adeptos da “supply side” (“economia do lado da oferta”). A idéia é a de que a Receita Tributária é progressiva somente até um dado nível de alíquota, a partir da qual, qualquer aumento desta produzirá sonegação e/ou redução das atividades que formam a base tributária, reduzindo-se, por conseguinte, a receita pública.
A “Curva de Laffer”, em forma de sino, ou parábola, exibe a “relação ambígua existente entre aumentos de alíquotas e incrementos de receita” (Giambiagi, 2008). Essa construção teórica mostra que há um nível de alíquota que maximiza a receita. A partir desse ponto, no lado direito da curva, aumentos de alíquotas são contraproducentes, pois produzem evasão ou desestímulo às atividades formais que superam o aumento da alíquota, gerando uma perda de receita.
Quanto maior a alíquota, menor será a base de arrecadação. O aumento excessivo de alí­quotas tem como corolário a crescente informalização do trabalho. Imposto demais e alto não enche os cofres do Tesouro, esvazia. Por duas razões bem simples: 1. O peso dos tributos encarece as mercadorias e afasta parte dos consumidores. 2. A partir de certo nível de tributação, o risco de sonegar compensa ou é a única forma da empresa sobreviver. Os níveis de sonegação no Brasil estão entre os mais altos do mundo. Sem as anistias periódicas concedidas, a dívida tributária seria muito maior.
O governo perde exagerando no seu apetite tributário. Uma unidade a mais de tributo já corre o risco de resultar em uma unidade a menos de receita. Quando a carga ultrapassa determinado limite, o contribuinte diminui o consumo, a produção ou caminha para a elisão, a evasão, a informalidade ou a sonegação.
Pode parecer contraditório para o senso comum uma lei da economia baixar alíquotas para elevar a arrecadação. Mas é verdade. E esta hipótese não é meramente teórica. Na prática, há exemplos conhecidos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Somos a prova empírica da verdade dessa proposição teórica.
Sob o prisma estrito da curva reversa, o Brasil está derivando para o lado descendente da "Curva de Laffer", que a partir de níveis exagerados, o aumento da carga tributária não produz aumento de receita porque passa a asfixiar a economia.
Taxar menos significa arrecadar mais. Os atuais patamares da arrecadação no Brasil têm apoio no crescimento econômico, esteado nas exportações e o crédito externo, e não no aumento das alíquotas.
Nos anos 20, com Calvin Coolidge, nos anos 60 quando Kennedy se propõe fazer reduções fiscais, que foram promulgadas depois do seu assassinato, e nos anos 80, em que o economista apresentou seu estudo ao presidente Ronald Reagan, para convencê-lo que reduzir as alíquotas dos impostos poderia crescer a arrecadação do governo, as receitas federais aumentaram, após as reduções fiscais.
Na verdade, as causas do problema da evasão fiscal são de ordem mais complexa do que altas alíquotas, envolvendo uma série de outros fatores, como a estrutura de incentivos fornecida pelo sistema tributário. Agora se pode argumentar que estes outros elementos estão embutidos no formato e na posição da Curva de Laffer.
Mas, muito cuidado! A questão não se resume aos aspectos econômicos e financeiros. A redução de alíquota do IPTU, por exemplo, para ter eficácia econômica e social, não poderá jamais beneficiar os “rentistas”, especuladores da terra urbana.
Gostaria de pontuar, neste artigo, apenas uma questão, que dá idéia preliminar da gestão municipal tributária em Belém. Farei uma sucinta análise conjuntural, do setor da construção civil, invocando o “ceteris paribus”.
A atual crise americana, que já é mundial, está ainda nos primórdios e deve demorar para que a economia volte a funcionar normalmente, com algum crescimento. Haverá (já existe) uma redução do fluxo de capitais externos e o crédito no Brasil ficará – já está – mais escasso, com taxas de juros mais elevadas e menor prazo de pagamento.
A construção civil em Belém vive seu maior período de realizações. O setor é responsável por considerável parcela da arrecadação própria municipal. Vários tributos municipais têm arrecadação decorrente desta atividade, a saber: ISS (construção civil), IPTU (novos imóveis), ITBI (legalização do imóvel), além das atividades acessórias, tais como: elaboração de estudos e projetos, imobiliárias, publicidade e propaganda, cartórios, e das taxas, (TIP e outras), e ainda das variáveis, endógenas e exógenas, pelo próprio dinamismo da economia.
O setor contribui para a arrecadação própria, emprega muita mão de obra não-especializada e especializada e a perda de sua fluidez pode ocorrer, possivelmente com repercussões negativas sobre a economia local. Os empresários vão adiar o início de novos projetos, o que, me parece, já fazem. Os financiamentos da CEF vão reduzir, os bancos emprestarão menos e o setor público reduzirá obras e serviços.
Indubitavelmente, a arrecadação própria tende a cair.
O que fazer? Uma sugestão: Estudar a possibilidade de reduzir as alíquotas dos tributos para a construção civil, o que entendo ser justo e necessário. Não tenho procuração de ninguém e, muito menos, qualquer interesse pessoal no assunto. Quem me conhece sabe muito bem disso. Isto é um estudo acadêmico, uma análise econômica pura, séria, inteligente e respaldada em bases científicas. É um bom estudo? Julgue quem quiser. Eu estou muito satisfeito e otimista com esta produção.
A Prefeitura de Belém, as Secretarias de Planejamento e Finanças, têm algum estudo, diagnóstico, projeções, cenários dessa atividade, que é muito importante para a arrecadação própria do município? Conhecem o estoque de obras atual de Belém? As expectativas de novas obras? As informações existem na Secretaria de Obras. Mas, são trabalhadas? Sinceramente, espero que as respostas sejam positivas.
É fácil saber. Basta indagar aos órgãos competentes, qual a metodologia utilizada para a projeção da receita, apresentada no Projeto de Lei do Orçamento Anual de 2009.
O crescimento nominal da arrecadação tributária de Belém, e dos demais municípios do Brasil, é resultado do crescimento da economia nacional. Todos os municípios apresentam crescimento de receita nominal. Alguns – os que estudam – crescem mais que a média. E Belém é um dos municípios de pode incrementar sua arrecadação.

* Como ex-secretário municipal de Planejamento e de Finanças

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008– A coragem de sobrepor princípios ao pão

Elogio em boca própria é vitupério. Mas, modéstia à parte, orgulho-me de poder dizer que sou um homem com a coragem moral necessária para sobrepor princípios ao pão. Por isso, soam inócuas as torpes tentativas de calar-me com ameaças, explícitas ou veladas, ou de intimidar-me com achincalhes, ou ainda de estigmatizar-me com a nódoa da infâmia, da injúria, da calúnia.
Como jornalista e na condição de editor de blog, não cometeria, jamais, a estultícia de perseguir uma imparcialidade fictícia. Cultivo, sim, a independência e o respeito aos fatos, sem nem por isso abdicar da busca do que efetivamente está por trás da notícia. Da mesma forma como não me permito escamotear minhas posições, sobretudo quando calar é mentir, como ocorre agora, na eleição para a prefeitura de Belém.

ELEIÇÕES 2008 – O compromisso de não fugir da responsabilidade

Pelas próprias características deste blog, meu compromisso basilar é não fugir da responsabilidade que me cabe pelas próprias circunstâncias históricas. Foi assim na sucessão estadual de 2006, quando firmei claramente posição contrária à candidatura do ex-governador tucano Almir José Gabriel, por entendê-la como a expressão do atraso político, independentemente das inocultáveis deficiências de sua adversária, sobre as quais nunca silenciei, diga-se.
Como em 2006, na disputa pela prefeitura de Belém, este ano, também não fiz concessões à omissão. No primeiro turno, posicionei-me claramente contra a vanguarda do atraso, representada pelas candidaturas do prefeito Duciomar Costa (PTB) e da ex-vice-governadora Valéria Vinagre Pires (DEM). Neste segundo turno, nada mais natural que, por coerência, mantenha minhas restrições a Dudu, o nefasto, cujos antecedentes e inépcia administrativa não comportam remissão.

ELEIÇÕES 2008 – Voto útil, a opção para defenestrar o atraso

Descartada a sandice do voto nulo, que acaba por beneficiar o candidato que detém a máquina administrativa e mandou às favas os interesses da população de Belém, faço claramente a opção por quem a ele se opõe. Tentar nivelar por baixo os dois candidatos que disputam a prefeitura de Belém neste segundo turno é coisa de quem não sabe o que diz. Ou – o que é pior, muito pior! - sabe muito bem o que deseja, mas não pode admitir, porque é movido por interesses escusos.
Se contra o ex-deputado federal José Priante (PMDB) pesam suspeitas jamais comprovadas, o que justifica o benefício da dúvida, contra o nefasto Dudu despontam fatos, que evidenciam sua inépcia dolosa como administrador e seu total desapreço pelas leis como cidadão. Soa a uma grotesca banalização do crime, ainda que este tenha ficado impune, imaginar prosaico alguém ter sido flagrado, como ocorreu em passado recente com o prefeito Duciomar Costa, portando três CPFs, o Cadastro de Pessoas Físicas da Receita Federal, ou fazendo-se passar por oftalmologista, valendo-se de um diploma falso de médico.

ELEIÇÕES 2008 – Os fatos são sagrados; as interpretações livres

Eu estaria incorrendo em um erro crasso somente se, a pretexto da defesa dos interesses públicos, viesse a entrar em rota de colisão com os fatos, o que não é o caso, como podem constatar todos aqueles que acessam meu blog. Fossem procedentes as críticas das quais sou destinatário, frequentemente feitas em termos impublicáveis e que resvalam para o insulto pessoal, este blog certamente não exibiria o respeitável número de acessos que ostenta, que traduzem fatalmente credibilidade.
Nada devo a Priante, a quem sequer conheço pessoalmente. Já prestei serviços a ele, como jornalista, por indicação e convite do engenheiro Hildegardo Nunes, um homem público reconhecidamente probo, a quem assessorei quando foi candidato a vice-governador e ainda depois de tomar posse, em um período de pouco mais de um ano. Na época, Hildegardo Nunes – que foi vice-governador de Almir José Gabriel, com o qual posteriormente rompeu - havia sido escolhido candidato a vice, pelo PMDB, na chapa de Priante, na sucessão estadual de 2006.

ELEIÇÃO 2008 – O distanciamento crítico em relação a Priante

Se Priante for eleito prefeito de Belém, como jornalista vou estar onde sempre estive, pronto para denunciar seus eventuais deslizes. Tal qual ocorreu, diga-se, com a governadora Ana Júlia Carepa (PT), cuja candidatura defendi no confronto direto com o tucano Almir José Gabriel, sem deixar de denunciar e criticar suas sucessivas trapalhadas no exercício do poder.
Em matéria de hostilidade, repito, o tratamento que me é dispensado pelo governo Ana Júlia Carepa difere apenas de grau, mas não de nível, daquele que me foi destinado pelo tucanato, a partir do surgimento do Blog do Barata, o primeiro a denunciar a escalada do nepotismo e indícios de corrupção nos sucessivos governos do PSDB no Pará. Convém recordar que naquela altura não havia perspectiva do tucanato paraense ser defenestrado do governo do Estado.
Devo esclarecer, a propósito, que não confundo o tucanato paraense com lideranças nacionais do PSDB, do porte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador José Serra, de São Paulo. FHC e Serra merecem, sem dúvida, nosso reconhecimento e respeito como homens públicos.

ELEIÇÕES 2008 – O porquê de ficar à vontade para criticar

É exatamente esse distanciamento crítico, que aliás é rua de mão dupla e se expressa na ausência de qualquer relação ou interlocução pessoal com o candidato do PMDB, que me deixa muito mais à vontade para assumir a postura que assumo, ao denunciar as estripulias do nefasto Dudu. Não por acaso, o comando de campanha de Priante jamais distinguiu-me com uma só notícia, e muito menos qualquer informação exclusiva, lacuna que sempre consegui suprir com a colaboração das minhas fontes mais confiáveis.
Na atual campanha, o mais próximo que já estive de Priante, sem que tivesse tomado qualquer iniciativa nesse sentido, foi quando recebi a transcrição online de documentos oficiais, que corroboram denúncias feitas contra o atual prefeito. A transcrição foi enviada por um colega jornalista, de competência e experiência comprovadas. Este jornalista, até onde sei, mantém amistosas relações com o candidato do PMDB, sem nem por isso abrir mão da sua independência profissional, razão pela qual merece todo o meu respeito e a quem aproveito, aqui e agora, para agradecer pelo gesto.

ELEIÇÕES 2008 – A leviandade no trato da honra alheia

O problema de Dudu, o nefasto, e sua escumalha é ironicamente semelhante ao que se verifica no governo Ana Júlia Carepa. Trata-se, respeitadas as exceções que confirmam a regra, da proverbial leviandade dos áulicos no trato da honra alheia, uma peculiaridade própria da maioria dos inquilinos do poder e seus xerimbabos, que costuma ser exercitada para tentar desqualificar os críticos, na impossibilidade de cooptá-los.
Minha postura na disputa pela prefeitura de Belém é muito simples. Se o nefasto Dudu tivesse como adversário um poste, este certamente seria, na minha avaliação, a opção menos deletéria. O resto é nhenhenhém de áulico ou trololó de pena de aluguel.

ELEIÇÕES 2008 – Campanha traz de volta Pedro Paulo Blanco

Assistindo a propaganda política gratuita na tevê constato que a campanha do nefasto Dudu não é só, felizmente, as baixarias do candidato e a falta de escrúpulos dos seus marketeiros. Ela traz de volta aos telespectadores um dos mais talentosos profissionais da nova geração de jornalistas, Pedro Paulo Blanco.
Com bem-sucedidas passagens pelos jornais O Liberal e Diário do Pará, e ainda pela TV Record, Pedro Paulo revelou todo seu potencial na Band, em São Paulo. Superadas as dificuldades iniciais, próprias de quem se vê em uma terra que lhe é estranha, ele realmente teve a chance de fazer carreira na emissora paulista, mas acabou abdicando da oportunidade, ao sucumbir diante da saudade dos filhos e da família.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

NOVO BLOG – Um abrigo provisório, diante de problemas técnicos

Diante de problemas técnicos que perduram desde sábado, 18, e impedem-me de atualizar o Blog do Barata, enquanto aguardo uma solução, optei por abrigar-me provisoriamente neste novo endereço, o novoblogdobarata.blogspot.com, do Novo Blog do Barata.
Conto com a compreensão dos que acessam o Blog do Barata, aos quais peço desculpas, pela ausência involuntária, no último fim de semana.

ELEIÇÕES 2008 – Devastador, Priante aniquila com a farsa que é Duciomar

“Candidato, o senhor fala que já foi feirante, jornaleiro, taxista. O problema não é a sua história, candidato, é a sua conduta.”
Foi com esta constatação, de efeito devastador, que o ex-deputado federal José Priante (PMDB) aniquilou com o prefeito Duciomar Costa (PTB), no debate entre os candidatos que disputam o segundo turno da eleição para prefeito de Belém, promovido pela TV Record, na noite deste domingo, 19. Um debate truncado, diante da tática do atual prefeito em evitar a discussão e privilegiar a tentativa de irritar o adversário.

ELEIÇÕES 2008 – A crítica ao candidato cujo passado condena

O torpedo disparado por Priante foi no alvo. Independentemente da gestão reconhecidamente desastrosa, que tenta dissimular com uma massiva propaganda enganosa e obras eleitoreiras de última hora, o prefeito Duciomar Costa ainda exibe antecedentes comprometedores.
A referência de Priante sobre a conduta de Duciomar remeteu à nódoa indelével do passado do atual prefeito. Há cerca de 14 anos atrás, Duciomar chegou a ser condenado, em primeira instância, por falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina, por se fazer passar por oftalmologista, valendo-se de um falso diploma de médico, em uma de suas óticas. Por conta da procrastinação dos seus advogados, a ação penal acabou prescrevendo e Duciomar se livrou da condenação.